🐝 Parte 2 🐝

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Esse poderia ser um dos mais tristes começo de livro que alguém poderia ler

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Esse poderia ser um dos mais tristes começo de livro que alguém poderia ler. Um dos piores prólogos a ser contado em uma história, mesmo agora estando na metade dela.

Por que ela não é feliz.

Na virada do dia 21 de  agosto, inverno no hemisfério sul e Verão no hemisfério norte.

No dia do meu aniversário foi quando minha mãe ligou me informando que o meu avô havia acabado de falecer. O melhor homem que a terra teve o prazer em abrigar foi embora.

Eu entrei em choque, Gabo em desespero, pois eu fiquei petrificada depois do meu celular escorregar pelos meus dedos. Apenas minutos depois que a minha voz saiu, então eu contei ao meu namorado que por fim entendeu o meu estado.

Como não podíamos ir para cidade de madrugada, ele ficou me consolando o resto da noite, inteira. O calor dos braços dele me fizeram me sentir mais segura e menos desamparada.

Quando o sol nasce eu já não tinha lágrimas e forças para chorar. Cerca de uma hora depois doutor Miguel chega para nos levar, ele disse que havia pedido para que a minha mãe não me ligasse aquela hora pois seria um martírio para mim, mas a mesma não quis escoltá-lo.

A minha mãe me conhece, sabe que eu ficaria magoada se soubesse que meu avô tinha ido horas depois do acontecido.

Ela sabia que eu ficaria mais ressentida se não me falasse o que seria pior em um processo de luto.

Gabo não desgrudou de mim um segundo sequer enquanto estamos no carro, confesso que não quero que ele fique longe, sentir o aperto leve da mão dele na minha faz parecer que ainda tenho o chão sobre os meus pés.

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Depois que chegamos ao hotel até o momento que entramos com a caixão do meu avô no cemitério da cidade onde a minha vó também foi sepultada, tudo depois disso se passa como um borrão.

Mal senti o abraço da minha mãe quando a vi, não tive coragem de olhar o corpo durante o velório dele por mais que eu repetisse para mim mesma que ele estava apenas dormindo, em momento algum eu cheguei a me convencer.

Agora estou aqui rente ao túmulo do homem que me criou, que tinha as melhores piadas e histórias já ouvidas por alguém, não sei se estou chorando pois me encontro em um estado que ao menos sei como estou de pé, talvez seja os braços do Gabriel que me rodeiam que estão me mantendo ereta.

- Lola. - Meu nome é chamado por uma voz que só escultei uma vez, levanto o meu olhar para Artur o garoto que se apresentou como meu amigo de infância quando estive aqui com os meus amigos. - Eu sinto muito pela sua perda, sei que não...

- A minha namorada não está muito bem se não percebeu, obrigado pelas condolências, mas... - Saio do meu estupor ao escultar as palavras do meu namorado.

- Gabriel! - Chamo a atenção do mais alto que ainda me abraça. - Obrigada, Artur, não é? - Ele assente me lançando um sorriso mínimo.

Assim que o garoto sai de perto de nós me afasto de Gabo para fitá-lo, ele parece irritado e eu não estou diferente.

- Não precisava tratá-lo mau daquela forma. - Ralho com ele.

- Desculpa abelhinha, não consegui me controlar. - Gabo diz com o olhar baixo aparentemente com vergonha da própria atitude.

Desde que começamos a namorar Gabo vem tendo pequenos, mas pontuais, ataques de ciúmes, o que vem me saturando.

- Pois aprenda. - É o que digo voltando a me virar para onde o padre que terminava de celebrar o enterro.

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Meu avô é enterrado, eu enquanto e minha mãe choramos abraçadas. Agora será apenas nos duas, não sei como as coisas vão ficar, mas sei que tudo vai ficar bem enquanto tivermos uma a outra.

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Ele me "odeia" amaOnde histórias criam vida. Descubra agora