Cap.17

274 40 30
                                    

As línguas se encontravam com fervura, com ansiedade, com sincronia enquanto as garotas estavam naquela cama. Haviam passado a manhã inteira se beijando e só pararam para o almoço, realização da higiene bucal e logo voltaram para a cama de Ava, voltando a se enroscarem uma na outra.

-- Sua pele é tão macia... -- Sara murmurou, acariciando a pele da barriga de Ava por baixo da camisa. A outra resfolegou e arrastou as unhas da mão esquerda na nuca de Sara.

-- Está calor aqui ou é só impressão minha? -- Ava perguntou, vendo o sorriso de Sara se abrir. Seus olhos analisaram a vermelhidão dos lábios da menor e o inchaço e presumiu que os seus não deveriam estar diferentes.

-- Muito calor. -- Sara replicou, descendo a mão que estava na barriga de Ava para as costas dela, apertando a carne da região com vontade. Ava sentia seu coração bater acelerado contra seu peito enquanto apertava com a mão livre a bunda de Sara, já que a menor estava por cima dela.

-- Caralho, garota... -- Sara murmurou em um quase gemido. -- Não me provoca desse jeito.

-- Provoco sim. -- Ava disse, soltando uma risadinha provocante. -- Se está aqui há três anos e nunca ficou com ninguém... -- Ela sussurrou, arrastando os dentes no pescoço de Sara antes de deixar um beijo provocante contra sua pele. -- Deve estar sedenta por sexo...

-- Na verdade não. Me acostumei. -- Sara respondeu e Ava arqueou uma sobrancelha.

-- Você vai gozar tão rapidinho... -- Ava falou, distribuindo beijos pelo pescoço de Sara. -- Tão gostoso...

-- Ava... -- Sara gemeu baixinho sentindo sua respiração pesar ainda mais. -- Para de provocar. -- Pediu. Gemeu um pouco mais alto quando sentiu a perna esquerda de Ava pressionar sua intimidade. Sara olhou para além das grades apenas para ver se ninguém olhava ou se não havia policiais.

-- Que tal a gente colocar aquele lençol nas grade, hm? -- A outra provocou e Sara segurou suas duas mãos, as prendendo ao lado de sua cabeça enquanto distribuía beijos pela clavícula de Ava.

-- Você quer mesmo transar com uma praticamente desconhecida? -- Sara perguntou e Ava riu.

-- Ah! Como eu quero! -- Ava proferiu, mordendo o lábio inferior ao sentir uma mão de Sara descer para seu seio, por cima da camisa, antes de apertá-lo com carinho.

-- É uma pena então você precisar ir trabalhar com a médica. -- Sara falou, dando um demorado selinho em seus lábios antes de se sentar na cama. -- Está na hora de você ir, Ava. -- Ava abriu a boca sem reação.

Realmente precisava ir, mas se via em uma situação complicada onde sua calcinha estava encharcada e sua intimidade pulsando devido à troca de carícias quentes com Sara.

-- Argh! Inferno! -- Ava vociferou, se sentando atrás de Sara antes de envolver os braços ao redor de seu corpo. -- Não quero ir. -- Ava choramingou, distribuindo beijos pelo pescoço de Sara até chegar no lóbulo de sua orelha. -- Mas preciso. -- Sussurrou, fazendo Sara assentir.

-- Eu sei. -- Sara disse e Ava suspirou.

-- Desculpe. -- Ava pediu fazendo uma careta.

-- Não se preocupe. Temos mais alguns meses dentro dessa cela. -- Sara disse sorrindo compreensiva e Ava assentiu, se levantando.

-- Pode me responder algo que esqueci de perguntar? -- Ava indagou e Sara a fitou, esperando sua pergunta. -- Como sabia que Charlie me disse que você não gosta de encarar? -- Perguntou.

E lá estavam as perguntas cujas quais Sara não queria responder. A verdade é que Sara não teria problemas em responder as perguntas de Ava, entretanto, eram demasiadas perguntas e, como Sara sabia que Ava era inteligente, tinha medo de ela ir encaixando o quebra-cabeça.

Ava não parecia alguém que traria problemas para Sara, mas e se descuidadamente ela contasse para alguém? Sara tinha mais dois anos ali e sabia que se soubessem a verdade ela passaria a apanhar todos os dias até sair finalmente daquele inferno.

