Any
Abro a porta de casa e entro em silêncio, os meninos devem estar dormindo.
— Meu amor - Levo um pequeno susto quando ouço a voz de Max, ele vem até mim com Henrique no colo e me abraça - Fiquei preocupado com você - Beija meus lábios com lentidão.
— Você já deve saber o que fui fazer, não é?
— Sei sim, você tá bem?
— Nenhum pouco - Suspiro cansada.
— Olha filho, a mamãe chegou, amor - Pego meu bebê no colo e ele abre os olhinhos azuis, ele só tem isso de Catarina, agora Henrique é meus irmãos todinho.
— Tava com saudade, mamãe - Beijo sua cabeça e sinto seu cheirinho gostoso de neném.
— Eu também, querido. Pedro está dormindo?
— Está dormindo em nosso quarto, ele quis ficar lá.
— Tudo bem. O que esse mocinho faz acordado esse horário?
— Tive um pesadelo, mas o papai ficou comigo e não deixou eu ficar mais com medo.
— Que bom, meu bebê, quer me contar o que sonhou? - Pergunto indo para a cozinha.
— Que os homens que me tiveram e a Joalin me pegavam de novo - Meu corpo enrijece e prendo meu filho com mais força contra mim. Eu posso um dia perdoar meus irmãos, eu posso, mas deixar meus filhos com eles isso nunca.
— Amor... - Olho para Max que me tranquiliza - Isso nunca, filho, ninguém nunca vai tirar você e seu irmão da gente, tá bom? Nunca.
— Uhum - Resmunga sugando a chupeta fofinha.
— Agora vai dormir, pode colocar ele pra dormir, Max?
— Claro - Ele pega Pedro do meu colo e sobe as escadas. Abro minha bolsa rapidamente e seguro os comprimidos em minha mão. Quando eu tinha quinze anos foi quando tudo começou... Engulo os cinco comprimidos de uma vez e respeito fundo esperando que logo isso faça efeito - Levei os meninos para o quarto deles. O que você tomou, Any? - Max aparece depois de uns vinte minutos
— Nada, não é nada - Ando em sua frente e subo as escadas começando a ver um pouco embaçado.
— Não confia em mim?
— Confio, Max, mas tem coisas que eu prefiro guardar pra mim - Entro em nosso quarto e cambaleando vou até o banheiro.
— Você se drogou? - Segura meus braços me fazendo olha-lo.
— Não - Corro para o banheiro e sem me segurar acabo vomitando.
— Porra - Pragueja segurando meu cabelo. Fico em frente a privada até me recuperar e olho envergonhada para Max.
— Desculpa - Choro baixo e fecho os olhos, sinto ser pega no colo e logo a água quente cai sobre meu corpo - Desculpa.
— O que aconteceu pra você de drogar? Meu amor, eu sei que não foi só por causa dos seus irmãos.
— Eu sou adotada, Max, e isso nunca me afetou, eu vivi até meus nove anos no orfanato, depois fui adiantar quando tinha dez. No meu aniversário de quinze anos eu não quis festa, nunca gostei muito disso. Nesse mesmo dia eu estava na cozinha junto com meu irmão, até que um tiro surgiu e vi meu irmão Travis caído no chão.
— Travis? Mas você não tem um irmão com esse nome.
— Eu tive, ele morreu, Max, ele era meu irmão de sangue, Travis tinha dezessete anos quando isso aconteceu, ele foi assassinado, foi assassinado no meu lugar, eu deveria ter morrido, eu fui a causa de sua morte. E hoje meus irmãos, fizeram isso, os três tinham inúmeros cortes no braço. E eu estou causando isso nos três, eu estou sendo o motivo deles estarem se machucando, Max, eu não quero que eles morram, eu não quero - Choro sem controle e soluço entre as palavras, Max me puxa para seu peito e acaricia meu cabelo - Travis morreu por minha causa, ele entrou na minha frente e o tiro acertou sua cabeça. Se meus irmãos morrem isso também vai ser culpa minha e eu não quero, Max, eu juro que não quero. Já estou magoando Josh, ele não aparece vai fazer dois meses, eu estou fazendo meus irmãos se machucarem...
— Você não tem culpa, Any, você não teve culpa do seu irmão ter morrido, você não teve culpa de nada, meu amor.
Max
Any é muito mais machucada do que eu pensei, seu olhar perdido me deixa sufocado e seus soluços me da angústia pura.
— Por que eu não morri no lugar dele? - Seguro seu corpo e a afasto do meu.
— Nunca, ouviu, nunca mais diga isso. Any você não teve culpa e não tem culpa, eu sei que dói. Você estava tentando se matar com remédios agora, remédios extremamente perigosos, você se culpa por tudo que acontece à sua volta, mas você não tem culpa, não tem! - Falo alto e ela encosta meu peito enquanto chora compulsivamente.
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Cap. da maratona: 1/8
Hmmm a Any tbm tem seus problemas do passado...
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Amor Inusitado
FanfictionQuando uma garota descobre que sua melhor amiga, abandonou o irmão em um hospital psiquiátrico, ela resolve ir descobrir o porquê, resolve ir visitá-lo. O que ela não sabia é que após ver os belos olhos inocentes, iria se apaixonar profundamente. E...