Maratona 4/5
Esse era o medo de manter proximidade com Ava : Uma hora ela baixaria sua guarda e a outra perceberia algum deslize.
-- O quê? -- Sara perguntou incrédula. -- Você enlouqueceu?
-- Como sabe sobre o meu pai? -- Ava voltou a perguntar com solenidade. -- Os olhos azuis se fecharam para a menor enxaguar o condicionar de seus cabelos.
-- Eu não colocaria uma estupradora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Normani puxar sua ficha. -- Sara falou e Ava a olhou cética.
-- Você viu o crime que fui acusada? -- Ava perguntou incrédula.
-- Vi. -- Sara disse naturalmente.
-- E mesmo assim me mudou para sua cela? -- Indagou surpresa.
-- Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Beatrice. -- Sara disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas, haviam esquecido de pegar.
-- Por que eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? -- Ava perguntou cética e Sara bufou.
-- É a porra da polícia federal. Eles sabem tudo sobre você. -- Sara disse e Ava aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Sara e pegou a toalha de sua mão, vendo a menor desviar os olhos para outro lugar qualquer.
-- Quantos anos você tem? -- Ava perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.
-- O suficiente.
-- Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? -- Ava perguntou e Sara suspirou.
-- Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. -- Sara disse e Ava assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.
-- Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? -- Ava perguntou, indo para o vestuário apenas para se vestir rapidamente.
-- Mas seria um começo. -- Sara alertou.
-- Então tenho um belo começo de amizade com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. -- Ava disse sarcástica e Sara revirou os olhos.
-- Vinte e seis. -- Sara disse por fim e Ava ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.
-- Doeu? -- Ava perguntou sorrindo e a menor franziu o cenho. -- Dizer sua idade. Doeu?
-- Quase. Qual a sua? -- Sara perguntou.
-- Não viu na minha ficha? -- Ava perguntou debochadamente e Sara revirou os olhos, terminando de se vestir antes de marchar a passos duros para sua cela, deixando Ava sozinha ali.
A outra riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para a sua cela.
-- Desculpe. -- Ava pediu ao ver a menor penteando seus cabelos com uma carranca. -- Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.
-- Não soou. -- Sara disse seriamente e Ava assentiu.
-- Tenho vinte e quatro anos. -- Ava mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. -- O que mais viu em minha ficha? -- Ela perguntou temerosa.
-- Nada. Só o fato de saber seu crime.
-- Não foi meu crime, mas entendi. -- Ava disse. -- E sobre meu pai, certo? -- Ava perguntou e Sara assentiu.
-- Certo.
-- Sabe o que é bem curioso? -- Ava começou, pegando sua escova de dentes em suas coisas. -- Que de todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.
-- O que está insinuando? -- Sara perguntou e Ava meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório dali.
-- Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. -- Ava disse, vendo Sara terminar de pentear seus cabelos e preensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.
Os olhos acizentados enxergaram o músculo do maxilar de Sara tensionado e os olhos azuis lhe fitarem solenemente. Seu olhar desceu para os lábios rosados de Sara antes de ela sentir sua pulsação acelerar.
-- Nunca duvide de mim. -- Sara disse firmemente e Ava foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto de Sara antes de fitá-la intensamente.
-- Então me diz, Lance ... -- Ava começou, com a voz carregada de poder. -- Se você realmente viu minha ficha... -- Umedeceu seus lábios. -- Qual foi meu crime?
Ela viu a hesitação invadir o olhar azulado e ali ela teve certeza: Sara não havia visto sua ficha.
Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Sara rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na outra.
-- Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? -- Sara perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Ava antes de roçar seus lábios nos dela. -- Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... -- Ava engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Sara . Nas esferas azuis nasceu um brilho hipnotizante aos olhos de Ava , mas ela se conteve.
-- Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. -- Ava disse, virando o rosto quando a menor sorriu vitoriosa e se inclinou. -- Sem distrações. Quero que me responda! -- Pediu com veemência e Sara a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.
-- Eu não sei a merda do seu crime, está bem? Você me pegou. -- Sara disse irritada. -- Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. -- Disse, se deitando e virando para a parede.
-- Mas...
-- Deixei algumas coisas para você comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!
Ava sorriu sem perceber ao notar que Sara continuava se preocupando com ela.
-- Sara ? -- Ava chamou.
-- Hm?
-- Obrigada. -- Agradeceu, começando a escovar seus dentes.
-- Não há de quê. -- Respondeu unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Ava não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.
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𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮
RomanceO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo Inocente? Ava Sharpe não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...