Filho dos Vizinhos/Imagine

Especial Copa do Brasil pt. 1

O especial é um capítulo sem relação com a história pq se passa em uma versão onde o Artur ainda está com a S/N, na lógica do livro o Artur estaria no início da carreira em Nova Iorque.

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S/N
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   Nunca fui de me importar tanto com futebol, mas esse ano estranhamente estou no pique de comemorar. As pessoas estão eufóricas pelo hexa, quem não está?

   Comprei uma blusa preta da seleção para usar e alguém comprou uma igual.

— Você combinaram de usarem camisetas iguais? – a senhora Elena pergunta ao notar eu e o Artur na varanda da minha casa enfeitando com fitas verde e amarela o teto.

— Eu nunca usaria...

— Não mãe, a S/N é muito rabugenta para isso. – Artur disse rindo.

   A mãe dele estava segurando uma sacola com refrigerantes em uma mão e na outra uma caixa de salgados.

— Vocês dois são os dois fofos, sua mãe já chegou S/N?

— Sim, ela está lá dentro arrumando os lanches para a hora que começar o jogo.

— Ok, filho depois você vai vê se o Miguel conseguiu fazer o Jonas usar a camiseta do Brasil. Hoje ele tirou o dia para fazer birra!
  
  Sorri pegando outras fitas na caixa e entregando para o Artur que esta colando as fitas no teto da varanda com durex.

— Viu minha mãe acha a gente fofo. – ele disse me olhando com orgulho.

— Você não merece sua mãe. – ri olhando a rua.

   Carros passam buzinando sem parar, as pessoas colocaram bandeiras do Brasil mas janelas, a rua está pintada com a bandeira e com o mascote de 2014 o tatu bola (fuleco). Os cidadãos de bem estão com medo de serem confundidos com os alienados dos bolsonaristas fanáticos.

— Ei gatinha, a fita acabou. – Artur diz chamando minha atenção.

— Acho que assim está bom. – falei olhando o teto da varanda.

   As fitas coloridas deixam a casa viva, pela primeira vez depois de anos vou passar uma copa mundial com meus pais juntos.

— Eu vou vê o porque da demora dos meus irmãos, vejo jajá. – Artur desce da escada sorridente.

— Por que tanta animação? – guardo as caixas onde estavam as fitas em uma caixa maior.

— Tenho planos para nos dois mais tarde se o Brasil ganhar.

— Planos? Meu plano era passar a noite com meus pais conversando e aproveitando uma noite normal com meus pais. – Artur faz um som de estralo com a boca.

— Não sua sem vida social, seus pais precisam de um momento só deles. Já passaram a semana toda olhando para sua carinha de tédio. – meu olhar para ele diz muito. — Não me olhe assim. Vai ser legal!

— Ta bem, se for ruim você vai ficar me devendo uma pizza. – bati no ombro dele rindo.

— Com certeza!

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Artur
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— Minha nossa gente, que demora para esconder um bolo. O bolo sobreviveu? – pergunto vendo meus dois irmãos na cozinha.

— O bolo não tem vida Artur. – Jonas fala como se não fosse uma coisa óbvia.

— Sério? Nem sabia. – olho o bolo admirado.

   A mulher da qual Miguel encomendou o bolo não economizou em fazer um bom trabalho, está incrível para um bolo simples de três andares.

— Será que mamãe vai gostar? – Miguel me olha inseguro.

— Óbvio que sim, mamãe não é de comemorar o aniversário dela mas justo no dia do primeiro jogo do Brasil é o aniversário dela. O que vocês vão dar de presente para ela?

   Olho Miguel que me olha, depois olho o Jonas que olha o Miguel.

— Você primeiro! – falamos os três ao mesmo tempo.

— Peguei no verde! – falo tocando o símbolo do Brasil na minha camiseta. — Começa pelos mais velhos! – olho Miguel.

— Caramba, não me olhem com essas caras... Eu comprei um conjunto de edredom e um aspirador. – suspiro.

— Eu também comprei um aspirador. – bato minha mão na minha própria testa.

— Deveríamos ter avisado um ao outro o que iríamos comprar...

— Pelo menos agora se um quebrar vai ter outro. – falo me virando para o Jonas. — Você comprou o que pirralho?

   Jonas nos olhos com os olhos marejados de lágrimas.

— Eu comprei um doce que ela queria muito comer, só que eu fiquei com fome. – Jonas tira de dentro do bolso da calça jeans um plástico vazio.

   Caiu na gargalhada enquanto meu irmão caçula chora de olhos fechados.

— Olha o que você fez Artur! – Miguel abraça o Jonas.

— Eu... Ai... – continuo rindo.

— Artur! – Miguel me repreende.

   Limpo uma lágrima invisível do meu rosto.

— Me desculpe Jonas, mamãe não vai se preocupar com isso. Ela já queria um aspirador de pó! – falo me aproximando dele que para de chorar.

— Sai daqui seu idiota! – Jonas disse limpando o nariz na roupa.

— Eu ia te abraçar mas deixa para uma próxima vez, vamos meus lindos.  – pego o bolo em cima da mesa.

— Tome cuidado com esse bolo Artur ou eu vou te...

  Finjo tropeçar e o Miguel falta pular no chão, gargalho andando em direção da porta enquanto um funga e o outro xinga atrás de mim.

🍷🗿

Fiquei com saudade de escrever, então saiu isso.

A segunda parte sai um dia kkkkKKK (amanhã)
Serão só duas partes, será que alguém ainda tem esse livro na biblioteca mesmo depois de ter lido? Kkkkk