° Capítulo 45 °

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O céu azul brilha. O sol reflete sobre nós. No ar ainda há aquela brisa fresquinha, que é muito fácil de inalar por praticamente não ter poluição - aqui o ar é limpo. Algumas nuvens se movimentam tão de vagar que para notar, você realmente tem que querer. A árvore acima de nós, fornece sombra, a deleitando em nossos corpos. A rua está completamente vazia, embora cheguem parentes a todo instante.

O céu azul, é realmente azul, não cinza como o de São Paulo.
Essa é uma vantagem de ser gaúcho, olhar pro céu é ver cor. E ainda tiram sarro da nossa cultura, da nossa terra - ou pior, nos chamam de sulista; algo que realmente parece ofensivo, parece que você não tem terra natal ou estado, pois com o sulista você intitula Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, e ainda reforça a ideia que você não tem sua terra.

Ergo meu tronco, me sentando sobre a barriga de Slash, com uma perna a cada lado dele. Então, passo meus olhos por ele, com iluminação preenchendo minha expressão facial.

Slash usa uma blusa de botões preta, qual é de cetim. A peça está com alguns botões abertos, revelando seu peitoral, qual contém alguns pelinhos - me pergunto se ele faz de propósito. Essas coisas são tão atraentes ao meu ver, acabam me enchendo de tesão, ainda mais quando no peitoral tem pelos.

Ao meio do seu peitoral, um colar de prata, com um pingente de cobra - muito parecido com um que Slash usava em 1980 - toma um pouco do espaço ali, junto à uma outra corrente de prata, desta vez mais grossa e menos longa.

Ele usa uma calça jeans preta, extremamente preta mesmo, que marca um pouco suas coxas.
Nos seus pés está uma bota, também preta, de cano curto e bico fino. Em seu solado na parte inferior, há um detalhe prateado com uma haste prateada. A bota é tipo country, uma gracinha.

Sinto suas mãos em meus quadris, os massageando bem de vagar. Carrego minha visão a sua mão direita, vendo em seu pulso suas pulseiras de prata. Ao outro pulso, seu relógio e mais pulseiras. Volto a olhar sua cara, percebendo brincos de argolas que combinam com as pulseiras.

Meu namorado arquea as sobrancelhas.

- Está me olhando tanto por quê? - ele pede, fazendo uma pausa entre as frases. - Está me achando bonito?

- Você é bonito. - afirmo, me curvando para lhe dar uma beijoca.

Slash esperava um beijo, mas simplesmente dei um selinho em sua testa, depois em seu nariz.

Volto na posição que eu estava em sobre o corpo dele.

Slash suspira desanimado por não ter ganhado um beijo, mas ele se ilumina muito rápido passando os olhos por mim - o que me é suspeito.

- Você fica muito gostosa nesse vestidinho... - comenta, lambendo os lábios.

Tenho certeza que sua mente mirabolante já está pensando todo tipo de putaria, mas eu não me importo nenhum pouquinho.

- Agradeça ao Steven. - digo. - Ele que escolheu. Eu gostei, mas não gostei tanto assim... - falando, avisto os olhos dele presos no espaço vago de meu vestido, que fica entre minhas pernas. Não dou importância. - Tenho que ficar puxando ele para baixo para cobrir minhas pernas. Ai eu tenho que puxar para cima para cobrir meus seios porque ele é tomara que caia.

- Não seria melhor ficar nua de uma vez, anjo? - Slash fala, com a voz distante e baixa. Me impressionei por ele ter prestado atenção, e por ter respondido. As sobrancelhas dele se cerram, e ele continua: - Você está sem calcinha?

❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash Onde histórias criam vida. Descubra agora