-- Ela é minha amiga. Me conhece e sabe que é verdade. -- Sara respondeu friamente, lendo no olhar de Ava que ela não havia engolido aquela história.

-- Sabe, eu queria mesmo saber porque você se importou em me proteger. -- Ava comentou e Sara assentiu, umedecendo os lábios antes de se levantar e ficar cara a cara com Ava.

-- Já conversamos sobre isso. -- Sara falou e Ava colocou um bico triste em seus lábios, abraçando a cintura de Sara.

-- Você disse que eu sou destemida como sempre. Seja sincera... Você me conheceu fora daqui? -- Ava perguntou e Sara riu da insistência da outra.

Responder aquilo não seria problema, mas quanto mais peças Sara entregava à Ava, mais visível ficaria a imagem toda.

-- O que eu faço com você, hm? -- Sara perguntou rindo e Ava sorriu amplamente.

-- Eu tenho um leque de sugestões... -- Ava disse sugestivamente, alçando as duas sobrancelhas.

-- Você vai se atrasar. -- Sara disse, sentindo Ava dar de ombros.

-- Por favor, por favorzinho, Sara. -- Ava insistiu. -- Só responde sinceramente a minha pergunta.

-- Que pergunta? -- Se fez de desentendida e recebeu um tapa na bunda acompanhado de uma expressão séria de Ava.

-- Você me conheceu fora daqui? -- Sara suspirou e finalmente se deu por vencida.

-- Sim, Ava. -- Sara disse. -- Mais ou menos, na verdade.

-- Como assim? -- Ava perguntou confusa.

-- Bem, nós nunca fomos apresentadas. -- Sara explicou e Ava sorriu.

-- Sabia! Eu teria me lembrado desses olhos. -- Ava disse em um flerte e Sara sorriu.

-- Agora vá. -- Sara disse empurrando sutilmente Ava, que se segurou mais em Sara, negando com a cabeça.

-- Só mais uma perguntinha... -- Ava disse e Sara negou.

-- Não, Ava! -- Sara disse veemente.

-- Por favor. -- Ava insistiu. -- Eu só preciso saber se você sabe sobre a minha, uh, condição financeira. -- Ava perguntou e Sara lhe fitou.

-- Sim. Sei que é podre de rica. -- Sara assumiu e Ava a olhou confusa, se afastando um pouco dela. -- O que foi?

-- Na-nada. -- Ava respondeu com uma expressão decepcionada no rosto.

-- Então por que está me olhando assim? -- Sara perguntou confusa.

-- Eu sei que, pelo pouco que eu conheço de você, não parece que seja, mas, uh, por favor não se ofenda...

-- Fala logo! -- Sara exigiu.

-- Você me proteger ou, uh, ficar comigo não teria nada a ver com meu... meu dinheiro, não é? -- Sara a olhou friamente, se afastando dela. -- Não me interprete mal, eu só não sei nada sobre você, mas ainda acho que o dinheiro não tenha influenciado você a...

-- Dê o fora daqui! -- Sara não gritou, porém sua fala fora rude ao ponto de Ava ter se sentido extremamente mal.

-- Eu não quis...

-- Você realmente é estúpida ao ponto de perguntar a alguém se ele está interessado no seu dinheiro? Que tipo de pessoa responderia "sim"? -- Sara se exaltou e Ava se encolheu. -- Vá atrás daquela médica, Ava. Sai! -- Sara disse irritada e Ava negou.

-- A cela também, uh, é minha. -- Falou. Queria se desculpar com Sara, falara sem pensar. Só queria descobrir o motivo de ela ajudá-la sem querer nada em troca.

-- Ótimo. Então fique aí com ela. -- A menor falou, se esquivando de Ava para sumir entre o corredor. A outra suspirou, sabendo que precisava ir até a enfermaria, mas também estando ciente de que fora um completa idiota infeliz em sua pergunta.

◃───────────▹

Postei e saí correndo 👀🏃🏃

𝙿𝚛𝚎𝚜𝚊 𝙿𝚘𝚛 𝙰𝚌𝚊𝚜𝚘 -𝓐𝓿𝓪𝓵𝓪𝓷𝓬𝓮 Onde histórias criam vida. Descubra agora