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Pov's Artur—
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— O papai disse isso? – Miguel perguntou indignado.

    Eu acabei de falar do ocorrido da noite passada, eu precisava deixar ele ciente dos absurdos de papai estava fazendo.

— Sim. Eu sei que sou adotado, e eu não ligo muito para isso. Eu já entendo, mas ele continua entrando em contato com a mamãe e agora deixa ela beber. – falo irritado.

— Ah. – Miguel suspira. — Ela parou de ir na psicóloga, nos já sabemos da dependência emocional o problema mesmo e se ele começar a usar a dependência dela para conseguir alguma coisa. – concordo com a cabeça.

— Foi o que pensei, se ela voltar a beber sem parar isso pode até afetar o Jonas. Ele ainda é uma criança, não entende as coisas tão bem e ele não sabe que sou adotado. – falo olhando mamãe no gramado com uma taça de vinho e o Jonas brincando de bola com ela.

— Artur, mesmo sendo adotado, você já é um membro da nossa família. O meu pai nos decepcionou é espero que você não saia da família por causa dele, não vai valer a pena. – olho meu irmão.

— Não vou fazer isso, você logo logo vai se casar, vai cuidar da sua família. Eu vou cuidar da mamãe é do Jonas até que ela esteja bem o suficiente para poder caminhar sem apoio. – Miguel bate no meu ombro rindo.

— Eu falei! Parte da família. – ri do meu irmão mais velho.

— Ta ficando velho em! – falei passando meu braço ao redor do ombro dele.

— Só tenho 20 anos ainda muleke! Você ta em fase de crescimento? Ta parecendo uma vara de pegar manga. – meu irmão ri.

— Você ta encolhendo, velhinho. – rimos.

     Miguel me olha atento.

— Artur, o Jonas dormiu no meu quarto e você não estava na sala quando cheguei... E a vizinha dorme no seu quarto. – sorri com a cara de idiota pensante dele.

    Ri.

— Vou nem terminar meu pensamento, falando em pensamento... Você e sua banda vai mesmo toca no evento de rock lá em Carapicuíba? – Miguel perguntou.

— Sim, já temos até o cadastro lá. Se não me engano toca temos semana que vem, na terça e quinta-feira. – explico animado.

— Olha só, muleke ta arrasando! – Miguel bagunça meu cabelo rindo.

— Sai pra lá tiozão! – empurro ele rindo.

——Pov's S/N——
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    Chego do trabalho exausta, arrumo a casa e logo depois arrumo minhas coisas para a escola. Dentro de três semanas será o final do ano escolar, quem passou passou, quem não passou vai pra recuperação.

    É semana que vem esta previsto para a chegada da minha mãe de volta a São Paulo, estou animada. Por que viagens assim, sempre vem comida típica, eu amo quando ela trás coisas de come de Minas.

     De todos os seminários que fiz, se eu ficar de recuperação eu vou esfregar a cara dos professores nos rascunhos dos seminários que apresentei.

— Estamos atrasados. – Artur disse assim que me aproximo dele.

   Ele estava me esperando sentado na calçada.

— Então vamos logo! – falei.

— Bora. – Artur se levanta do chão.

    Seguimos o caminho para a escola em meio a risadas e xingamentos. Preferi não tocar no assunto da noite anterior, então ele mesmo fez o favor de esclarecer.

— Sobre ontem, acho que você deve ter algumas perguntas. – Artur me olha.

— Ah, tenho sim... Mas não quero te forçar a dizer nada. – falei sorrindo gentilmente.

— Relaxa, diz aí suas perguntas. – falou.

— Eu nunca imaginei que você era adotado. – respondi tensa.

— Bem, sim. Nunca acho estranho um garoto de olho azul em uma família onde todos tem o olho marrom? – Artur zombou de mim rindo.

— Nunca parei para pensar... – sorri envergonhada.

— A Paula e o Cláudio me adotaram quando eu tinha mais ou menos 7 ou 8 anos. Então faz bastante tempo que eles são minha família, que me sinto parte da família. – ele explicou. — Antes disso eu vivia com meu pai, mal lembro dele... Era eu e mais outros 5 irmão, acabamos indo para o orfanato depois que ele perdeu o emprego e não tinha mais condições de cuidar da gente.

— Caramba Artur. Isso me pegou muito de surpresa! – falei pasma com sua revelação.

— Eu imagino, eu não costumo tocar nessa história por motivos óbvios. A mamãe nunca escondeu que eu era adotado, mas também nunca me tratou como um adotado. Ela me trata como filho de sangue. – Artur para de andar.

— Por que ela criou sentimentos de mãe por você, entendo. – falei abraçando ele.

— Você tem um pai e uma mãe que te amam, valorize eles S/N! – ele passa os braços ao redor de mim.

— Vamos indo Artur se não vamos nos atrasar mais ainda. – falei sorrindo.

— Obrigada S/N! – ele disse me soltando e me dando um selinho.

   Sorrimos um para o outro voltando a andar apressadamente.

Filho dos Vizinhos/Imagine Onde histórias criam vida. Descubra agora