Minha dona do Morro

𝔱𝔯𝔦𝔫𝔱𝔞 𝔢 𝔰𝔢𝔱𝔢

Ferrari

Deixei a Thaynara lá na amiga dela e guiei pra minha boca, chegando lá cumprimentei meus vapores que sempre deixo lá é assim que entrei, dei de cara com a Russa.

Ferrari: oloco porra, quer me matar? -falei colocando a mão no peito do susto-

Russa: vim buscar o papel da contabilidade né pô! -deu de ombros-

Ferrari: tá aqui mano! -peguei uns papéis que deixei em cima da mesa e entreguei na mão dela- fiz e refiz essa porra ai várias vezes pra ter certeza e tá tudo certo!

Russa: tudo certo, aproveitar e vou vê lá os bagulho do carregamento que vai chegar! -eu assenti-

Ferrari: depois me passa também, pra eu dar uma olhada! -disse sentando na cadeira-

Russa: eu já vou olhar, fica suave aí! -falou guardando os papéis-

Ferrari: tô com bagulho pra caralho pra fazer... -passei a mão na cabeça-

Só de imaginar, me dava um leve estresse. Abri minha gavela e puxei logo um saquinho de pó pra montar uma carreira, só assim pra eu ficar atenta.

Russa: tu sabe que precisa colocar uns mano pra resolver contabilidade, bota vapor e a porra toda! -cruzou os braços-

Ferrari: tu tá ligada que não confio irmã... -encostei na cadeira-

Russa: tu não vai confiar tua vida, só uns trampo aí pra ficar mais leve pra tu e tu focar em outras paradas! -deu de ombros-

Ferrari: outro dia nois resolve essa missão aí -desconversei-

Russa: vou te cobrar nessa porra... -levantou- vou vazar, resolver uns trampo! -assenti-

Fizemos nosso toque de mãos e ela saiu, cheirei a carreira que eu fiz e joguei a cabeça pra trás, bagulho foda. Comecei a falar com uns mano pra saber quantia de droga, quantia de dinheiro em mão e fui colocando tudo no papel, tinha mais de horas que eu tava ali já, só depois de finalizar, eu guiei pra casa e entrando já dei de cara com a minha mãe.

Ferrari: acordada essa hora pô? -disse trancando a porta-

Leila: assistindo só... -riu de lado e eu fui sentar junto a ela- posso te perguntar uma coisa Ariele?

Ferrari: pode coroa, fala aí... -a encarei-

Leila: o que tá acontecendo entre você e a garota lá? -falou mexendo nas unhas-

Ferrari: de novo esse assunto? -bufei-

Leila: só te fiz uma pergunta...

Ferrari: nada demais não, tu pode ficar suave! -tentei desconversar-

Leila: nada não? com ela na sua garupa pra lá e pra cá... tá todo mundo comentando minha filha! -se ajeitou no sofá-

Ferrari: deixa o povo falar aí pô, não ligo pra esses bagulho não! -bufei-

Leila: eu sei muito bem que você não liga, mas me refiro a ela também... -a encarei-

Ferrari: tu pode ficar suave, qualquer bagulho eu resolvo lá com ela! -respirei fundo-

Leila: por que tu não se abre comigo? não me fala o que tá acontecendo? -encostou no sofá-

Ferrari: porque não tem o que falar tiw! eu e ela não temos nada, só isso! -dei de ombros-

Leila: da licença Ariele, eu te pari e te criei a minha vida toda, eu te conheço! -disse indignada-

Ferrari: tá bom dona Leila, chega desses papo aí! -neguei com a cabeça-

Leila: não é deixar pra lá e agir como se nada tivesse acontecendo, eu me preocupo...

Ferrari: tá bom, tá bom! -respirei fundo-

Leila: qual o teu problema?? -levantou-

Ferrari: qual foi?? que que deu agora? -passei a mão no cabelo-

Leila: o que que eu fiz pra tu que tu não confia em mim? -abriu os braços- nem parece que sou tua mãe Ariele!!

Ferrari: mano, fica de boa!! -levantei também-

Leila: não, não tem fica de boa aqui! -cruzou os braços- Eu não sei nada de você Ariele, NADA!! -eu a olhei-

Ferrari: não tem o que saber não...

Leila: tem e tem muito!! entende uma coisa... -disse com os olhos marejados- o seu pai não tá mais aqui pra você desabafar tudo pra ele entendeu? -falou apontando pra mim- você só tem a mim agora! e você não faz a MÍNIMA questão disso!!! -disse irritada e com a voz trêmula-

tocou no meu ponto fraco, no meu ponto mais fraco.

Leila: essa situação é ridícula, vai chegar uma hora que eu não vou estar mais aqui! -enxugou uma lágrima-

Não esperei nem ela falar, peguei a chave da moto e saí, ainda ouvir ela me gritar mas não dei importância. Peguei moto e sai acelerada virada no caralho, nunca desci aquele morro todo tão rápido na minha vida. Eu não sabia nem descrever o que que eu tava sentindo, só sei que sentia meu peito doer nessa porra, passei diretão da entrada do morro e eu tinha certeza que se eu batesse, eu morria.

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continua... 🫶🏽
qualquer erro, me corrijam!