⚘ quatorze

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O jantar tinha passado normalmente, e enquanto minha tia se despedia dos parentes, peguei a mão de Taehyung e saímos pelos fundos da casa até a sua, procurando um pouco de paz depois do dia que tivemos.

— Muito obrigada. — falei depois de ter me esparramado em seu sofá — Mesmo.

— Não precisa agradecer. Foi divertido ser seu marido por um dia.

— Foi muito legal ser sua esposa por um dia também — sorri — acho que formaríamos um casal e tanto.

— Eu concordo — ele me entregou um copo d'água — Podíamos fazer um daqueles acordos que amigos fazem, de que se chegar a tal idade se casam. Totalmente platônico.

— Eu vou ter uma filha, Taehyung.

— Eu sei — ele se afundou no assento ao meu lado — e a mini-kim já me adora. Vamos formar uma boa dupla.

Sorri: — Tudo bem. Se chegarmos aos quarenta e nenhum de nós achar alguém, nos casamos. Isso se ainda formos amigos até lá.

— Claro que vamos ser amigos até lá. Não pretende fingir ser casada com mais ninguém, né?

— Não sei, tenho algumas opções... — brinquei — mas não acho que elas serão tão eficientes quanto você.

— Eu sou uma estrela. Insubstituível.

— E egocêntrico — olhei para ele — noivado cancelado. Nem se eu chegar aos quarenta eu me caso com você.

— Agora estou ofendido.

— Ninguém mandou ser arrogante.

Ele beliscou meu nariz, e antes que eu revidasse seu celular tocou sobre a mesinha de centro.

— Seu encontro?

— Na verdade, sim — ele notou minhas sobrancelhas erguidas, querendo saber mais — Depois daquela conversinha que tivemos sobre a loira, eu pensei de novo e chamei ela pra sair uma segunda vez. — ele se encostou no sofá depois de digitar no telefone.

— Pensei que ela só queria sexo.

— Foi a minha impressão, mas devo estar errado. Ela pareceu bem interessada quando a chamei de novo.

— E quando vai sair com ela?

— Amanhã. Essa noite estou ocupado fingindo ser o marido de um certo alguém — a sua piscadela me fez sentir borboletas no estômago.

— E já tem uma amante reservada pra amanhã. Cafajeste! — fiz ele rir.

— Então, o que fazemos agora?

— Eu e a mini-kim não estamos com sono, e você?

— Nenhum pouco. Vamos ver um filme!

— Harry Potter! — fui rápida, e quando ele levantou o dedo para negar, eu o respondi: — Se disser não eu vou chorar e aí sim a minha filha vai te odiar.

— Vaca. — ele mexeu os lábios sem emitir nenhum som, e eu comecei a rir quando ele me entregou o controle da TV, admitindo a derrota.

Em alguns minutos o primeiro filme de Harry Potter estava bem na nossa frente, e eu tirei os sapatos para ficar mais confortável. Aquele vestido também estava começando a me incomodar, mas não falei nada.

— Você está bem? — assenti para a pergunta súbita do meu vizinho — Fica se contorcendo, o sofá está desconfortável?

— Não, é o vestido — apontei para as costas com os botões — Eu devia ir em casa buscar alguma coisa...

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