O mundo era agitado lá fora; sirenes disparadas anunciavam que alguma emergência havia ocorrido, buzinas ansiosas demonstravam o estresse do trânsito diário, o barulho das vozes aleatórias nas ruas era insuportável para uma mente cansada, por tal razão Ava suspirou em alívio assim que entrou em seu apartamento, fechando a porta e jogando as chaves sobre a mesa, colocando o celular ao lado das mesmas.
Ali dentro tudo era paz, o barulho desapareceu e, o melhor, Sara apareceu sorrindo ao ter ouvido a porta ser fechada. Sem dúvida aquela era a melhor parte de seu dia, aquela onde ela voltava para Sara.
-- Oi. -- Ava sussurrou sorrindo, percorrendo os olhos pelo corpo de Sara, que usava uma blusa larga e provavelmente apenas uma calcinha por baixo. Seus cabelos estavam úmidos, indícios de que ela havia tomado um banho recentemente.
-- Demorou. -- Sara disse, se aproximando de Ava e enlaçando seus braços pela cintura da mais alta.
-- Odeio o trânsito. -- Ava falou, depositando um beijo manso sobre os lábios rosados de Sara.
-- Acabei de receber um telefonema. -- Sara anunciou suspirando pesadamente ao encerrar o beijo.
-- De quem? -- Ava perguntou de cenho franzido.
-- Da empresa que ficou de me dar uma resposta. -- Ela replicou, vendo Ava lhe lançar um sorriso animado.
-- E então? -- Ava questionou em expectativa.
-- Não consegui. O gerente disse sentir muito, mas por minha ficha... -- Ava deixou seus ombros caírem ao ouvir aquilo.
-- Hey, não fique triste, amor. Você vai conseguir! -- Tentou animar Sara, não obstante, o sorriso fraco da maior mostrava que Ava falhara em tentar animá-la.
-- É a sétima empresa que me recusa esse mês por isso, Ava! -- Disse com profunda chateação. -- Eu só preciso de uma única chance, céus!
-- Você vai conseguir, Sara, eu juro, só seja paciente, está bem? -- Ava pediu, levando uma mão até o rosto da maior para acariciar a região.
-- É que, você sabe, é muito desconfortável para mim estar aqui sendo praticamente bancada por você. -- Informou, vendo Ava assentir. -- Eu não gosto disso.
-- Eu sei e nós já conversamos sobre isso, minha vida. -- Ava murmurou, encostando sua testa na de Sara. -- Eu não me incomodo com isso, pelo contrário, adoro a sua companhia, além do que, você super me ajuda com a Violet. -- Afirmou. -- Céus, eu nem sei o que seria de mim sem você me ajudando a cuidar dela.
-- Eu ajudo com prazer. -- Sara afirmou. -- Adoro aquela criança.
-- Eu sei e é esse um dos motivos de eu te amar tanto. Você tem um coração enorme e, sobretudo, é tão boa, tanto para mim quanto para ela. -- Sara se inclinou e, ainda triste, depositou um beijo no rosto de Ava. -- Olha para mim! -- A mais alta pediu quando viu Sara fitar o chão.
-- Sim? -- Sara disse.
-- Você sabe que eu não faço questão desse dinheiro, e realmente não preciso, mas eu sei que você é teimosa demais para deixar isso para lá. -- Comentou rindo baixinho.
-- Ainda bem que sabe. -- Sara comentou levemente molesta, ganhando um sorriso sincero de Ava.
-- Eu já falei, mas vou repetir... -- Disse em um tom calmo, encarando as orbes azuis com toda adoração que habitava seu ser. -- Você tem o resto de nossas vidas para quitar essa dívida, amor, não precisa de pressa. -- Falou e Sara até tentou, porém um esboço de sorriso dominou sua expressão.
-- Você me desarma, droga! -- Sara comentou, ouvindo a risada de sua namorada preencher sua audição.
-- Isso é bom. -- Ava comentou sorrindo. -- Promete não ficar triste por não conseguir emprego? -- Sara ponderou alguns segundos, contudo, diante do olhar de súplica de Ava ela acabou se rendendo.
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𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮
Roman d'amourO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo Inocente? Ava Sharpe não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...