Filho dos Vizinhos/Imagine

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—Pov's S/N—
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    Depois que terminei de lavar a louça vou pra sala, pego minha mochila em cima do sofá e meu telefone em cima da mesa de centro.

— Cheguei! – Artur diz cantarolando algum funk enquanto se aproxima.

    Tranco a porta e me viro pra ele.

— Nem tinha notado. – caminho até ele.

— Já esta mal-humorada? – sorri.

— Não, ainda não. – falei e foi a vez dele sorrir.

— Vamos logo. – seguimos em direção a escola.

    Artur me convidou para ir ao show dele e a banda no final de semana em um evento de rock que vai acontecer em Carapicuíba. Se ele for tocar, vou acabar ficando sozinha, porque não conheço nenhum amigo dele.

     Mesmo assim não posso evitar de ficar animada, será a primeira festa que irei sem minha mãe.

— Você fez a lição de português? – Artur se vira pra mim.

— Que lição? – olho pra ele assustada.

    Esse final de semana eu nem tirei o caderno da mochila, está do mesmo jeito que deixei sexta-feira passada.

— Sobre Macunaíma! – respondeu pegando meu caderno.

— Não diz, eu nem mexi no caderno. – alguém se senta na cadeira vazia ao lado.

    Era o Richard, ele tinha um hematoma roxo no maxilar.

— O que ele ta olhando? – Artur fala para mim mudando de expressão.

— Nem pensei em falar nada, você deve ficar fora das provocações dele. – falo me inclinando na direção do Artur.

    Artur me olha depois olha Richard, da pra vê que o garoto de olhos azuis a minha frente ta tentando não falar alguma coisa ruim.

— Ei! – Richard chama.

   Nos viramos para ele.

— O que você quer? – Artur fala.

— Não é com você que estou falando esquisitão. – Richard provoca o Artur.

— Vá direto ao ponto Richard. – falei com desdém.

— Quer sair comigo hoje? Tipo aquele encontro que te falei, em grupo. – fecho os olhos por alguns segundos pensando na forma mas eficaz dele nunca mais me propor algo do tipo.

— Eu não quero sair Richard. – respondi.

— Vamos! Vai ser legal, eu te garanto princesa. – Richard insiste me deixando desconfortável.

— Cara você não se manca que ela não quer nada contigo? – Artur diz com sarcasmo.

— Qual é a tua velho? Eu to conversando com a S/N parça, para de se meter onde não foi chamado! – Richard retruca alterado.

— É BRIGA? – alguém fala alto.

— Artur, pare. Por favor, isso não vale a pena! – digo ao Artur sussurrando.

    O olhar de raiva dele se volta pra mim, aos poucos eu vejo ele relaxar e arrumar as coisas dentro da mochila.

— Amarelou né? – Richard provoca.

— Oh, Richard dá pra parar de ficar causando na minha aula? – a professora de história fala parando de escrever no quadro.

— Cala a boca veia. – Richard se levanta caminhando pro fundo.

    Eu sei que os homens criam rivalidades por causas idiotas, apenas para aumentar o ego só que quando o motivo se torna você acaba fugindo do contexto de ego.

     Se tornando uma rivalidade de sangue ou até mesmo morte.

— Você vai embora? – pergunto.

— Sim, você pode ficar aqui fazendo lição. – ele disse se levantando.

   Observo o Artur deixar a sala com piadinhas de mal gosto do Richard, agora sou eu quero esfolar a cara desse merdinha. Idiota, como eu pode realmente achar que ele tinha mudado, não posso cobrar isso de mim, infelizmente ter um coração bom hoje em dia é sinal de coisa boba.

    Arrumo as pressas minhas coisas é saiu da sala também, foda-se tudo isso. Esse já é nosso último bimestre.

— ARTUR! ESPERA! – gritei correndo atrás dele.

     Ele se virá.

— Achei que ia ficar para as últimas aulas. – ele disse.

    Recupero o fôlego enquanto ele rir.

— Respira S/N, respira! – sorri.

— Eu to melhor agora, eu ia ficar. Mas ai o irritante do Richard provavelmente iria me encher. – falo enquanto começamos a andar.

— Cara chato, aff. – Artur diz. — Vamos madrugar assistindo One Piece hoje? – ele propôs animado.

    Sabe o período depois que passa a menstruação? Onde você fica com uma bruta vontade de dar? Chamado período fértil, essa desgraçada esta vindo. É a única que consigo pensar nessa proposta dele e dar pra ele, vê ele animado falando do anime me dá vontade de rir dos meus pensamentos impuros.