-- Você é bem corajosa. -- Mona disse. -- Ninguém aqui ousaria ser idiota com ela depois de saber que ela quase matou a antiga líder daqui. -- Comentou. -- Só não matou porque a outra se rendeu.
-- Essas informações são verídicas? -- Ava perguntou.
-- Dizem que sim. Dizem que a mulher morreu dias depois e que foi Sara quem matou, mas não levou a culpa porque soube disfarçar o crime.
-- Sara não seria capaz. -- Ava murmurou e Mona riu.
-- Você está se apaixonando? -- Perguntou. -- Porque só assim para achar que ela não seria capaz. Ela é a líder daqui, Ava .
Ava ficou quieta. Não discutiria sobre sua opinião com mais ninguém, afinal ninguém ali conhecia Sara como ela. Estava ali há pouco tempo, mas apesar disso ainda era a pessoa que mais conhecia Sara ali. Claro que possivelmente Charlie e Astra conheciam melhor a garota e exatamente por isso elas não discutiam sobre Sara. Ninguém entenderia.
-- Não estou me apaixonando. -- Ava disse. -- Mas gosto muito dela.
-- Três semanas e já está caidinha. -- Mona disse rindo, soltando um pequeno ronco junto.
-- Não estou muito bem para humor hoje, Mona. Desculpe. -- Ava disse tristemente, sorrindo fraco antes de caminhar até sua cela.
Naquele dia a luz do sol não faria diferença. Era para ser um dia feliz, ela havia organizado em sua agenda aquela data havia meses. Sua sobrinha completava três anos e ela sequer poderia dar um abraço, quem dirá aquele monte de coisas que havia organizado.
Ela se sentou em sua cama e se pôs a chorar baixinho, se perguntando aonde havia errado em sua vida para estar pagando um preço tão alto. Sua advogada não voltara a dar notícias, muito menos sua irmã.
Como será que Violet estaria? Será que ela perguntara sobre Ava ? Diana teria lembrado de comprar o unicórnio para a menina em seu nome?
Com o coração destroçado Ava apoiou o rosto nos joelhos, abraçando as pernas para chorar em posição fetal. Ela sempre brigava com seus irmão. Como não brigar? Ele era bastante irresponsável. Claro que tinha apenas vinte anos, porém tinha uma filha para quem devia responsabilidade e muita das vezes não a exercia, deixando o cargo vago para Ava .
A garotinha era mais apegada à sua tia Ava do que ao próprio pai. Apesar de tantas brigas, Ava e Nate haviam passado horas organizando aquele dia. Algo que jamais se repetiria. Nem Violet completaria três anos outra vez e nem Ava teria seu irmão para organizar algo em conjunto. O nó se apossou de sua garganta e ela desabou em um choro intenso, porém parou quando sentiu uma mão em seu ombro.
-- É hoje o aniversário que você citou, não é? -- Sara perguntou, ignorando toda a frieza do decorrer da semana e Ava assentiu, tendo seus olhos inchados e avermelhados.
A menor suspirou e se sentou ao seu lado, trazendo-a para seus braços em uma abraço apertado. Ava não hesitou, se deixando cair em um choro forte, tendo seu rosto enterrado na curva do pescoço da menor.
-- Sh... -- Sara sussurrou e Ava a abraçou ainda mais forte, deixando suas defesas abaixadas.
-- Eu cuidava dela como uma mãe. -- Ava disse em meio ao pranto e Sara suspirou. -- Eu contava histórias e brincava com ela. Eu... sinto tanta falta dela.
-- Como ela é? -- Sara perguntou, querendo entreter a mais alta. Ava fungou e respirou fundo, pensando no que diria.
-- Ela é doce, divertida. -- Começou, se lembrando da pequena figura. -- Ela tem a cor dos meus cabelos e dos olhos. -- Ava disse, enxugando algumas lágrimas antes de se esquivar do abraço de Sara para olhá-la. -- Ela é tão esperta para sua idade, você precisa ver, Sara... -- Sara suspirou, vendo um brilho lindo cintilar nos olhos da mais alta.
-- Ela parece adorável. -- Sara disse e Ava sorriu finalmente.
-- Céus, ela é. -- Ava disse e Sara repuxou o canto dos lábios em um meio sorriso.
-- Gostaria de falar com ela? -- Sara perguntou e Ava assentiu tristemente. -- Sabe que esta manhã eu consegui uma coisa... -- Sara falou, retirando algo de dentro de seu sutiã. -- Preciso devolver até as cinco, mas que tal se eu conhecer a voz dela, hm? -- Ava abriu a boca em completa surpresa ao ver um telefone celular na mão de Sara.
-- Você, uh, me emprestaria mesmo? -- Ava perguntou e Sara riu.
-- Está brincando? Você me deixou curiosa sobre essa criança. -- Sara falou e Ava sorriu. -- Só espere um minuto, vou chamar Astra para vigiar enquanto estivermos na ligação.
-- Estivermos? -- Ava perguntou confusa.
-- Você realmente acha que eu não vou dar um oi para ela? -- Sara perguntou e Ava se jogou em seus braços, a abraçando fortemente.
-- Céus, eu te beijaria agora mesmo. -- Ava comentou. -- Obrigada mesmo, Sara. Eu jamais vou me esquecer disso. -- A menor apenas assentiu um pouco sem graça por Ava ter citado beijo e logo se levantou.
-- Não precisa me agradecer. -- Ela disse, desaparecendo dali. Quando voltou viu que Ava tinha lavado o rosto e estava batendo o pé ansiosamente contra o chão.
-- E então? -- Ava perguntou em expectativa e segundos depois viu Astra parar na frente da cela, de braços cruzados enquanto Sara tapava parcialmente a visão lá de fora com lençóis.
-- Vem cá. -- Sara pediu, se sentando na cama de Ava com as costas na cabeceira, de costas para as grades e Ava se aproximou, sentindo Sara a puxar para o meio de suas pernas antes de sorrir. -- Vire-se para a frente. -- Sara disse rindo, vendo que Ava estava paralisada fitando seus lábios. -- Sua irmã tem alguma rede social ou algo que dê para fazer vídeo-chamada?
-- Tem. -- Ava respondeu e Sara sorriu.
-- Então coloque ela na linha. Faremos uma vídeo-chamada. -- Sara não podia entender o tamanho do sentimento que despertou em Ava ao ajudá-la com aquilo e, mesmo brigadas, era bom demais voltar a estar entre os braços da mais velha.
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𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮
RomanceO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo Inocente? Ava Sharpe não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...