❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash

° Capítulo 51 °

- Por que ele não vai poder ser um Hudson também?! - Slash e eu, debatemos, entrando em minha belina.

- Porque não! - falo, e fechamos as portas do automóvel em sincronia. - O jaguara é meu! E ponto final!

- Que porra é essa?! - Slash questiona divertidamente, gargalhando alto pela expressão, que significa cachorro, no instante em que as portas traseiras do meu carro são abertas. - Jaguara?!

Olho para trás, vendo meus primos se acomodando no banco traseiro ao fechar as portas.

- 'Tu não ri, não! - Luis fala, a recém sentando no banco, ao mesmo que ambos se metiam entre os bancos quais eu e Slash ocupamos. Ele aponta um dedo a Slash. - Que tuas crias vão ser gaúchas! - então, ele acrescenta, apertando os olhos, mostrando que a giria também pó de ser chingamento: - Jaguara!

- E ai, pombinhos! - Fernando cumprimenta, tentando deixar o clima mais leve. - Vamos logo no casamento dos outros pombinhos?!

- Quem disse que vocês poderiam vir com nós? - Slash fala, levando o rosto na direção deles.

- Cala boca. - digo diretamente para meu namorado, dando um tapa em sua perna. - Se eu não falei nada, tá querendo falar por quê, porra?

Ele rola os olhos, e Fernando ri.

- Isso aí! - Luis incentiva a defesa que lhes dei. - Mostra quem é que man-

- Cala boca você também. - o interrompo, e Fernando, continua rindo. Levo meu olhar ao meu outro primo. - 'Ta rindo por qual motivo?! 'Tu não 'tá num circo!

Seu humor desanda, assim como o meu, e ele se acomoda no banco, calado.

- Seus pais vão com quem? - pergunto a meu namorado, mirando-o.

- Com alguns parentes do Steven. - Slash responde, entre meio a que sua mão vinha a minha coxa. - Está preocupada com os seus sogrinhos? - diz, quase em um coxixo, inclinando-se para mais perto, apertando minha coxa.

Em uma ação rápida, empurro sua mão da minha perna, a jogando no ar, e após o empurro, com delicadeza, para retornar ao seu banco.

- Diferente de você... - começo, pondo o cinto, então cruzando meus braços e deixando meu rosto na direção da janela. - Eu me importo com a sua família.

- Senhor. - ele resmunga, e ouço a partida do carro sendo dada. - Acordou com a bunda fora das cobertas... Só pode.

●●●

Nos colocamos na posição de padrinhos. Mais incorporando o papel de seriedade, do que sendo nós realmente sobre aquele altar.

Eu não queria fazer um vexame errando algo. É o casamento do meu irmão, vai sempre ser lembrando em sua vida. É um momento com baita importância, então, é muito melhor fingir ser sério, pois se fosse realmente Cristina Bellini e Saul Hudson servindo de padrinhos, não ambos personagens repletos de plenitude, eu teria passado uma tranca em Slash ao pisarmos na igreja.

Tentamos parecer um casal sério, que não estava entre provocações a todo instante, se cutucando. Bom, praticamente já entramos na igreja dando cutcões discretos um no outro, mas nossas provocações foram abafadas pelo restante dos padrinhos que guiavam a fila para o altar.

Nos posicionamos no altar, assim solto o braço de Slash, pegando em sua mão. Ele fica ao meu lado, com a parte esquerda de seu corpo sobreposto ao meu, meio que ficando atrás de mim e se escondendo. Sua outra mão, que não estava entrelaçada a minha, alcança minha cintura, dando ora outra pequenas apalpadas na região.

Slash escora seu queixo em meu ombro, e avisto Kiara entrando no altar, com as alianças na mão, as equilibrando apesar de saltitar feito uma cabritinha, pisando sobre rosas caídas no chão.

Ao ela avançar entre saltos seguindo o caminho para o altar, na altura do caminho entre uns três bancos, Dantan e Steven entram na igreja, de braços dados.

Nas mãos de Steven, um buquê branco, harmonizado ao seu terno branco. A feição de ambos, é a mesma: bochechas grandes e vermelhas, olhinhos brilhando, sorrisos largos, e feições completas de alegria.

Meu coração aperta, formando um laço. Com rapidez, o laço se desfaz, e meu coração corre contra meu peito, agitadamente, tão impulsivo como cavalos selvagens no campo.

Meus olhos não descolam dos noivos, que vão vagando brandamente na direção do altar. A sensação de assistir sua entrada, é semelhante a aquela de quando percebi que estava vendo meu filme predileto, pela primeira vez - e se pudesse daria replay na cena para rever o sorriso de ambos.

Kiara, em um salto, aparece em meus pés, ficando a minha frente e de Slash.

Pouso minha mão no ombro de minha afilhada, e ela olha para cima sorridente. Eu e meu namorado nos entre olhamos, devolvendo o sorriso a ela.

Assim, quando procuro visualmente os noivos, achando que estariam em seu trajeto ao altar, não os encontro, distinguindo o buquê branco abaixo das minhas narinas, exalando ao cheiro de mel.

Steven larga o buquê em minhas mãos. Com a mente ainda bagunçada, o manti com firmeza em minhas mãos, no tempo que Adler retornava a agarrar o braço do meu irmão.

Assistindo os dois na frente do padre, sinto uma leve puxada em meu vestido.

Volto minha visão para baixo, sabendo quem é.

- Dinda, como se fala o nome do seu namorado? - ela murmuria e vejo a atenção dele chegando a nós.

- Slash. - respondo a pequena, em um coxixo também. - Se fala Slash, meu amor.

- Os olhinhos de Kiara, pulam a meu namorado, arregalandos. - 'Islechi'. - chama-o, com uma pronúncia vistamente errada, embora fofa e prevista, enquanto ele sorri.. - Pede minha dinda em casamento. Por favor. Antes que eu cresça. Quero levar as alianças pra vocês.

- Acho que é sua dinda que tem que me pedir em casamento... - fala, me cutucando sem força. - Ela que me pediu em namoro.

- Sério?! - ela questiona, me mirando. Aceno que sim. - Pede ele em casamento então!

- Viu. - Slash reforça. - Me pede em casamento.

- Não. - resmungo, apreciando a cerimônia, mas com a atenção auditiva a eles.

- Vai ir tentar pegar o buquê pelo menos? - meu namorado pede, puxando-me pela cintura, me encostando mais nele. - Se Steven for jogar ele, claro.

- Eu quero prestar atenção no casamento. - rebato. - Calem a boca.

- Pode deixar, 'Islechi'! - Kiara começa expor suas ideias. - Eu faço ela pegar o buquê.

- Ai eu peço ela em casamento. - ele continua, como se eu não estivesse aqui, sorrindo.

Balanço a cabeça, dando um peteleco na nuca da minha afilhada.

Ela cobre o local atingido, reclamando.