Ava sentia seu corpo inteiro exausto assim que desceu do elevador com todas aquelas bolsas na mão em plena dez e meia da noite. Sara havia insistido para comprar aos poucos, porém Ava estava maravilhada com o fato de poder comprar várias roupas para Sara devido ao preço baixo, afinal Sara insistia em devolver todo o dinheiro.
Ela deixou as sacolas no chão apenas para enfiar a chave na porta e a abrir, voltando a pegar as sacolas. Entrou em seu apartamento e soltou as bolsas no chão novamente, dando espaço para Sara entrar. De repente ela percebeu que havia se mudado havia poucos dias e enrubesceu.
-- Desculpe as caixas amontoadas no quarto que você vai ficar. -- Pediu enquanto fechava a porta. -- É que me mudei esses dias e ainda não arrumei as coisas no lugar e não quis incomodar a Rosa com isso.
-- Rosa? -- Sara indagou.
-- A senhora que contrato para limpar aqui. Ela vem todos os dias de manhã. -- Explicou e Sara assentiu. -- De qualquer forma desculpe pelas caixas.
-- Amor, não se desculpe. Esta é a sua casa e caso você não lembre eu estava presa. Passei os últimos três anos em um cubículo ligeiramente menor que o elevador desse lugar. -- Sara disse rindo e Ava se aproximou dela, enlaçando os braços ao redor de seu corpo.
-- De qualquer forma eu não deveria me desculpar mesmo. -- Ava disse rindo. -- Acabei de lembrar que ofereci minha cama para você dormir comigo e você não quis, sua chata. -- Ela falou deixando um bico enfeitar seu rosto. -- Você merece as caixas. -- Sara riu graciosamente, enlaçando os braços ao redor do pescoço de Ava.
-- Não quero me acostumar aqui e dormir com você vai me deixar subconscientemente preguiçosa e adaptada à sua casa e preciso arrumar um serviço urgentemente agora. -- Falou.
-- Não tem nada a ver. Eu dormia com você naquela cela e jamais me acostumaria a ela. -- Ava falou e Sara riu, deixando um beijo estalado no rosto de sua namorada.
-- Não discuta sobre a minha decisão.
-- Não vou. -- Ava avisou. -- Até porque estou exausta. Você me fez andar pelo shopping inteiro. Eu nunca comprei roupa em shoppings, são mesmo baratas. -- Sara riu alto ao ouvir aquilo.
-- Amor, o preço em shoppings é um absurdo. -- Sara falou. -- É que você é teimosa, então entramos em um acordo de comprar lá mesmo, mas vou sofrer para te devolver tudo. -- Falou e Ava entortou a sobrancelha.
-- Quanto uma camisa deveria valer para você considerá-la barata? -- Ela indagou. -- Só preciso reajustar meus parâmetros. -- Sara deu um leve tapa no braço de Ava antes de voltar a abraçá-la.
-- Bem... bem menos do que você acha, com certeza. -- Brincou e Ava franziu os olhos.
-- Ah! -- Exclamou. -- Esqueci de mencionar, amanhã cedo precisarei ir trabalhar e de tarde resolver algo sobre a, uh, internação da minha mãe. -- Sara assentiu já completamente ciente da situação, Ava havia lhe explicado tudo enquanto comiam. -- Vou deixar uma cópia da chave com você caso queira sair.
-- babe, você tem certeza de que eu ficar aqui está tudo bem? -- Sara voltou a perguntar. -- Sinto que estou incomodando e eu realmente não gosto de incomodar.
-- Me diz como me incomodaria o fato de eu ter a minha namorada linda e cheirosa sob o mesmo teto que eu, para eu poder beijar e abraçar quando eu quiser, hm? -- Ava indagou enquanto depositava suaves beijos sobre a pele do pescoço de Sara, fazendo a menor suspirar derrotada.
-- Vendo por esse lado... -- Sara murmurou, mordendo o lábio inferior. -- Onde fica o quarto de hóspedes? Vou levar as roupas para lá.
-- Vem que eu te mostro. -- Ava falou, se desvencilhando de Sara e começando a caminhar pelo apartamento impecavelmente organizado. Até mesmo as caixas que estavam no quarto onde Sara ficaria estavam organizadas. -- Fique à vontade. -- Ava falou assim que chegaram no quarto no início do corredor.
-- Você é bem organizada. -- Sara falou ao dar uma olhada em volta, onde tudo estava bem limpo, cheiroso e organizado.
