10

142 8 8
                                    

Uma semana depois.

Uma semana passou desde aquele dia. Uma semana em que não vi Nacho. Uma semana em que ele não procurou por mim. Uma semana que passei quase todo o tempo ou sozinha ou com Olga pois o meu pai deve ter-se esquecido que tem uma filha que veio de férias com ele para passarmos tempos juntos.

Eu nestes dias senti falta de Nacho. Parece que de algum modo já habituei-me à sua presença. Todos os dias encontro-me a olhar para a sua casa à espera de o ver sair e vir ter comigo e dizer algo que deixe-me sem saber como reagir ou chame-me de princesa. Eu tinha curiosidade em saber porque chama-me assim mas nunca tinha coragem de perguntar. Acima de tudo sinto falta do seu corpo encostado ao meu, do seu toque, do seu cheiro, dos seus lábios, do seu sorriso maroto, dos seus olhos onde perco-me sempre. Na mais pura das verdades sinto falta de tudo nele. Todas as noites sonho com ele e quando acordo e vejo que ele não está ali sinto um vazio enorme.

Levanto-me animada pois hoje ia ter com Lydia ao bar onde ela trabalha. Lydia a neta do taxista e que eu conheci na discoteca. Nós temos falado muito por mensagem e hoje finalmente íamos nos encontrar. Visto um biquíni pois ela trabalha num bar da praia e por cima um vestido. Calço minhas sandálias e saio do quarto, dirijo-me à entrada da casa. Saio e o avó dela já está ali. Acabei por ligar para ele para dar-me boleia.

- Olá menina. - ele diz todo sorridente.

- Olá.

Indico para onde íamos e ele já sabia que eu ia ter com Lydia pois ela tinha dito a ele. Quando lá chegamos ele não aceita que pague diz que as amigas da neta não pagam. Eu insisto mas ele é mais persistente que eu. Saio do táxi e dirijo-me à praia. Vejo Lydia a servir numa espreguiçadeira que faz parte do bar. Na verdade todas ali devem fazer e ser alugadas pelas pessoas.

- Amiga! - ela diz toda sorridente quando vê-me e eu abraço-a e ela ainda fica mais alegre.

- Oi, as espreguiçadeiras são do bar? - pergunto.

- Sim.

- Então quero alugar uma.

- Escolhe à vontade. Só pagas quando fores embora. - ela diz

- Ok, podes trazer-me uma água?

- Claro, que bom estares aqui. Nos meus tempos livres irei ter contigo.

- Ok.

Ela sai da minha beira e eu escolho uma espreguiçadeira mais perto do mar ao lado de uma mulher que lia um livro. Tiro a toalha da minha mochila e meto na espreguiçadeira. Tiro meu vestido e ponho dentro da mochila. Pego da mesma, meu protetor e passo no corpo, nas costas não consigo mas também não ia-me deitar de costas.

- Aqui tens a água. - Lydia pousa na mesinha ao meu lado direito.

- Obrigada.

- Queres que passe o protetor nas costas?

- Sim, claro.

Entrego meu protetor a Lydia e ela passa-me nas costas. Depois de acabar volta ao seu trabalho e eu deito-me a apanhar sol.

Está um dia não muito quente mas também não está frio. Esta temperatura é ótima para estar a apanhar sol. O mar está com algumas ondas hoje e os surfistas adoram isso. Era engraçado como aqui o mar faz tantas ondas e à beira da minha casa é muito raro o fazer.

- Maninho já te cansaste? - a mulher ao meu lado diz.

- Vim beber água.

Quando ouço aquela voz meu corpo arrepia-se todo naquele momento. Olho para o lado direito onde está a mulher e ele está sentado na sua espreguiçadeira. Nacho está ali com um género de leggins de surf e a prancha dele no chão. Ele sorri para a sua irmã. Penso em como não notei que era ela quando olhei para a mesma mal aqui cheguei. Mas ela também estava de óculos de sol e eu não a via muito para reconhecer logo.

Escolho-te Onde histórias criam vida. Descubra agora