POV Sam
Já se passaram sete anos desde o dia em que nossa vida mudou. Bronwyn e Cole agora se passam por meus pais, é engraçado. São quase pais normais exceto que tem um espírito rebelde indomável.
Nesse exato momento estou voltando da escola. Nosso presidente está prestes a fazer um pronunciamento importante e nós nos sentaremos na sala de casa para assistir. O tempo regrediu em Ilhéa, mas no resto do mundo ele continuou correndo, não existem príncipes, princesas, tecnologia ultrapassada.
— Como foi a aula? O pronunciamento já vai começar. - diz Bronwyn, enquanto ajeita o vestido no corpo e se senta em frente ao sofá, ao lado de Cole.— Senta aí. - Cole bate no assento, me convidando.
"Boa noite a todos. O pronunciamento de hoje tem como objetivo informar que, infelizmente, uma guerra se inicia hoje contra os Estados Unidos da China, popularmente conhecido como Ilhéa. O ditador de lá deseja uma porcentagem de nosso território e não estamos dispostos a ceder. Mais informações serão passadas para os soldados convocados ao decorrer dessa semana. Devemos lutar por nosso país. Obrigado."
— Mas que inferno! Não vamos fugir de guerra nunca? - Bronwyn exclamou com raiva enquanto se levantava do sofá.
— A gente bem que podia mudar de país novamente... - Cole diz. — Já tivemos guerra demais pra uma vida.
— N...Não. - eu finalmente me levanto e digo. — Isso é o destino. Devemos retomar nosso país.
Eles me olham assustados.
— Querido, temos uma boa casa. Boas condições... Não podemos viver com essa síndrome de heroísmo. Se quisermos paz, precisamos ficar em silêncio. - Bronwyn se amansa.
— Talvez ele esteja certo. - Cole retruca. — Você pode ficar se quiser Brownie, ou ir embora, sei lá. Mas talvez eu e Sam precisemos disso. Eu fui um covarde em fugir, primeiro fugi de como as coisas eram buscando uma vida melhor pro meu povo, agora, deixei meus súditos na mão de um ditador. - ele resmunga passando as mãos pelo rosto. — Não. Nós precisamos de um plano, somos herdeiros legítimos e, mesmo que o povo não queira que eu ou Sam fiquemos no poder, precisamos restaurar a paz para os nossos.
Bronwyn cruza os braços e reclama.
— Somos família. Onde vocês forem, eu irei. - ela diz se retirando da sala e subindo a escadaria.
— Ela não resiste a uma revolução. - respondo determinado, com um leve sorriso no rosto. — Se você não quiser, quando eu for maior de idade, posso ser o rei ou seja lá o que for.
— A gente decide isso depois. Agora, vamos ver.
— Talvez eu tenha uma fanfic mental de como isso funcionaria, mas só talvez. - Bronwyn desce novamente, com um mapa de Ilhéa rabiscado.
— A guerra foi a oportunidade perfeita, vamos nos aliar ao presidente e pedir ajuda. Ofereceremos alianças valiosas caso tudo dê certo. - Cole responde, passando os olhos pelos papéis rabiscados de Bronwyn.
Meus "novos pais" são mesmo muito interessantes, não desperdiçam uma revolução.
Posso ver o sorrisinho no rosto deles, apesar da resistência (que durou muito pouco, diga-se de passagem).
Espero que as aulas de Bronwyn sobre como me defender de valentões sejam úteis.

VOCÊ ESTÁ LENDO
A Guerreira
FanficMesmo sendo uma garota, meu pai nunca me enxergou dessa forma. Assim, me vestiu de homem e me mandou para a guerra. Meu nome é Bronwyn, tenho 18 anos e fui obrigada a agir como uma selecionada.