-- Não se engane. Esses créditos vão todos para a Rosa. -- Ela disse rindo baixinho. -- Olha só, eu vou tomar um banho, está bem? Me sinto suja e preciso remover esse salto. -- Ela disse fazendo uma careta. -- Pode ficar à vontade para olhar ao redor ou fazer o que quiser. -- Falou se aproximando da garota. -- Tem certeza de que não vai dormir na minha cama? -- Ela perguntou manhosa e Sara assentiu.
-- Certo. -- Ela disse suspirando. -- Amanhã antes de ir trabalhar eu te apresento a casa, mas se tiver insônia e quiser dar uma olhada em volta... Sinta-se em casa.
-- Está bem. -- Sara proferiu, dando um manso beijo nos lábios de Ava.
-- Tem um banheiro aqui também. -- Ava falou apontando para a outra porta do quarto com paredes cor creme. Aquele quarto era o maior lugar onde Sara já havia ficado. -- Então se quiser tomar um banho também já sabe, não é? Coloquei toalha lá e as coisas de higiene pessoal também estão lá. Tem escova de dentes nova na primeira gaveta.
-- Obrigada. -- Sara disse e subitamente um sorriso malicioso se abriu no rosto de Ava.
-- Mas se for tomar banho e quiser companhia... Meu quarto fica bem no final do corredor. -- Sara riu alto e negou com a cabeça.
-- Estou com saudade também, mas estou cansada, babe. Podemos adiar um pouquinho? -- Perguntou e Ava riu, assentindo.
-- Eu posso esperar, senhorita. Foi só uma sugestão. -- Ela disse, dando um último selinho em Sara. -- Boa noite, amor. -- Sussurrou antes de se afastar dela.
-- Ava? -- Sara chamou, fazendo a garota se virar para fitá-la. -- Esqueci de mencionar, mas você de social fica maravilhosa. -- Completou sorrindo docemente.
Um pequeno rubor apareceu no rosto da mais alta ao ouvir aquilo e inevitavelmente se lembrou que no começo do dia havia ficado com medo de Sara não gostar de sua roupa.
-- Obrigada. -- Ela disse, mandando um beijo no ar antes de sair dali aos suspiros. Era esse um dos motivos de estar apaixonada por Sara: A garota prestava atenção nos pequenos detalhes.
Sara fez o que Ava sugeriu e realmente aproveitou para tomar um banho, não deixando de reparar em como a porcelana do chão era capaz de fazê-la enxergar a si mesma caso olhasse para o chão. Era quase um espelho, que contrastava com o preto e branco dos azulejos da parede. Aquilo deveria ser realmente caro.
Ela vestiu uma camisa branca que Ava havia comprado para ela dormir mesmo e apenas uma calcinha por baixo. Seu coração acelerou quando saiu do banheiro longos minutos depois e a figura de sua namorada estava sentada sobre sua cama com os olhos vermelhos pelo sono e os cabelos molhados jogados por seus ombros. Ela trajava apenas um baby doll lilás.
-- Que susto! -- Sara disse levando a mão ao seu peito. -- O que faz aqui? Não iria dormir? -- Indagou, quase suspirando ao ver o quão bela era a imagem de sua namorada sonolenta.
-- Você disse que não iria dormir na minha cama. -- Ava disse com a voz rouca pelo sono. -- Não falou nada sobre a sua. -- Sara franziu os olhos e Ava suspirou.
-- Por favor? -- Ela pediu, se levantando e deitando a cabeça no ombro de Sara. -- Só hoje? Eu estou com saudade, amor.
-- Como dizer não para esse dengo todo? -- Sara murmurou, inalando o cheiro fresco da pele de Ava. -- Não vai nem secar o cabelo?
-- Estou cansada. -- Ava disse, se afastando de Sara para coçar um olho. A menor assentiu e puxou Ava para a cama, fazendo-a deitar sobre seu peito. Aquele era, de longe, o colchão mais confortável onde já havia se deitado em toda a sua vida.
-- Você teve um dia agitado. -- Sara disse iniciando uma carícia nas costas de sua namorada.
-- Não quero dormir. -- Ava reclamou, se aconchegando mais nos braços de Sara.
-- Você precisa descansar, vida. Você está caindo de sono. -- Sara disse rindo suavemente. -- Eu não vou fugir no meio da madrugada, então durma que amanhã ainda estarei aqui com você.
-- Está bem... -- Disse sentindo-se completamente embriagada de sono graças ao seu cansaço associado às carícias que ela tanto amava de Sara. -- Obrigada. -- Ava sussurrou. -- Boa noite, babe. -- Ela disse, não demorando nem dois minutos para pegar no sono.
Sara também não demorou a dormir, ainda mais tendo o calor do corpo de Ava sobre o seu novamente após uma longa semana de noites mal dormidas sem o aconchego de sua namorada.
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𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮
RomanceO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo Inocente? Ava Sharpe não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...