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A casa do doutor Miguel é simplesmente enorme, sabe aquelas que você só vê na televisão? Não é nada comparada a mansão do médico, em um condomínio de luxo, totalmente de vidro em sua fachada, com um paisagismo minimalista, você com toda certeza se...

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A casa do doutor Miguel é simplesmente enorme, sabe aquelas que você só vê na televisão? Não é nada comparada a mansão do médico, em um condomínio de luxo, totalmente de vidro em sua fachada, com um paisagismo minimalista, você com toda certeza se sentiria no futuro distante.

Saio do carro pegando a bolsa que eu carregava, pois ao tentar pegar minha mala um homem de nome Jarbas, veio e a levou.

- Ele é o chofer da casa, levará você e o meu filho para escola e aonde quiserem. - O doutor avisa e eu apenas assinto ainda me sentido acanhada.

Entramos na casa depois de uma senhora abrir, ela é a governanta Gina, uma mulher de quase setenta anos, fios brancos e corpo magro, extremamente elegante com sua postura impecável. A mesma ganha a função de chamar a esposa do doutor Miguel e seu filho.

Só mais uma coisa antes de encerrar o assunto, governanta? Quem possui uma em pleno século 21?

Poucos minutos depois uma mulher loira com um coque elegante nos cabelo, vestido preto justo até o joelho, usando salto dentro de casa, desce as escadas como uma pluma, na mais pura beleza, seu olhos castanhos junto a sua pele leitosa a torna mais jovem do que deve ser.

- Meu amor, essa é a pequena Lola que já lhe falei muitas vezes e avisei que viria passar um tempo aqui. - Doutor Miguel me apresenta para mulher que mostra um sorriso sem dentes. - Lola, essa é a Virgínia minha esposa.

- É um prazer conhecê-la. - Digo educadamente.

- O que ela está fazendo aqui? Eu disse que não a queria aqui. - Virgínia pergunta me medindo de cima a baixo, o que antes parecia um sorriso gentil se tornou uma carranca de desdém.

- Lola irá viver conosco por um tempo, não tem mais o que discutir. - Seu marido esclarece.

- Conosco? Você quer dizer comigo e seu filho, não é? Porque você mal para em casa, com suas viagens a trabalho. Uma estranha na minha casa, eu mereço. - Ela praticamente berrou dando um escândalo e nesse momento que um garoto aparece.

Ele parece ser muito pouco mais velho que eu, mas é bem mais alto, seu cabelo escuro em um corte que pode ser chamar de indie cai pelo seu olhos por esta desarrumado, ele veste uma blusa de manga longa preta e uma calça moletom cinza junto a um tênis preto.

Posso dizer, sem mentir, que ele é lindo.

- Filho! - Doutor Miguel abraça o garoto, mesmo que ele não retribua. - Gabo, essa é a Lola, Lola esse é o meu filho.

- É um prazer conhecê-lo, Gabo. - Digo ainda mais tímida do que já me encontrava.

- Pode me chamar de Gabriel, Gabo é apenas para quem eu conheço. - O garoto diz com um ar de superioridade irritante.

Grosso.

- Certo, sem problemas.

- Não seja tão rude querido. - O pai dele diz o abraçando de lado. - Vamos Lola, mostrarei onde vai ficar. - Eu assinto acompanhando o homem para mais dentro da casa, pois estávamos em um sala ou hall onde só havia sofá, mesas com jarros de flores e quadros com pinturas diferentes, tudo em um tom branco com azul extremamente claro.

O médico me guia pela grande escada de mármore, entramos em um corredor que possui a mesma estética da sala de onde estávamos, grande vasos de flores em mesinhas brancas, paredes da mesma com com pequenos detalhes também azul, além de mais quadros.

