⚘ vinte

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Minha filha era uma garotinha esperta. Só dois dias depois de vir ao mundo, ela vomitou no seu avô quando ele fez um comentário estúpido sobre música. E quando minha tia me forçou a comer gelatina, ela também se rebelou e fez cocô na hora da minha tia trocar fraudas. Demorei um bom tempo para decidir o nome dela, mas acabei escolhendo Rory — o nome da minha mãe. Não sei por que não tinha pensado nisso antes, mas pareceu o certo quando surgiu a mente.

E quem sabe ela iria para Yale como a Rory Gilmore da série.

A verdade era que eu não estava dormindo. Pelo menos nisso os filmes estavam certos: quando você tinha um recém nascido em casa, significava que você não ia saber o que era sono nem tão cedo.

E apesar de eu ter a ajuda do meu pai, da minha tia, de Johnny e de Taehyung, ainda era muito difícil. Meus peitos doíam cada vez que minha filha queria se alimentar, e era terrível me sentir uma péssima mãe por ás vezes desejar não amamentá-la.

Eram duas da manhã quando Rory abriu um berreiro e começou a chorar a plenos pulmões e eu fui pegá-la, antes que ela acordasse a casa inteira.

— Shh, shh. — eu tentava cantar para ela, mas não adiantava.

A porta foi aberta por meu pai.

— Minha vida acabou. — ele sentou do meu lado, e então pegou sua neta, e ela instanemamente parou de chorar.

— É o cheiro de leite. Devia ir tomar um banho. — ele respirou fundo.

— O que seria de mim sem você? — encostei minha cabeça no seu ombro, e então ele riu.

E fui para debaixo d'água. Fiquei alguns minutos lá, tentando colocar a cabeça no lugar e recuperar os sentidos. Quando saí, eu não estava mais com sono, então peguei a babá eletrônica e desci as escadas, me sentando sozinha no deque. Levei uma coberta e prendi ela dos meus pés até os meus ombros, porque o vento estava forte e gelado demais.

— Onde está a mini-kim? — Taehyung perguntou subitamente, e quase pulei com sua presença repentina.

— Dormindo.

— Você devia estar dormindo também. Te vejo todo dia ás duas da manhã de um lado pro outro na varanda. — ele sentou ao meu lado, apoiando o braço direito no topo da cadeira, atrás da minha cabeça.

— Stalker. — encostei a cabeça no estofado — Não consigo dormir com medo dela chorar e eu não conseguir acordar de tão cansada que estou.

— Você sabe que tem mais pessoas te ajudando, né?

— Eu sei, mas já estou atrapalhando a vida deles o suficiente.

Os olhos dele desceram dos meus pela minha boca, o pescoço e pararam na coberta gigante que eu usava.

— Dorme, se ela chorar eu te acordo.

Eu hesitei um pouco, e então ele afagou o meu cabelo e levou minha cabeça de encontro ao seu ombro, onde eu me apoiei e fechei os olhos. Amigos não deviam estar daquele jeito, mas eu realmente não me importava naquele momento. Então eu dormi.

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Quando meus olhos se abriram, eu levei um tempo para entender o que estava acontecendo.

— Ela quer mamar, então não tive outra opção a não ser te acordar. — Taehyung estava no meu quarto.

— Como me trouxe aqui pra cima? — perguntei, pegando minha filha nos braços.

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