° Capítulo 56 °

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Alguns haviam partido do casamento e vindo para casa, simplesmente por uma função, que era jogar uno, ou qualquer outro tipo de cartas.

Cartas era o principal do momento, ninguém ligava qual seria o tipo, certeiramente.
Jogar cartas para algumas pessoas, é como esporte, e não seria diferente na minha família. Você esquece das amizades, dos laços sanguíneos, das afinidades, dos namoros. Esquece de tudo!

Foi assim, que eu também esqueci de tudo, foi assim, que acabou acontecendo uma rasura em meu relacionamento.

- Não acredito que você está bravo! - digo, o seguindo para a cozinha. - Fala sério, Slash.

- Você me fez pescar dezesseis cartas. - cita o ocorrido, cruzando os braços, e escorando o corpo contra a mesa.

- Mas é só um jogo!

- Dezesseis CARTAS, Cristina. - Slash reforça, acentuando palavras ao falar.

- Você é uma criança. - comento em um rolar dos olhos.

- Então você é um feto.

Me segurei para rir. Eu não poderia dar o gostinho do meu riso para ele, mesmo que lá no fundo, já que ele está bravo por um jogo infantil.

Fico na frente dele, parando de pé a cima suas pernas, com as minhas a cada lado das suas.

Cruzo meus braços também, encarando-o. Ele devia os olhos, ainda imobilizado a cabeça.

É fim de noite, é parecia fim desta temporada da minha vida. Acredito que realmente seja o fim da temporada, é fim de ano, e o momento condiz exatamente com encerramentos de temporadas.

Justamente por ser fim de temporada, receio que ocorra algo, para desequilibrar o ambiente. Eu corri para não pegar o buquê, então, isso não seria, e eu ainda estou um tanto, digamos desconfiada, por não ter noção do que fazera tudo ter uma pitada a mais.

Mas, com certeza, um jogo de cartas não ia causar tanto impacto. Nem que este jogo provoque uma barriguinha em meu namoro.

- Quer que eu peça desculpas? - peço, pousando minhas mãos em seus ombros.

Ele vira o rosto, entre meio ao que eu ouvi um suspiro alto e forte.

Movo a cabeça, então visualizando Kiara, batendo seu pezinho irritada.

- Eu perdi meu bico. - ela diz, no tempo que me volto a ela, indo em seu rumo. - No seu quarto.

- De novo, meu bem? - interrogo, farta das inúmeras repetiçãos da mesma situação.

- De novo. - a pequena afirma, e eu sei o que tenho que fazer, sem nem houver um pedido para tal.

- Ok. - cedo em um suspiro. - A dinda vai ir procurar seu bico.

●●●

Nada entre as cobertas. Nada na cômoda, ou em suas gavetas. Nada nos bides, armários ou mesmo abaixo deles. Nada. Outra vez nada. A cada procura era mais um nada.

Uma solução eficaz, seria implantar um dispositivo para rastrear os bicos dela. Ela sempre os perde, sempre há estresse acumulado em suas buscas, deste modo evitaria essas repetições incessantes. Elas são um loop já que nunca acabam, ou param de acontecer, mas toda vez seguem o mesmo percurso.

❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash Onde histórias criam vida. Descubra agora