⚘ seis

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O pânico ter me atingido tão rápido com um simples chute da minha filha tinha me deixado pensativa pelo resto do dia. Meu pai ia embarcar no dia seguinte de volta para Chicago e eu continuaria aqui, ajudando a minha tia com tudo que ela precisasse. O casamento veio em bom tempo, estou muito feliz por ela, mas também estou grata por ter algo o que fazer para me ocupar. Me entediei mais nesses três meses do que qualquer vez outra.

Meu celular toca sobre a mesinha de canto e faço um esforço danado para pegá-lo.

— Alô? — coloco a mão sobre os olhos.

Jennie? Oi! — Trinity estava do outro lado da linha — Como você tá?

— Bem... e você?

Ótima! Estava numa festa ontem sabe, conheci um cara... acho que agora eu desencalho.

Eu sabia que ela tinha algo para me contar ou não me ligaria assim de uma hora para a outra.

— Se for para falar do noivado do Michael... esquece. Ele já me avisou.

Não é isso... estava pensando em ir te ver.

— Ora, então venha.

Só não posso agora... mas queria te ver antes de ter a bebê.

— Você tem três meses — ela riu através da ligação.

Nos despedimos e eu encostei a cabeça no travesseiro. Eu pensava quando ia poder ir em uma festa de novo, beber até cair no chão e dançar até as pernas ficarem trêmulas. Não acho que seria logo.

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Tia Amélia tinha ido até a capital resolver algumas burocracias para o casamento. Eu ainda estava meio desacreditada que aquilo ia realmente acontecer, e pelo visto, seria depressa.

Eu estava tentando cozinhar alguma coisa pois a bebê queria muito comer torta de pêssego. Torta de pêssego, chocolate e coca-cola para ser exata. Estava assustada com a possibilidade do próximo desejo ser gasolina.

— Vamos lá, vamos lá... — coloquei a torta no forno e voltei para a sala esperando ela ficar pronta.

Senti vontade de fazer xixi, com muito esforço eu subi as escadas. Com a barriga crescendo ficava cada vez mais difícil passar de pelo menos dois degraus. Estava com medo de que quando chegasse o nono mês eu não ia conseguir levantar da cama.

Quando terminei e desci as escadas senti cheiro de fumaça. Meu coração disparou quando vi fogo saindo do forninho.

— Meu deus! — peguei um pano sobre a mesa e corri até o fogo batendo nele com força.

— Sai da frente! — Taehyung apareceu de uma hora para a outra com um extintor e me afastou antes de começar a soltar aquela fumaça clara para todo lado.

Em questão de segundos ele apagou o fogo, tentei acalmar o meu coração.

— Você está bem? — ele colocou as mãos nos meus ombros e eu assenti, ainda meio insegura.

Quando comecei a tossir ele quase me segurou nos braços me tirando de dentro de casa.

— Pegue isso — ele me deu uma chave — Vá para a minha casa e espere lá.

A casa de Taehyung era muito bonita. Tinha paredes verdes e o jardim era uma coisa fantástica. Odiava admitir que ele tinha bom gosto. Me assustava como ele era perfeito até demais.

Me deparei com a sala de estar assim que entrei. Um longo sofá preto cheio de almofadas me convidou para sentar nele e eu, sem hesitar, o fiz. Ele tinha uma televisão enorme e quadros espalhados por toda parte. Uma mesinha de centro de vidro com umas esculturas em formatos bem únicos, e mais adiante, uma estante lotada de livros.

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