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Depois do shopping passei horas conversando com Haru, pelo telefone, contei como foi o dia de aula sem ela e como foi sair com Gabo e os amigos dele.

Não foi de todo mal, mas escutar algumas coisas me deixaram bem pensativa.

"Então você vai amanhã à abertura do festival, não é? "

- Vou perguntar a senhora Borges no jantar e te mando mensagem? - Digo deixando o celular no viva voz para escutá-la enquanto visto uma roupa mais confortável para descer e não precisar me trocar para dormir.

"Espero que ela deixe, sério a abertura é linda com os desfiles de carros enfeitados. " Haru fala tão empolgada que vou me sentir mal caso a Virgínia não deixe.

- Bom, tenho que descer. - Digo recebendo um tchau da coreana.

Eu apenas vesti por cima do meu pijama o meu moletom amarelo com estampa de Coraline e saí.

O jantar foi calmo sem muita conversa paralela entre mãe e filho, assim que vejo que eles terminaram e esperavam a sobremesa antes de sair resolvo falar com Virgínia.

- Senhora Borges. - A chamo. - A minha amiga da escola me convidou para irmos juntas à abertura do festival de aniversário da cidade, eu posso ir?

- Você vai precisar do motorista? - Nego pois Haru já se prontificou em me buscar e me trazer. - Ótimo, então pode ir, lembre-se da regra seis. - Eu assinto quase dando um gritinho eufórico.

Regra seis: Nada de amigos ou namorado dentro da casa.

Saio da sala de jantar me sentindo animada, preciso pensar em alguma roupa e avisar a Haru que vou. Antes que chegue no quarto ainda na grande escadaria escutei passos vindo na mesma direção que eu, me viro para ver quem por pura curiosidade pois poderia ser qualquer um.

Gabo vem na mesma direção que eu com certeza deve ter desistido de comer a sobremesa e está indo para o próprio quarto, eu não faria isso se fosse ele, mas como não sou vida que segue.

Sim, meu cérebro pensou em esperar ele, mas só de lembrar que uma de suas regras é não força amizade eu volto a subir a escada.

- Lola, espera. - Ele me chama quando já estou no patamar de cima.

Gabo sobe as escadas quase correndo, chega até a tropeçar em um dos degraus, confesso que não poupei um risinho.

- Posso falar com você? - O mesmo pergunta assim que já está perto o suficiente para não precisar gritar.

- Já está falando. - Constato, ele revira os olhos.

- Sobre o que é a regra número seis? - Respondo a ele que não posso levar nenhum amigo ou namorado para sua casa. - Sério?

- O mais engraçado é que ela ao menos achou que eu teria amigos. - Completo enquanto caminhamos em direção aos quartos, o dele fica depois do meu mais na mesma ala.

- Não vejo nada de engraçado nisso. - Ele diz sério, mas é claro é a mãe dele, por que o mesmo gostaria de me ver meio que debochando de uma das regras dela? Foi o que eu pensei até as seguinte frase sair da sua boca. - Não achei legal ela proibir de trazer seus amigos aqui, aliás essa não é a graça de ser adolescente? Passar horas com o amigo dentro do quarto enquanto conversam sobre besteiras.

- Não sei, nunca fiz isso. - Nem vou fazer, pelo visto. - Posso te perguntar uma coisa? - Pergunto esperando um não.

- Pode sim. - Ele fala parecendo animado.

Mas por quê? O Gabo em algum momento vai me enlouquecer, assim eu vou querer ser amiga dele, affs.

- O que se usa neste festival?

- Depende, para acompanhar o desfile de amanhã normalmente usamos roupas mais casuais e leves dependendo da temperatura algo mais quente ou não, e como está mais frio esse ano é bom não deixar de ser algo com manga longa. - Eu assinto entendendo, talvez eu possa me guiar com essas informações. - Mais alguma coisa?

- Não, quer dizer sim, mas eu vou falar com Haru sobre.

- Pode me perguntar o que quiser. - Ele parece realmente disposto a me responder. - Você vai algum outro dia, tipo para o Baile das flores no salão de cristal.

- Esse evento não é só para as pessoas mais ricas da cidade, onde tem um leilão destinado a caridade? - Pergunto já tendo ouvido falar sobre o mesmo na televisão, aliás estamos na capital mais rica do país, barrando até a capital do próprio, esse festival não é coisa de interior tudo nele é grandioso.

- Todos da escola vão com seus familiares, nós sempre ficamos pelas varandas do salão. - Todos vão porque são ricos, não estudamos em uma escola pública, estudamos no maior centro de herdeiros do país.

As mães de Haru são donas de uma linha de maquiagem asiática/americana que faz sucesso em vários países. O pai da Valentina é filha do criador e dono vitalício de uma agência de modelos e atores, os pais da July são donos de uma companhia de sorvete vegano que exportam para fora. Nick tem como mãe uma das maiores modelos já existentes na indústria da moda, além de pai até hoje ser diretor cinematográfico. Gabo pode ter o pai mais humano e legal existente, um médico espetacular e que não ver dinheiro em tudo além de ser dono de hospitais, enquanto a mãe vem de uma família antiga e respeitada aqui na capital por ser bisneta de um dos primeiros governadores.

Todos são ricos, e eu sou apenas eu.

- Legal. - É o que digo.

- Você vai? - Ele pergunta mordendo o lábio , o que faz a minha respiração travar por uns segundos.

Precisava mesmo ser tão bonito, isso é uma falta de respeito com a minha sanidade, eu sou humana, ok?

- Acredito que não. - Respondo o que acho ser óbvio.

- Por quê? - Sei lá Gabo, talvez porque sua mãe nunca me permitiria, porque eu não tenho uma roupa adequada, são tantos os motivos que só penso e não falo, dando de ombros.

- Boa noite, Gabriel. - Digo entrando por fim em meu quarto, ouvindo de volta em um quase sussurro um " Boa noite, Lola" de volta.

Ligo para Haru em uma chamada de vídeo conto para ela que vou, mas que não sei ainda o que usar mostro alguma das minhas roupas e ela me ajuda.

Com a ajuda da minha amiga escolho uma calça jeans com girassóis pintados nela, um croped de crochê amarelo mostarda, meu tênis all star amarelo uma jaqueta jeans amarela claro meia desfiada em alguns pontos, eu adoro a mesma mau a uso com medo de entregá-la, pego um cinto junto a um bolsa de lado pequena marrom, um óculos gatinho com o vidro marrom claro, e uma boina no mesmo tom do croped.

Com a ajuda da minha amiga escolho uma calça jeans com girassóis pintados nela, um croped de crochê amarelo mostarda, meu tênis all star amarelo uma jaqueta jeans amarela claro meia desfiada em alguns pontos, eu adoro a mesma mau a uso com medo de...

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Ele me "odeia" amaOnde histórias criam vida. Descubra agora