A noite já tinha chegado e eu como não quero jantar com meu pai resolvo fazer o mesmo que fiz na hora de almoço e sair de casa.
Espero pelo táxi ao portão da minha casa. Ouço um portão a abrir e olho para a casa de Nacho e vejo que é o portão dele. Ele logo sai com um audi i8 e pára à minha frente. Baixa o vidro e olha para mim com o seu sorriso encantador mas que desta vez não ia cair no mesmo.- Precisas de boleia? - ele pergunta-me.
- Não.
- Onde vais?
- Não te interessa.
- Ok. - ele fecha o vidro e arranca.
Aquilo ainda deixa-me mais irritada do que já estava. O táxi chega e eu entro no mesmo e peço para levar-me ao shopping de novo. Queria jantar algo simples e depois ir ver um filme para ver se meu mau humor melhorava.
Em poucos minutos chegamos ao shopping, este taxista foi bem rápido que em certo momento até tive algum receio pois ele ia atropelando um senhor numa passadeira.
Pago ao mesmo e saio do táxi e entro no shopping, mais uma vez dirijo-me à praça de alimentação. Não me apetece ir pelas escadas rolantes então vou até ao elevador. Ao chegar lá carrego no botão e espero pelo mesmo. Alguém pára ao meu lado e eu reconheço aquele perfume logo. Olho e ali está Nacho parado ao meu lado também à espera do elevador.
O elevador chega e eu entro no mesmo, carrego no botão e o elevador fecha só com nós os dois ali dentro. O silêncio torna-se constrangedor mas pelo menos o elevador chega rapidamente ao andar da praça de alimentação. Saio do mesmo e enquanto caminho para um restaurante italiano que ali tem sinto ainda aquele perfume. Olho para trás e Nacho seguia-me. Pelo menos acho isso, por essa mesma razão viro para o corredor das casas de banho que fica mesmo ao lado do restaurante e ele vira atrás de mim. Parece que não estava errada.- Estás a seguir-me? - pergunto quando viro-me para ele.
- Sim. - ele diz como se fosse a coisa mais normal de todas.
- Como encontraste-me aqui?
- Segui o táxi. - mais uma vez ele diz como se fosse uma atitude normal.
- Estás louco, sabes que posso-te acusar por perseguição? - digo mais alto do que esperava.
- Estavas sozinha a sair de casa à noite, só queria assegurar a tua segurança.
- Não preciso de um segurança. Agora é melhor ires embora.
- Não gostas da minha companhia?
- Não. - tento acreditar no que digo.
- Ok. Mas eu não te vou deixar sozinha.
- Mas eu quero estar sozinha.
- Tu que sabes. - ele vai embora bastante irritado.
Saio daquele corredor e dirijo-me ao restaurante. Peço uma massa com pesto. Pego meu tabuleiro quando o empregado entrega-me o prato e sento-me novamente sozinha. Enquanto como aprecio a família na minha frente. Enquanto os pais comiam as duas crianças brincavam umas com as outras. Os pais pareciam um casal muito apaixonado é isso era muito bonito de ver-se.
Acabo de comer e dirijo-me ao cinema quando olho o cartaz percebo que não tem nenhum filme que goste então resolvo não ir ao cinema.
Dirijo-me ao elevador de novo e entro desta vez sozinha no mesmo. Saio no andar que dá para a rua e caminho para fora do shopping.
Chamo um táxi e peço para ir para a discoteca onde estive ontem. Não sei porque razão mas apetecia-me ir lá. Se meu pai agora estivesse comigo dizia que era um milagre. Eu quero dançar numa discoteca algo que era raro fazer mas quando apetece-me eu tenho de o fazer.
Em poucos minutos chegamos e mais uma vez pago e saio do táxi. Desta vez como não estou com o meu pai tenho de ir para a fila. Espero uns belos vinte minutos até ser a minha vez de entrar.
Quando entro entrego minha mala a uma senhora que as guarda em armários pequenos. Não sei se aquilo era seguro mas não apetece-me dançar com a mala no ombro.
Dirijo-me à pista e fico um bocado sem jeito. Eu quero dançar mas sinto vergonha pois não sei como começar, nem sei como dançar naquele momento.
De repente sinto umas mãos em minha cintura. Olho para a pessoa e é um velho nada atraente que agarra-me. Tiro suas mãos da minha cintura e saio da pista incomodada com aquilo.
Dirijo-me ao balcão e sento-me nos bancos de lá.
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Escolho-te
Fiksi PenggemarInspirado nos filmes 365 days. Esta é a história de Nacho e Astrid. Duas pessoas que o destino assim quis que se conhecessem.