Cap.11

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Maratona 2/5

Conforme cada página era engolida pelo cérebro de Ava, Sara assistia cada reação da menor, que estava deitada em sua cama enquanto Sara estava apoiada na grade do lado de fora, vendo o movimento dos corredores e, disfarçadamente, admirando Ava .

Um riso gracioso chamou a atenção de Sara , que até tentou ignorar, mas não conseguiu.

-- O que está lendo? -- Sara perguntou e Ava  abaixou o livro e ergueu a vista para Sara , vendo-a de braços cruzados do lado de fora.

-- Uma comédia romântica. -- Ava  disse e Sara assentiu. A maior percebeu que Sara iria dizer algo, porém fechou a boca sem proferir palavra alguma. -- Já leu esse? -- Ela perguntou, erguendo o livro para Sara ver a capa alaranjada e amarelada, onde continha duas mulheres.

-- Já li todos eles. Esta semana chega mais livros que pedi. -- Sara falou e Ava  assentiu.

-- Posso pedir alguns também. Só preciso esperar minha irmã vir me visitar. -- Ava  disse e Sara deu um passo para dentro da cela.

-- Ela ainda não veio te ver ou estou enganada?

-- Veio no dia que cheguei, mas ela anda ocupada com algumas coisas importantes. -- Ava  disse, colocando o marcador de páginas no livro antes de fechá-lo.

-- Quanto tempo você, uh, pegou? Você disse à médica que não pode ter a pena reduzida. -- Sara falou, entrando de vez na cela antes de encostar na parede, parando de frente para Ava .

-- Vinte e dois anos. -- Ava  disse, vendo Sara arregalar os olhos. -- E você?

-- Não te in...

-- Para com isso. -- Ava  pediu, vendo os olhos azuis a encararem após terem fitado o chão. -- Está claro que você quer conversar comigo e se aproximar. Eu não sei por qual razão você precisa tentar manter sua pose de durona, mas comigo isso realmente não está funcionando. -- Sara bufou.

-- Não é uma pose. -- Sara falou e Ava  riu baixinho.

-- Tudo bem, mas mesmo que você seja assim, comigo não está funcionando. Está ficando vergonhoso você tentar me evitar, mas sempre puxar assunto.

-- Eu não sei por que eu ainda ouço o que você diz. -- Sara reclamou e Ava  riu, levantando rapidamente da cama para prender os dois braços ao redor de Sara , impedindo que ela voltasse a sair.

-- Não precisamos ser amigas, se é isso que teme, porém tampouco precisamos ser duas desconhecidas, Sara . -- Ava  falou e Sara olhou para os braços magros ao seu redor.

-- Você realmente não tem medo de mim, não é? -- Sara perguntou com o músculo do maxilar enrijecido e Ava  sorriu.

-- Às vezes, mas cuidando de mim e se preocupando comigo do jeito que você faz fica difícil manter em mente que preciso ter medo de você. -- Sara suspirou e a fitou.

-- Só senti pena de uma pobre coitada que seria vítima de Beatrice. -- Sara disse e Ava  sorriu. Qual era o problema dela que, não importava o que Sara falava, sempre sorria?

-- Você se preocupou mais cedo com a minha alimentação, Lance. Você realmente precisa melhorar seus argumentos. -- Ava  disse e Sara a empurrou.

-- Eu não preciso melhorar porra nenhuma. -- Sara disse exasperada e Ava  encolheu os ombros.

-- Como quiser. -- Ava  falou, voltando a se deitar em sua cama e retornando para sua leitura. Os olhos azuis fitaram a decepção estampada no rosto da maior e logo ela bufou.

-- Não precisamos ser amigas se conversarmos? -- Sara perguntou e Ava  a fitou.

-- Não quero mais conversar com você. -- Ava  disse, voltando a olhar para o livro.

-- Por quê? Você queria até trinta segundos atrás. -- Sara disse confusa.

-- Você precisa aprender que nem tudo é como você quer. -- Ava  rebateu e Sara bufou.

-- Eu não sei porque perco o meu tempo com você. -- Sara disse bufando, saindo da cela novamente e voltando a cruzar os braços.

Ava  se escondeu atrás do livro apenas para sorrir. Decifrar Sara era fácil demais e, em apenas alguns dias, ela não entendia como todas as detentas temiam aquela garota.

Ela viu como a menor bufava a cada cinco segundos e sabia que estava com seu ego ferido, então fez algo para a outra restabelecer a paz interior.

-- Sara ? -- Ava  chamou e a garota colocou a cabeça para dentro da cela. -- Está entediada?

-- Por qual outra razão eu teria puxado assunto com você? -- Sara disse e Ava  sorriu. A resposta grossa já era imaginada.

-- Quer ler comigo? -- Ava  perguntou e Sara piscou lentamente, cética. -- Já disse, não seremos amigas. -- Falou, deitando mais para o canto e Sara assentiu, se deitando ao seu lado.

-- Em qual parte está? -- Sara perguntou.

-- Na parte onde o meninão é descoberto pelas amigas da protagonista. -- Ava  disse e Sara riu.

-- Eu adoro esse livro. -- Ela disse e Ava  se permitiu contemplar sua beleza de perto. Não foi uma olhada de soslaio, foi uma olhada daquelas que deixam bem claro para você que está sendo observada. 

-- Não vai mesmo me dizer quanto tempo pegou? -- A loira perguntou e Sara a fitou.

-- Sempre insistente assim? -- Ava  sorriu e aquiesceu.

-- Sempre. -- Respondeu sorrindo e Sara bufou.

-- Sete anos, mas já cumpri três e por bom comportamento já reduzi mais dois. -- Ava  sorriu ainda mais e se virou de lado, ficando de frente para a outra.

-- Bom comportamento, hm? -- Ava  perguntou provocando enquanto o sorriso enfeitava seus lábios. -- Não estou surpresa.

-- Não está? -- Sara perguntou surpresa e Ava  meneou a cabeça.

-- Não. Eu não sei por que as garotas temem você, mas já percebi que você é boa.

-- Ninguém nunca ousou cruzar o meu caminho aqui dentro para eu provar o contrário. -- Sara disse friamente e Ava  sorriu com a língua entre os dentes.

-- Eu ousei. -- Ava  disse rindo baixinho. -- Te desafio o tempo inteiro, não percebeu? E ainda assim você não fez nada.

-- Talvez eu não queira fazer nada. -- Sara falou e Ava  fitou seus lábios. Deveria ser delicioso beijar aquela boca.

-- É nisso que eu queria chegar. -- Ava  disse, fitando-a. -- Por que comigo é diferente? -- Sara se obrigou a fitar apenas seus olhos, porém a forma como os olhos de Ava  estavam fixos em seus lábios não estava ajudando muito em sua concentração. A maior suspirou rendida e começou:

-- Você me ajudou... -- O barulho de um cassetete atingindo as grades atraiu a atenção de ambas.

-- Sharpe , você disse que iria à enfermaria e já está quase na hora das celas se fecharem. Então vá. -- Uma policial loira requisitou e Ava  assentiu.

-- Me conta depois? -- Ava  sussurrou e Sara negou, se levantando.

-- Não tenho nada para contar.

-- Sara ! -- Ava  disse e Sara cruzou os braços.

-- Estão te esperando. -- Ela disse e Ava  bufou, mas deixou o livro sobre a cama e saiu.

Sara iria lhe contar, droga! Mas apesar de Sara ter mudado de ideia em relação a dizer, Ava  não desistiria fácil.

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Aí ai 😌

𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮 Onde histórias criam vida. Descubra agora