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Depois de um dia demasiado quente, está uma noite também quente. Mas já não é aquele calor insuportável, é um calor agradável.

Hoje mais uma vez vou passar a noite em casa. Meu pai vai a uma discoteca com Delfina mas eu não me apetece. Eu não sou uma pessoa muito de sair a noite. Na verdade nunca fui.

- Filha anda lá conosco. - meu pai diz ao entrar em meu quarto.

- Não apetece-me.

- Vá lá estás de férias, anda aproveitar a noite. Eu prometo se algum rapaz dançar contigo não importo-me. - ele diz na brincadeira.

- Dúvido.

- Anda lá, por favor. - ele insiste.

- Ok, ok só vou porque és chato.

- Boa. Esperamos no carro. - ele abraça-me e sai do meu quarto.

Vou escolher uma roupa. Acabo por decidir vestir um top preto curto com umas calças pretas largas. Deixo meu cabelo solto e aplico um rímel e um gloss. Calço minhas adidas pretas. Estou bastante simples mas era assim que sentia-me bem. Além disso se meu pai obrigar-me a dançar não estou desconfortável e com medo de o vestido subir.

Saio do meu quarto e caminho até à garagem. Entro no carro e Delfina vira-se para trás e olha para mim com a sua cara típica de nojo.

- Não tinhas nada melhor para vestir? - ela pergunta.

- E tu não tinhas nada mais vulgar?

- Astrid, respeito. - meu pai claro que em vez de reclamar com ela, reclama comigo.

Vou o resto do caminho calada para não discutir. Delfina claro que sorri vitoriosa por meu pai não reclamar com ela. Aquela mulher mete-me um nojo descomunal. Chegamos à discoteca e eu saio do carro depois do arrumador dos carros abrir-me a porta.

- Obrigada. - agradeço a ele.

Começo a caminhar em direção à fila para entrar na discoteca mas meu pai impede-me. Pega na minha mão e entrelaça a outra sua mão a Delfina. Entramos na discoteca sem ter de esperar na fila. Aquela discoteca era igual a todas que já entrei. Música alta, luzes intercaladas entre azul e vermelho e as vezes cores normais. Muita gente a dançar, muitos bêbados, muitos a pegarem-se no meio da pista.

Meu pai puxa-me até uma porta. Ele diz seu nome ao segurança que está em frente à mesma e ele deixa-nos passar. Subimos umas escadas e chegamos à área vip. Ali tem os típicos sofás de discoteca que todas as áreas vips costumam ter. Sentamo-nos num sofás em frente à varanda que tem vista para a pista de dança.

- Boa noite, que vão querer? - a empregada pergunta quando chega à nossa beira.

- Long Island Ice Tea. - meu pai diz.

- O mesmo. - Delfina diz.

- Gin Tónico. - meu pai olha para mim surpreendido.

Entendo aquela surpresa. Eu não era hábito pedir algo assim. O empregado vai buscar nossos pedidos e passados poucos minutos trás os mesmos. Eu bebo meu gin, faço uma careta no início mas logo habituo-me ao sabor.

Delfina pede ao meu pai para irem dançar um bocado na pista e ele aceita. Os dois vão lá para baixo e eu fico ali sozinha. Pego meu telemóvel do bolso das minhas calças. Desbloqueio o mesmo e vou ao meu instagram. A curiosidade fala mais alto e eu acabo por procurar o perfil de Nacho. Escrevo seu nome e não aparece nada, meto Nacho Matos e logo ele aparece. Carrego no seu perfil e fico surpreendida por ele ter quatro milhões de seguidores. Carrego nos seus seguidores e vejo um bocado e é quase tudo mulheres. Saio dos seguidores e vejo suas fotos e ai percebo porque tantas mulheres o seguem. Maior parte das fotos são só de boxers e as em que ele não está quase nu, estão incríveis. Ele parece um modelo, todas suas fotos transmitem sensualidade, mesmo ao estar vestido da cabeça aos pés.

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