Capítulo quatorze

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Quando decidimos seguir nosso caminho de volta para "casa" ouvimos um barulho.

  — O que foi isso? - pergunto a Cole.

  — Espero que não seja... - um som alto o interrompe e ouvimos sirenes. — Ok, estou errado, definitivamente é uma batida. - ele segura meu pulso e me puxa para baixo.

  — Tipo uma batida policial? - ando abaixada ao lado dele.

  — Sim. Estamos fazendo coisas ilegais, lembra?

  Meus olhos se arregalam. Estive tão focada na diversão que esqueci que já passamos do toque de recolher e que a luta e o show eram proibidos.

  — Vamos ter que fazer o caminho mais longo. - ele diz atravessando uma mata quase que fechada.

  — Você sabe para onde estamos indo? - ainda seguindo ele.

  — Não. Você sabe? - ele ri.

  — Não, mas não parece seguro.

  A mata vai ficando cada vez menos densa e nos deparamos com uma rua estreita. Não há nenhuma luz, apenas a do luar.

  — Acho que é aqui que a parte mais pobre do país vive... - digo analisando as pequenas casas aparentemente construídas as pressas.

  — Eu nunca tinha vindo até aqui... - Cole olha incrédulo para o lugar.

  O cheiro era desagradável e, aparentemente, não somos os únicos a passar do toque de recolher. Nas ruas, mulheres semi nuas tentam vender seus corpos a troco de míseros trocados. Uma delas vem a direção de Cole.

  — Quer um pouco de diversão, queridinho? - ela diz a ele.

  Ele estava sem palavras, pude ver isso nos olhos dele.

  — Você precisa de dinheiro? - ele pergunta.

  — Estou trabalhando meu bem. - ela responde.

  Em seguida, Cole enfia as mãos no bolso da jaqueta e entrega a ela alguns trocados que estavam ali. Sem nenhuma palavra a mais, ele pega minha mão e continua andando até o caminho do castelo.
  Não tentei falar sobre isso. Fiquei tão incrédula quanto ele. Não posso acreditar que existem pessoas vivendo nessas condições. Seguimos o restante do percurso em silêncio.

A GuerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora