Capítulo quarenta

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Os rebeldes também se assustaram, não esperavam a intervenção tão rápida. Todo esse caos durou menos de dez minutos. Mesmo sendo um casamento real e necessitando de segurança máxima, o exército se mantém espalhado pelo país para evitar invasão por fronteiras e outros tipos de problemas. Já o castelo é protegido por uma parte menor dos soldados, além da guarda real. Infelizmente, boa parte da guarda real era infiltrada.
  Aproveito a deixa e volto com Sam para baixo da mesa onde está Cole.

  — Você está bem? - pergunto verificando o pulso.

  — Não. - ele tosse um pouco, mas percebo o tom zombeteiro em sua voz.

  — Vamos. Me ajude Sam. - levantamos Cole, que está fraco por ter perdido muito sangue.

  Após alguns instantes, o massacre está contido. Meu pai está a frente de tudo. Quem não morreu, fugiu.
  Vejo meu pai dando ordens. Paro em frente a ele e faço continência.

  — Você decide. Ou fica e participa da nova ordem ou foge. - ele me olha sério.

  Nova ordem?
  Nova... Ordem?

  Olho em volta.
  Tudo parece organizado.
  Como contiveram tão rápido o massacre?
  Isso foi... Planejado?

  — Isso foi planejado? - pergunto a ele, percebendo tudo.

  — Você foi uma ótima escuta. - ele aponta para minha pistola.

  Olho para minha arma, agora descarregada. Escondido estava um pequeno microfone.

  — Eu estou... - fico sem palavras.

  — Não foi tudo planejado, embora você pense que sim. Na verdade, o objetivo era apenas ficar de olho em você. Quando começou a se envolver com o príncipe e os rebeldes pensei em intervir e evitar que o pior acontecesse, mas fui mais esperto. O maior golpe de estado que eu poderia dar começou por você. - ele diz, simplesmente.

  — Mas... Então, agora você vai assumir?

  — O rei e a rainha estão mortos. A elite do país também. O poder militar é o próximo para comandar o país, além disso, depois de controlar perfeitamente o massacre, a população também está do nosso lado. - ele responde. — Não existe mais linha de sucessão, o caminho está livre, graças a vocês.

  — Os príncipes herdeiros ainda estão vivos.

  — Estão? - ele responde, debochando.

  — Não, não estão.

  Entendo a mensagem. Ele está me dando a oportunidade de fugir com os dois.

  — Por que está fazendo isso? - questiono.

  — Você não pode me agregar mais. Estou te dando sua tão sonhada liberdade, mas apenas se prometer nunca deixar que eles retornem. - ele aponta para os príncipes com a arma. — Você também pode escolher ficar, mas eles morrem.

  — O senhor não poderia ser mais claro. - vou para dar apoio a Cole e sair o mais rápido possível.

  — Seu carro está lá fora. - foram as últimas palavras que ouvi de meu pai.

A GuerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora