O casamento voou em um selar dos meus olhos, e assim os pombinhos também voaram, partindo para o ambiente onde ocorrerá a festa do casamento.
Eu vago entre as messas redondas, deslocada, procurando algum lugar para me esconder.
É noite, e o lugar qual me encontro, é aberto, como um grande quintal. Tem algumas messas para os convidados, outras para bebidas, outras para comidas. Enfeites para todo lado. Confesso que isso me deixa um pouco tonta, ainda mais tantas vozes unidas e misturadas, soando ao mesmo instante, mas em ritimos diferentes.
Vagando, encontrei um freezer, localizado em uma das cantoneiras do terreno. Então, me sento sobre a grama fofinha e gelada, repousando meu corpo no chão.
Todos estão encaixados, conversando. Membros de ambas bandas misturados pela multidão, assim, nem poderei encontrar minha melhor amiga, para ela me salvar dessa sensação horripilante. Minha família, também espalhada.
Significa que estou sem saida. Não quero me infiltrar a um grupo qual não me encaixo - teria uma maior sensação de deslocamento se o realizasse.
Parece que voltei ao quinto ano, literalmente. Típico cenário onde estaria em duas únicas situações: trancada no banheiro, com algum agressor tentando arrombar a porta e citando todo tipo de falas horríveis direcionadas a mim; ou, encolhida em um canto do recreio, isolada, sentindo-me péssima.
Estou na minha própria ilha. Isolada. A mercer da própria sorte. A ilha dos meus pensamentos. A ilha das minhas ilusões e desilusões. A ilha da Cris. A ilha que sempre me toma em situações semelhantes. A ilha, qual migalhas de sua areia, nunca sairão do meu coração.
Nem se passassem aspirador diariamente nos cantos onde a areia está, me livaria do sentimento; pois a maré avança sempre, e leva areia mais uma vez, as vezes com mais força, as vezes com menos força.
É a ilha dos traumas. Dos meus traumas.
Encolho minhas pernas, volto meus braços nas mesmas, e abaixo minha cabeça, encostado minha testa em meus joelhos.
Suspiro sobrecarregada. Eu não fiz absolutamente nada - além de posar como a madrinha seria e comprometia que sou - e estou cansada.
Eu só quero a minha cama. Tipo, agora. Agorinha mesmo. Mas não vai colar largar tudo.
Se eu for embora, no mínimo terei o com senso de me despedir, pelo menos dos quais sou mais chegada.
Ouço passos. Mas não é nada de anormal na ocasião que estou.
Os passos parecem fundos, próximos. Me atento a eles, notando que seu som circula a minha volta.
Sinto uma mão em meu ombro.
- O que uma moça tão bonita faz sozinha mesmo? - uma voz diz em inglês.
A voz não me era estranha, mas ainda assim não era uma tonação qual estou acostumada a ouvir diariamente - não a menos que esteja cantando.
Ergo a cabeça por curiosidade, apenas para conferir. Afinal, vai que não era algum parente de Steven precisando de algo, ou alguém solitário.
A minha visão turva, chegou no alcance de belos dentes formando um sorriso, cabelos louros platinados, e um bronzeado encatador.
- Puta merda... - xingo, mudando instantaneamente para o inglês, enquanto pisco de vagar, me sentindo embriagada - mesmo sem ter consumido nada mais que água com gás. - É o Vince Neil...
- Puta merda, é o Vince Neil. - ele repete, ainda estampando seu belo sorriso.
Esfrego meus olhos, com um pouco de sonolência, ainda não pensando com clareza.
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❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash
Fanfic‣ 1° 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘰𝘳𝘢𝘥𝘢 ❛Ela é um anjo, porém, não um anjo feito aqueles que há nos céus. Ela é um anjo caído dos céus.❜ Começada: 21/03/22 Postada: 21/04/22 Terminada: 22/10/22
