Cap.37

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-- Sara, você sabe que eu não sei lutar de verdade, não é? -- Astra sussurrou conforme se aproximavam das garotas da mini arquibancada.

-- Não iremos lutar, Astra, é só para fazer igual sempre e, bem, seu porte ajuda. -- Ela disse rindo, adotando a expressão séria e impassível assim que parou de frente para as garotas, fazendo até mesmo Astra se surpreender com tamanha mudança de humor em tão poucos segundos.

-- Algum problema? -- Beatrice perguntou e Sara umedeceu os lábios.

-- Eu realmente não ligo para que merda de lugar vocês estão sentando, já que ainda sou eu que mando nessa merda, mas conheço vocês o suficiente para saber que querem falar comigo. -- Ela disse solenemente. -- Para terem vindo até aqui deve ser algo importante. -- A loira maior ajeitou o cabelo e se levantou, ficando cara a cara com Sara, porém mais alta, afinal estava em cima da arquibancada.

-- Você manteve uma riquinha em segredo. -- A garota disse cruzando os braços. -- Sabe bem o quanto adoramos assustar uma.

-- Ela está comigo. -- Sara disse calmamente, como se aquela conversa fosse extremamente entediante.

-- Foda-se! A gente sempre faz as ricas nos conseguir algum dinheiro e alguns cigarros.

-- Vou repetir: Ava está comigo. -- Sara disse entredentes, sentindo a paciência começar a se esvair de seus poros.

-- Você ficou frouxa com ela aqui. As pessoas já não te olham com tanto medo, já que vive sorrindo para todos os lados. -- A mulher disse e Astra empurrou o ombro da mesma assim que ela se aproximou demais de Sara.

-- Sem tocar. -- Astra disse apenas duas palavras com a cara fechada, mas foi piamente respeitada quando a garota assentiu, voltando a fitar Sara.

-- Ava está para sair, não vai dar tempo de conseguir nada para ninguém, então acho bom deixarem ela em paz. -- Sara alertou.

-- O que ela te conseguiu? -- Beatrice, que ainda estava sentada, perguntou.

-- Alguns bons orgasmos. Sabe como é, não é? Não precisei forçá-la a nada, então saiu tudo mais gostoso assim. Reciprocidade é uma delícia, você deveria tentar experimentar. -- Sara falou em tom zombeteiro, fazendo Beatrice bufar em tamanha raiva.

-- Você a manteve para si, então terá que nos pagar tudo o que ela poderia ter nos dados. -- A loira disse, ganhando a atenção de Sara para si. Uma risada fria escapuliu de seus lábios.

-- Você está brincando, não é? Porque se não estiver, preciso informar que está começando a tirar a minha paciência. -- Ela disse e a loira suspirou, umedecendo os lábios.

-- Donna tinha nosso respeito e só estamos quietas porque ela pediu que obedecessemos a nova líder, mas você é fraca, não serve para esse cargo.

-- Fraca? -- Sara perguntou indignada. Ela sabia que era só estalar os dedos e quase todas as detentas estariam ali dispostas a lutarem por ela, porém ela não queria briga.

-- Olha só, queremos alguns cigarros e você deveria nos ajudar. -- A loira rebateu e Sara assentiu após alguns segundos de silêncio, sabendo que realmente a líder dali ajudava as outras acima de tudo.

-- Vou conseguir os cigarros, mas se alguém encostar um mero fio de cabelo em Ava ou simplesmente falar com ela sobre isso eu juro que...

-- Ninguém relará na galinha dos ovos de ouro. -- A loira disse e Sara suspirou, súbitamente se acalmando.

-- Acho muito bom. -- Ela disse e as outras duas levantaram.

-- Desculpe ter sentado aqui. Estávamos apenas irritadas e viemos prontas para uma briga. -- A loira disse, estendendo a mão para Sara.

-- Seria interessante ver vocês perdendo isso. -- Sara disse friamente, esnobando a mão da garota. -- Agora saiam da minha frente, vou atrás dos cigarros.

