❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash

° Capítulo 32 °

Por minutos apenas observei a mão esquerda de Slash no volante, o apertando com tensão enquanto dirigia.

Eu piscava lentamente, tendo sonolência, ouvindo o seu coração bater e refugiada em seu colo, eu adormeci querendo nunca mais acordar.
Contudo, aos poucos eu senti suas mãos em minhas costas, apertando locais extremos com pressão.

Seus lábios passaram por meu pescoço, vindo em um toque único com seu nariz rastegando por minha pele e absorvendo meu cheiro. Eu o ouvi dizer algo, mas inconsciente não quis acreditar que acordei e acabei não desifrando suas palavras.

Abro os olhos, focando a minha visão turva em seus cabelos, com uma paisagem noturna ao fundo das janelas do carro, atravessando meu olhar em nítida escuridão.

Sentada sobre suas coxas, com as pernas esticadas sobre o banco do passageiro, estremeço enquanto ele cheirava meu pescoço pressionado uma mão em minha nuca e outra em minha coxa.

Escondendo-se entre meus cabelos, Slash beija e funga minha nuca. Escondo meus lábios os pondo um sobre o outro, aprisionado um suspiro em minha boca.

Me arrepio todinha, sentindo-o traçar uma linha com a pontinha do seu nariz por meu pescoço, passando pelo meu maxilar e parando em minha bochecha.

Me remechendo para escapar, ele deita seus lábios em minha pele, dando um beijo com o efeito sonoro de um estalo.

Slash repousa sua bochecha na minha, e eu corro minha mão por seu corpo, levando-a a seu bíceps e o segurando com pressão.

- Eu dirigi até o limite da cidade... - Ele comenta baixinho, encostando as costas no banco e deixando nossos corpos um tanto afastados.

- Não quero voltar para lá... - Começo a me explicar e suspiro posicionando a cabeça em seu peito. - E não quero falar com o meu irmão.

- Você sabe que fugir não vai adiantar nada. - Slash afirma, olhando dentro de meus olhos. - Não sabe?

- É, eu sei... Ma-

- Então. - Sua voz me interrompe. - Não adianta fugir. Você não é mais criança, já é maior de idade, não deve mais nenhum tipo de satisfação para o Dantan, mas você acha que isso não coroi vocês?
Principalmente a ele, você só sumiu da noite para o dia. Simplesmente desapareceu, evaporou... Tipo, puf! E a rotina de vocês acabaram, e de certa fora a história também.

Ouvindo todas essas ladainhas, rolo meus olhos.

- Não adianta rolar os olhos. - Slash fala em tonação seria. - Sabe que eu estou certo, e você é teimosa de mais para admitir qualquer coisa, literalmente qualquer coisa que outro diga. Além do mais, não temos nada, não devia nem estar me posicionado sobre briguinhas de irmãos.

Cruzo meus braços, escorando minhas costas na porta do automóvel e olho o além da janela do caroneiro.

- Temos algo sim. - Resmungo baixo, sem o vista-lo.

Prossigo imóvel, pois caso ocorrer de acontecer um novo contato físico entre mim e Slash, eu meto um murro nele e o faço desmaiar.

Assistido no horizonte, pinheiros balançando sintonizados ao vento, em leves medidas, sinto a respiração dele alcançar minha pele, e a cada milésimo de segundo, sinto sua respiração mais perto de mim.

Observo o cenário com o canto dos olhos, sentindo seus lábios acariciando minha pele. Posiciono minha mão aberta em seu peito, o afastando de mim com força empuro seu corpo contra o banco.