Paramos em frente a uma porta branca de madeira, assim que a mesma é aberta vejo ter um quarto, com cama de casal, penteadeira, duas portas que deve dar para o banheiro e closet, tudo na mesma cartela de cores do restante da casa, além de possuir uma varanda com portas de vidros e cortinas brancas, tudo extremamente delicado, percebo que minhas malas já estão no canto do cômodo.

- Esse é um dos melhores quartos de hóspedes, pode ir deixando ele a sua cara com o decorrer do tempo. - Doutor Miguel diz gentilmente.

Mas qual é a minha cara?

Meu quarto era simples na casa dos meus avós, eu não tinha muita decoração até porque eram caras e as que podiam ser feitas simplesmente eu não sabia fazer.

- Está ótimo como está. - Digo sem mentir.

- Que bom que gostou, vou descansar um pouco antes do jantar, peço para alguém lhe chamar na hora. - Eu assinto. - Se precisar de ajuda com as malas me avise no jantar pedirei para alguém vir aqui, o closet fica ali. - Ele aponta para uma das portas.

- Não precisa. - Digo com um sorriso agradecido.

- Certo, então nos vemos em menos de uma hora no jantar, tome um banho e descanse, deixe para pensar nas malas amanhã.

Faço o que ele disse, tiro minhas roupas da viagem que consistiu em uma calça jeans clara, um casaco moletom amarelo, e mesmo tênis que eu já estava antes de tudo acontecer. Depois do banho visto um vestido de botões, na cor verde com detalhes pretos, por esta um frio ponho um sobreposição de camiseta por baixo, volto a pôr um tênis all star preto e espero ser chamada para jantar enquanto arrumo algumas coisas no closet extenso que com certeza é maior que o meu antigo quarto.

Alguém bate à porta e eu corro para atender dando de cara com o Gabriel de braços cruzados, me olhando de cima, já que ele é mais alto.

- Oi. - Digo sem saber exatamente o que falar.

- Posso falar com você um minuto? - Ele pergunta, eu apenas faço que sim com a cabeça lhe dando espaço para entrar.

- Então pode dizer. - Incentivo assim que fecho a porta atrás de mim.

- Já percebi que você não tem muita noção de como se comporta, então vou deixar as coisas bem claras, Lola. - Eu pisco algumas vezes um pouco surpreso pelo seu tom raivoso. - Regra número um: não fale comigo em público, regra número dois: não force uma amizade onde não vai existir, regra número três: não faça amizade com os meus amigos, regra número quatro: nunca me peça favores, última regra número cinco: nunca entre no meu quarto sem a minha permissão, isso inclui usar do que é meu. - Tantas regras que mal consegui decorar.

- Tudo bem, mais alguma coisa? - Digo sentindo fome, ninguém vai me chamar para jantar?

- Eu te odeio. - Assim de graça, do nada? Não pergunto, mas penso.

- Oh! Ok? - É que sai do meu lábios

- Como assim, ok? - Gabriel pergunta confuso.

- O que você quer que eu diga, tudo certo, tudo bem, de boa, sem problemas? - Questiono sem entender o que ele realmente quer.

- Você não me odeia? - Pergunta com olhos castanhos quase preto arregalados.

- Eu nem te conheço, me desculpe te dizer Gabriel, mas nem todo sentimento repentino pode ser chamado de recíproco de uma hora para outra. - Respiro fundo para não surtar. - Vou seguir suas regras, não se preocupe, deve ser horrível ter que conviver com alguém que você não gosta, mesmo tendo acabado de me conhecer, prometo tentar amenizar isso. - Tento tranquilizá-lo.

A única coisa boa que posso absorver dessa meia discussão com Gabo é que ele não parece ser uma pessoal que guarda as coisas para si, então sempre que estiver incomodado irá externar me dando a deixa de não machucá-lo no processo.

Não vim aqui para acabar com o psicológico de ninguém.

Não vim aqui para acabar com o psicológico de ninguém

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Ele me "odeia" amaOnde histórias criam vida. Descubra agora