-- Obrigada. -- A loira disse, se afastando delas no momento seguinte com suas companheiras.

-- Você acha que Ava dará dinheiro para os cigarros? -- Astra perguntou assim que as garotas se afastaram o suficiente e Sara mordeu o lábio inferior, olhando com um olhar culpado para a loira.

-- Não pedirei nada a ela.

-- Sara! -- Astra disse incrédula. -- Não acredito. -- Falou, passando uma das mãos no rosto. -- Como vai conseguir cigarro para tudo isso de detentas? -- A mais baixa comprimiu os lábios e Astra negou com a cabeça. -- Não. Não... nem pense nisso!

-- Eu não tenho outra opção, Astra! -- Sara disse e a loira começou a caminhar irritada para longe de Sara. -- Hey! Espere... -- A menor gritou, vendo Astra parar bruscamente e se virar para ela com o olhar enfurecido.

-- Você poderia não dar a porcaria dos cigarros para elas. -- Astra disse e Sara negou.

-- Eu não permitirei que toquem em Ava. -- Sara avisou. -- Não posso deixar que a machuquem. Não posso e não irei!

-- Ou seja, não será a madrinha do meu casamento. -- Ela disse irritada.

-- Tenta me entender... -- Sara pediu cautelosamente. -- Tem apenas alguns dias para ela sair e...

-- E nada! Diz para ela que você precisa desse dinheiro e tenho certeza de que ela te ajudará com esses malditos cigarros. -- Astra disse irritada e Sara negou freneticamente.

-- Não vou fazer isso. -- Sara rebateu.

-- Céus, Sara! Ela é podre de rica e pode resolver isso. -- Astra disse. -- Ela pode resolver isso e também pode resolver...

-- Não! -- Sara rebateu. -- Ela pensou que eu fosse uma interesseira algum tempo atrás. Não quero que esse pensamento volte a surgir em sua mente. Eu não me importo com o dinheiro dela, só quero o seu bem.

-- E quanto ao seu bem?

-- Não vou ficar aqui discutindo isso. -- Sara resmungou e Astra riu com frieza.

-- Eu amo você como uma irmã e Charlie muito mais, mas não posso ficar parada aqui vendo você se ferrar por ser orgulhosa.

-- O que vai fazer? -- Sara perguntou temerosa.

-- vou dizer a ela sobre a merda dos cigarros e que ela não precisa esperar trezentos anos para que você saia.

-- Não se atreva! -- Sara gritou ao ver Astra correr em direção à sua cela.

-- Onde está Ava, Mona? -- Astra perguntou assim que invadiu o local e Sara segurou seu braço, a olhando com uma súplica silenciosa para não contar nada.

-- Uh, não sei. Uma policial a chamou há alguns minutos e ela foi. Ainda não voltou. -- Mona disse, se levantando da cama. -- Posso ir?

-- Pode. Está tudo bem, não se preocupe. -- Sara informou e Mona sorriu aliviada, pedindo licença antes de sair dali.

-- Não me olhe assim. -- Astra disse de braços cruzados ao ver Sara voltar a lhe fitar com súplica. -- Eu direi tudo a ela. Não esconderei mais nada.

-- Por fav...

-- Temos quase todo o dinheiro para você sair dessa merda. -- Astra a cortou. -- Não vou deixar que faça uma merda dessas agora que Charlie já juntou quase todo o dinheiro para a sua fiança. -- Protestou. -- Ela não vem trabalhando quase o período dobrado para pagar sua fiança para você fazer isso. Não mesmo.

-- Mas Astra...

-- Quero você como madrinha do meu casamento em alguns meses, não permitirei que estrague o meu momento. -- E dito isso Sara se calou, aceitando Astra esperar Ava.

Esperou minutos; esperou horas... Esperou e esperou, porém ela não voltou.

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Prometo que não vou demorar
😅

𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮 Onde histórias criam vida. Descubra agora