⚘ doze

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Minha tia se levantou da mesa e olhou para mim e Taehyung.

— Estou indo me deitar, hoje o dia foi longo — ela suspirou — Não demore muito, Jennie. Boa noite crianças.

Ela acenou e deixou um beijo na minha cabeça antes de subir as escadas, indo para seu quarto. Olhei para Taehyung.

— Vamos conversar lá em cima — pedi.

— Por que lá em cima?

— Porque quero passar um tempo com você, e quando for embora eu não consigo subir a escada sozinha, então preciso de ajuda. Vamos logo.

Degrau por degrau, ele segurou a minha mão e subimos muito devagar. Quando chegamos ao topo, abri a porta do meu quarto super bagunçado e apontei para a varanda, para que nos sentassemos lá.

— Então? — disse ele, encostando a cabeça na cadeira de pano branco que eu tinha na minha varanda.

Contemplei o céu strelado: — Como foi o encontro?

— Pensei que não quisesse detalhes.

— Da transa eu não quero, do encontro já é outra coisa.

— Foi normal, ela é legal.

— Só?

— Não tem muito o que dizer, somos completamente diferentes.

— Tão diferentes que levou ela para a sua casa no fim da noite — seus olhos me fitaram perplexos — Em minha defesa, seu carro faz muito barulho.

— O suficiente para você levantar e ir bisbilhotar alguém da janela?

— Eu não bisbilhotei, eu só vi por pura coincidência. O vestido dela era muito bonito.

— O que quer saber, Jennie?

— Por que são tão diferentes?

— Ela gosta de outras coisas, trabalha com direito, fala tão pouco que assusta. A verdade é que ela só queria trepar.

— Tirou essa conclusão só por que ela é diferente de você? Tae, eu e você também não nos parecemos em nada e somos bons amigos.

— É diferente. Não tem sexo entre nós.

— E nem poderia, né — apontei para minha própria barriga, fiquei satisfeita por ele sorrir — Mas tudo bem. Terá outros encontros, outras mulheres, e aí sim você vai conhecer aquela que é para a vida toda.

— Não sabia que era romântica.

— Não sou, mas tento desejar o melhor para as pessoas que eu gosto.

O sorriso em seu rosto era diferente das outras vezes em que ele exibia aquele formato único: — Você comprou muita coisa na capital, em?

— E ainda tem mais pra chegar. Meu pai comprou todos os móveis e deve estar chegando na semana que vem — ajeitei meu cabelo sobre os ombros — Dei uma bronca nele por causa disso.

— Qual o problema?

— Eles já fazem demais por mim.

— São sua família.

— Eu sei — sussurrei — Mas não consigo aceitar tanta ajuda. Eu sou adulta, me meti nisso por conta própria, eu deveria estar arcando com todas as consequências.

— Você vai criar uma garota sozinha, isso já é arcar com consequências o suficiente — ele foi rápido ao me responder — Deixe eles ajudarem, seja um pouco bondosa consigo mesma. Também não é como se você tivesse engravidado sozinha, né? Precisou de outra pessoa pra isso.

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