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Acho que já perdi a noção das horas que estou nesta sala de espera. Naquele momento só estou ali eu e mais duas pessoas. Uma senhora de idade que esta com problemas de respiração e esta à espera de ser atendida e um homem que esta à espera do filho que tinha entrado à uns minutos atrás com um corte no braço. A mulher do senhor entrou com o menino e ele ficou ali. 

Minhas mãos estão frias demais, a sala está com o ar condicionado ligado no frio e o ambiente esta bem fresco, uma funcionário veio ligar o mesmo há uns minutos e alegou que estava calor mas eu não sentia isso. Na verdade sinto que aos poucos todo meu corpo está ficar bastante frio e acredito que daqui a nada estou a tremer. 

Minhas pernas tremem mas neste momento estão a tremer mais de medo do que de outra coisa qualquer. 

Ninguém tinha vindo para aqui pois eu não os deixei, Lydia ligou e disse que vinham para aqui mas eu disse para eles descansar que não vinham fazer nada. 

De repente vejo o médico a vir na minha direção. Levanto-me e aproximo-me dele. 

- Massimo já está estável, tivemos de operar para conter a hemorragia e ele agora está a ser transferido para o quarto. Se quiser já pode acompanhar-me para lá. - ele informa-me.

- Sim, eu vou consigo. - ele começa o caminho para o quarto e eu vou com ele. 

Ao chegarmos ao quarto mal vejo Massimo fico aliviada apesar de ele estar cheio de tubos por todo o lado, no monitor indica que os sinais vitais dele estão todos bem. Sento-me num género de poltrona que tem ao lado da cama e fico a olhar para ele enquanto o médico examina-o. 

- Está tudo bem ele está a dormir por causa dos remédios que demos, pode passar o resto da noite com ele aqui. Algo que precise é só chamar. - ele diz-me. 

- Obrigada por tudo. - agradeço e depois disso ele sai do quarto. 

Olho melhor para aquela poltrona e percebo que a mesma tem botões e começo a mexer nele até à mesma ficar na melhor posição para eu ficar deitada. Tem um cobertor pousado na mesma e eu pego nele, deito-me e tapo-me. Acabo por não conseguir adormecer logo uma vez que a máquina fazia um barulho um bocado irritante. Adormeço e acordo passado duas horas, foram duas horas mas para mim parece que só fechei os olhos e passados uns segundos abri de novo.

Volto a mexer nos botões da poltrona e fico ali a olhar para meu telemóvel mas logo volto a bloquear o mesmo quando percebo que estou a ficar sem bateria. 

- Olá linda. - ouço a voz dele e olho para ele, esta acordado finalmente. 

- Como sentes-te. - pergunto e levanto-me para ficar mais perto dele. 

- Tens de fugir, agora Diana. - mal ele diz aquilo fico sem entender. 

- Como assim? 

- Juan. - mal ele diz o nome dele sinto meu corpo todo a tremer de medo. Mas não era medo por mim mas sim de todos que amo. 

- Ele, foi ele que fez isto? - pergunto não querendo acreditar que ele está aqui. 

- Sim, ele estava no hotel, tens de fugir já pelo menos até o apanharem. Vou mandar todos meus aliados atrás dele. 

Juan Santiago um dos homens que eu não queria encontrar de novo. Um homem que pensei que ia apodrecer na prisão. O conheci quando estive na Sicília, ele e seu irmão Marcos eram convidados de Massimo na sua casa. Eles estavam a negociar juntos e Massimo confiava neles, pelo menos confiava até aquele dia. O dia em que Marcos tentou violar-me. Nessa noite eu estava na piscina e Marcos apareceu lá, ele começou a ser demasiado abusivo nas palavras e quando eu sai da piscina ele agarrou-me. Eu por causa de Massimo estar a ensinar-me naquela altura a defender-me consegui o fazer e fugir. Quando ia a subir as escadas para o mau quarto ele veio atrás de mim e mais uma vez tentou segurar-me e eu não consegui ao início defender-me. Ele tentou tirar-me o biquíni e eu aí consegui o empurrar e ele caiu das escadas e bateu com a cabeça numa estátua no início das mesmas. Morreu logo nesse momento. Massimo apareceu nesse momento e encobriu tudo, na manhã seguinte contou a Juan que tinham encontrado o irmão morto no jardim, ele o meteu na piscina a fingir que o mesmo afogou-se. Mas o que Massimo não sabia era que Marcos já tinha sido nadador profissional e era quase impossível afogar-se naquela piscina. Quando Juan cruzou-se comigo nesse dia não sei porquê mas ele sabia que eu era a culpada da morte do irmão. Ele pediu a Massimo justiça e eu na altura fiquei com medo que Massimo concordasse. Ele não o fez claro e arranjou maneira de culpar Juan pela morte do próprio irmão, ele disse-me que só não o matou por o pai deles e o pai dele terem sido bons amigos no passado.

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