Cap.7

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Ava  colocou o sorriso mais bonito que tinha em seu rosto, falso, porém ninguém saberia. Sara pedira que sorrisse para disfarçar, então ela o faria.

O caminho até a cela de Sara pareceu eterno e ela fez como a maior pediu: Deixou muitas detentas verem ela entrando no local. Astra  ergueu a cabeça e se levantou ao ver Ava  ali.

-- Vou procurar a Alex. Fechem o lençol que eu deixo o aviso ali fora e chamo alguma idiota para avisar se vem alguém. -- Astra  disse antes de se retirar. Sara pulou da cama de cima e puxou o lençol, tampando a visão delas para o lado de fora e Ava  engoliu em seco.

-- Ela, huh, é sua companheira de cela? -- Ava  perguntou e Sara negou.

-- Não divido a cela com ninguém. Astra  divide a cela com alguma idiota por aí. -- Ela disse e Ava  suspirou, vendo que seu pé começava a tremer de ansiedade.

-- O que eu vim fazer aqui? -- Ava  perguntou e Sara lhe olhou, encostando as costas no beliche antes de cruzar os braços e sorrir, erguendo uma sobrancelha.

-- Huh, na verdade não. -- Sara assentiu e apontou para a cama de baixo.

-- Pode ficar nela por enquanto e tenho alguns livros embaixo do beliche. Pode ler algum se quiser, vamos ficar aqui por algum tempo para acreditarem que estamos transando.

Ava  se sentiu aliviada internamente, mas centenas de dúvidas rodeavam sua mente.

-- Por que está fazendo isso? -- Ava  perguntou cuidadosamente.

-- Me chamo Sara . -- A outra disse aleatoriamente.

-- Não perguntei seu nome. -- Ava  contestou e só então se lembrou com quem falava.

Ela tinha que perder essa mania de falar tudo o que realmente queria, já não era mais a chefe milionária, agora era apenas uma novata, estúpida o suficiente para ter respondido malcriadamente a pessoa mais temida de toda a prisão.

-- Eu sei exatamente o que me perguntou, não sou surda. -- Sara disse secamente. -- Acontece que não quero responder.

-- Desculpe. -- Ava  pediu, se abaixando para procurar um livro para ler. -- Céus, eu adoro este livro. -- Ava  disse com os olhos brilhando ao ver um livro de romance policial entre a pilha de livros. -- Eu me lembro de ter lido ele uma cinco vezes.

-- Estamos quites. -- Sara falou, se encostando na parede para ter uma visão melhor de Ava .

-- Eu esqueci de pedir livros para minha irmã me trazer, então não tenho nada para ler. -- Ava  disse, lendo capa por capa.

-- Pode levar qualquer um que quiser. -- Sara disse e Ava ergueu a cabeça, fitando a garota.

-- Obrigada. -- Ava  falou sinceramente. -- Eu sei que não quer falar o porquê de estar fazendo isso, mas significa muito para mim. -- Sara assentiu e Ava  voltou a fitar os livros.

-- Estou lendo este. -- Sara disse ao ver Ava  passar pelo livro de poemas de uma autora que conhecia.

-- Você gosta de poemas? Estou surpresa. -- Ava  disse sorrindo e pôde ver o início de um sorriso querer dar as caras na feição de Sara .

-- Leio de tudo, não me restrinjo aos gêneros. Se a sinopse chamar a minha atenção você terá a minha leitura ou se eu já conhecer o autor e tiver gostado de algo dele, apostarei minhas fichas em seus livros. -- Ela respondeu e Ava  assentiu.

-- Já o li, mas adoro. Pode continuar lendo, só que em voz alta? -- Ava  perguntou e Sara pareceu pensativa.

-- Podemos revezar nisso? -- Ela perguntou e Ava  assentiu, um pouco surpresa por isso, se deitando na cama de baixo e vendo Sara subir para a de cima com o livro. -- Não se acostume com isso.

-- Entendido. -- Ava  disse rindo.

-- Só estou fazendo porque amo ler e não porque me pediu. -- Sara disse friamente.

-- Eu sei. -- O silêncio predominou por alguns segundos, até a voz rouca preencher o ambiente.

-- E no amor encontrei-me instável, e no amor encontrei-me segura, o amor já foi minha desgraça, entretanto, também já foi a minha cura. -- Ava  sorriu ao ouvir a voz sempre rude soar doce e cheia de vida ao recitar o poema.

-- Ao amor me dei, por amor chorei, mas apesar de tantas controversas, jamais esqueci a quem com a alma amei. -- Ava  disse junto com Sara , afinal amava aquele poema.

O silêncio se instalou no ambiente após aquilo. Sara queria continuar lendo, mas sem entender o porquê, estava receosa. Ter ouvido Ava  dizer algo com tanta paixão a fez sentir-se estranha.

Levava a vida toda solitária para permitir se encantar por uma desconhecida.

Enfrentaria uma prisão inteira de detentas, mas fugiria de um sorriso doce da menor.

-- Que tal se formos ao pátio? -- Sara disse após alguns minutos. -- Já ficamos alguns bons minutos aqui. Pelo menos uma rapidinha dava para ter dado, pensarão que foi isso.

-- Huh, tudo bem. -- Ava  disse, saindo da cela apenas para ver a policial Charlie  sorrindo para Astra . Ela achou estranho, mas cada um com sua vida, pensou.

Sentiu seus batimentos se desalinharem quando entre seus dedos os dedos de Sara se enroscaram, puxando-a para o pátio.

Ava, pela primeira vez, vira aquele caminho pela visão de Sara : Conforme iam passando, todas as detentas abaixavam as cabeças ou desviavam os olhares.

-- Por que elas têm tanto medo de você? -- Ava  perguntou em um sussurro e se surpreendeu ao ouvir uma risada baixa e rouca vinda da maior.

-- Você pergunta demais. -- Sara disse, subindo na mini-arquibancada de madeira e puxando Ava para seu colo assim que se sentou.

-- Vou precisar andar, huh, com você sempre agora? -- Ava  perguntou envergonhada.

-- Só nesses primeiros dias para deixarmos todas cientes de que não devem tocar em você. -- Lance  disse e Ava  assentiu, passando um braço por seu pescoço, temerosa, apenas para ficar mais confortável na posição. -- Depois você poderá voltar para as suas amigas e ir em minha cela só de vez em quando para não levantarmos suspeitas.

-- Eu gostaria de saber um dia por que você está fazendo isso por mim. Me dirá? -- Ava  perguntou e Sara suspirou, assentindo.

-- Um dia, Sharpe . -- Sara disse, olhando em volta apenas para ver três líderes de cada grupo juntas, se aproximando delas com Beatrice.

-- O que foi? -- Ava  perguntou confusa ao ver a maior apertar Ava contra seu corpo.

-- Não ouse sair de perto de mim em hipótese alguma. Entendido? -- Sara perguntou solenemente e Ava  assentiu, preocupada. Sara respirou fundo e colocou a expressão mais inflexível em seu rosto.

As líderes nunca se juntavam, algo de bom não viria dali.

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Corre que o boi tá puto kkkkk

Vou postar mais hoje pra felicidades das gays 🥳🥳

𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮 Onde histórias criam vida. Descubra agora