❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash

° Capítulo 37 °

Secando lágrimas que escorreram por minha face, eu ouvi meu nome soar pela voz de Slash, chamando-me entusiasmado, então, sai do braços de meu irmão e percorri a distância necessária a porta, tendo visão da sala.

O cômodo continua na mesma, Alice e Axl discutindo como se não houvesse saliva para ser utilizada futuramente, Izzy e Steven prosseguem jogando, e Slash, está ao lado da sua mãe.

Se eu acreditasse em Deus, estaria pedindo refúgio para não ocorrer, o que temo que ocorra.

Cerro as sobrancelhas, encarando-o e com deslumbre Slash retribui as olhadas.

Ele da um corridinha a mim, parando a minha frente e agarrando minha mão, puxando-me e ao fim nós conduzindo para a frente de sua mãe.

- Mãe. - Slash diz em inglês, e Ola sorri, fitando-nos. - Essa é a Cris. - acrescenta, ainda em inglês, passando o braço em torno dos meus ombros, no tempo qual sinto a vermelhidão preenchendo minha face. - O amor da minha vida, e vamos nos casar em-

Slash simplesmente foi calado por olhares abismados que chegaram a nos. Todos entre nós, são nossos amigos, entretanto ninguém esperava ouvir uma bomba dessa e por isso mesmo, o silêncio ocupou as vozes do cômodo, deixando o espaço tenso.

Entre os olhares curiosos e julgativos, Ola sorri amplamente, fazendo suas bochechas ficarem maiores, e em leve quantia rosadas pela alegria.

- Calma ai, meu filho. - digo em português, posicionando minha mão no peito de Slash, e o empurrando para longe de mim. - Você me pediu em casamento com um anel de plástico, eu levei tudo na brincadeira, e por isso mesmo não vou casar com ninguém! - após encerrar minha fala, ouvi um riso nasal sendo reproduzido.

Sabendo quem ri, movo a cabeça em sua direção, encontrando minha melhor amiga aos prantos do riso, imitando um porquinho asmático.

Levo minha mão a boca, contento o riso que vira por ouvi-la rir.

Axl, próximo a Alice, lhe passa uma tranquinha, derrubando a garota no chão. Entre meio a crise de riso, ela atinge o solo, não parando de rir por nenhum instante, com seu riso aumentando gradualmente a imitação de um leitãozinho.

- Tinha que ser uma puta mesmo... - Axl rosna, referente a Alice rindo, e após ele ergue a cabeça, mirando Slash de olhos cerrados.

Axl ao avançar um passo, automaticamente Slash vai para trás, por consequência, Axl tomou um puto impulso, voando sobre o sofá central, e assim atacando Slash, como a seguinte lei do reino animal: presa e predador.

É meio óbvio o papel de cada um ali, contudo é meio insusiado Axl agarrando Slash pelo pescoço no meio da sala da pensão, ou talvez não seja inusitado, muito menos estranho. Vindo de Axl, pode se esperar qualquer atitude, ação ou reação.

Paro a frente de Ola, abrindo um sorriso, disfarçando o que ocorre com seu amado filhinho as minhas costas.

Ola, move a cabeça para o lado, fixa ao estrangulamento de Slash.

- Vocês vão casar? - Ouço a voz de Steven ao meu lado, então trago minha cabeça em sua direção, encontrando aquela fufurisse toda, com grandes olhos pidões e suas pupilas dilatas pela curiosidade.

- Não, Stee... - digo, e passo minhas mãos por suas bochechas rosadas, seguidamente posicionado seus fios loiros atrás de suas orelhas. - Ele me pediu em casamento com um anel de plástico, que veio em um kinder ovo. É óbvio que não.

Resmungando deprimido, Steven faz bico e passa seus braços em meu tronco. Abraço-o também, colocando meus braços em torno de seus ombros.

- Que babaca... - Ele cochicha. - Slash devia ter te pedido em casamento de verdade... Ai poderíamos fazer casamento dulpo, e gostaríamos menos dinheiro, o que seria o principal de tudo.

- Para de ser pão duro, Steven. - falo rindo, e ele me mostra a língua.

- Deixa eu ver se entendi... - Ola diz, em português, o que não me chocou tanto, mas ainda assim me chocou. - Saul. - acresnta, apontando para seu filho. - Meu filho, te pediu em casamento com um anel de plástico? Que veio em um kinder ovo?

- Isso mesmo. - confirmo, acenando. - Pensei que era piada, e aceitei.

Ola, fecha os olhos, inspirando profundamente, e sequencialmente, enchendo seus pulmões com ar, e assobiando, de maneira alta, fazendo todos paralisarem, inclusive, parando Alice e seu riso.

A senhora Hudson deu dois passos a frente, olhando fixamente Axl e Slash. Axl, obviamente com medo da mãe do seu amigo, rola para o lado, saindo de cima de Slash, e então acaba fugindo aterrorizado, engatinhando para além da cozinha.

Slash, sem poder recuar, pois é sua mãe e ela a acharia de qualuer modo, senta no chão, sugando ar pela boca e voltando a respirar.

- COMO QUE VOCÊ PEDE A SUA NAMORADA EM CASAMENTO COM UM ANEL DE PLÁSTICO?! - Ola grita, levando as mãos aos quadris e mirando o filho irritada, sequencialmente, várias vozes baixas sussurram surpresas "... namorada?".

- Slash, coça sua nuca, olhando o chão sem coragem de observar sua mãe. - Mas a gente nem está namorando...

- Que?! - Ela exclama, confusa e a partir daí, foi o momento em que decidi escapar da confusão.

Dei um beijo na bochecha de Steven, e parto correndo para as escadas o mais rápido que minhas pernas conseguem. Fugindo, não vou ter que explicar nada para ninguém, então, Slash que se vire.

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Caminhando bem plena no rumo ao meu dormitório, assobiando Patiencie, eu consigo distinguir um cheiro estranho no ar. É algo referente a fogo, que quima, porém não tenho certeza de nada, apenas sinto o cheiro de algo queimando.

Dou passos largos para agilizar a caminhada ao meu quarto, e então, chegando a visualizar a passagem do dormitório, mesmo de longe, miro a porta aberta.

Quanto mais caminho, mais a catinga de algo queimando adentrava em minhas narinas, algo que atormenta minhas ideias, pois, aparenta vir do meu quarto.

Ao começar correr em direção ao dormitório, a figura de Duff, saindo correndo do mesmo me faz travar.

Olho para trás, tentando distinguir porque Duff corre tanto, e ao focar minha visão no homem, tendo certeza do que vi, corro para o banheiro, catando um balde de água da saleta.

Submersa, perdida, e notando o quão agitada fiquei por ver mais uma pessoa querida para mim pegando fogo, ajuentei o balde cheio de água do box, percorrendo o corredor agarrada a ele, para encontrar a girafa e apagar o fogo de seus cabelos loiros.

Ao ouvir gritos horrorizados, os sigo, esperando que não seja tarde de mais; mais uma vez.

Ao parar na entrada do corredor seguinte, movo a cabeça para ambos lados e ao enxergar Duff, jogo o balde de água no local aonde seus fios pegavam fogo, e então, caio de joelhos, atingindo o chão com um alívio surpreendente em meu peito.

Sento em meus calcanhares, fechando os olhos para impedir que lágrimas brotassem aos mesmos.

Agora, a origem do fogo nos cabelos loiros de Duff, não importam, importa é que realmente, alguma vez em minha vida, eu fui útil, e não deixei mais alguém pegar fogo.