° Capítulo 53 °

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- Slash! - o chamo novamente, seguindo a calçada atrás dele. - Fala sério!

Ele não me da ouvidos, seguindo sempre em frente.

- Você não está com ciúmes, não, né?! - peço, parando na calçada ofegantemente.

Meus olhos escapam para a rua. Assim, visualizo quanto o quarteirão mudou. Novas casas, novos comércios. Os mesmos aspectos, mas tudo diferente.

Embarquei em uma nova situação, em uma nova rua - mesmo que conhecida ainda é diferente.
Já vivi situações assim, como já passei nesta rua em outras vindas, e como disse, são os mesmos aspectos, mas tudo diferente; em relação a rua, em relação a nós.

- Nossa, senhora! - exclamo, percorrendo meus olhos pela quadra. Slash vira a cabeça para trás, apertando os olhos. - No meu tempo isso aqui era tudo mato! - digo repleta a imersidão que o momento fez-me sentir.

Sua boca e narinas, reproduzem um suspiro forte, muito semelhante ao som que um boi faz quando bufa.

- Eu com ciúmes e você só sabe pensar nisso?! - finalmente ele pronuncia algo. Slash volta a caminhar, mais rápido que antes. - Por favor, né!

- Então você está com ciúmes! - afirmo, correndo. Paro em sua frente, trancando o caminho, então apoio minha mão no carro que está logo ali, pendendo meu corpo para o lado. - Não gostou de ver seus amigos? - mudo de assunto, sorrindo um pouco afobada.

- Vince Neil não é meu amigo!

- Mas alguém por acaso mencionou o Vinnie? - retruco, sem deixar de sorrir.

- Slash se encosta no carro, cruzando os braços. - Vinnie aqui, Vinnie ali... - resmunga de voz embolada, virando o rosto. - Vinnie que se foda...

- Bebe. - falo em tonação afetiva. Carinhosamente, pego em seu rosto, segurando em suas grandes bochechas e virando seu rosto para mim. - Não precisa ter ciúmes.

- Ah, não precisa?! - rebate, arrancando minhas mãos do seu rosto. - Eu ouvi da sua boca que seu sonho de infância era casar com aquela barbie girl falsificada que veio do Paraguai!

- Sonho de infância. - concordo. - Um sonho antigo. E sabe qual é meu sonho atual?

- Não sei, não quero saber! - rebate, com arrogância. Ponho meu crânio de lado, apenas assistindo os surtinhos dele. - E por que você não volta pra lá?! Parecia bem confortável com o braço dele nos seus ombros. Parceria gostar também. Já que ele é seu sonho!

- Ah, Slash, cala a boca. - ordeno ao rolar os olhos. - Se eu quisesse estar com ele eu estaria, mas eu não quero. Eu estou aqui, mas se você quiser eu posso voltar para a mesa do Crüe.

Suas mãos procuram em seus bolsos, procuram até encontrar a chave do meu carro.

Slash engata a chave na fechadura da porta, pondo-a no automóvel próximo a nós, e só assim, percebo que o carro, é a minha belina.

- Quero voltar pra casa dos seus avós. - comenta de voz áspera, dando então uma volta na chave para destrancar o automóvel. - Não quero mais ficar aqui.

❛ ANJO CAÍDO 1 ❜ ‣ Slash Onde histórias criam vida. Descubra agora