⚘ onze

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A data do jantar se aproximava cada vez mais, e eu não conseguia achar nenhuma roupa que ficasse decente em mim. Toda vez que eu colocava os meus vestidos eles passavam no peito e então, entalavam. Estava prestes a chorar de irritação quando minha tia entrou no quarto.

— Conseguiu achar a roupa?

— Não, não consegui — me virei para ela, brava o suficiente para o ar sair com força das minhas narinas — Estou com ódio.

— Podemos ir procurar algo em uma loja aqui perto...

— Não tem lojas de grávida na ilha, tia. Eu já procurei.

— Então vamos pra capital e compramos tudo lá. Estamos mesmo precisando preparar o quarto pra bebê.

— Ir até a capital?

— Acredite querida, eu sou a última pessoa que queria ir para lá. Mas é melhor fazer isso agora do que deixar pra depois.

Respirei fundo: — Você tem razão.

— Então vamos.

— Mas o carro não está no conserto?

— Só precisamos de um táxi. Não coloque dificuldade e desça!

Segui suas ordens, e em menos de meia hora estávamos deixando a ilha e partindo pra uma loja de enxoval na cidade grande.

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— Deus, vou gastar a minha vida nessa loja — murmurei.

Tinha descoberto uma nova obsessão: roupas de bebê. Existia todas as cores, todos os tons, as estampas, os modelos... era lindo. Pensei na cor central que queria usar para o enxoval da minha filha.

— Rosa é a opção mais segura. — minha tia disse.

— Eu sei, mas acho comum demais. Queria outra cor para ela.

— Azul? — Amélia segurou um macacão azul feminino, e eu sorri — Ela vai ficar linda com essa cor.

— Mas nem vimos ela ainda.

— Você fica ótimo em azul, logo sua filha também ficará.

Passeando mais um pouco pela loja, parei em frente a um berço com os lençóis verde-água.

— Tia. — ela apareceu com mais dez vestidos em mãos — Achei.

Apontei para o enxoval verde, e ela sorriu.

— Então, é isso. Agora vamos procurar algo para você.

A loja infantil tinha uma divisória com uma loja de maternidade, então eu tinha muitas opções. Enquanto minha tia terminava de escolher as roupas para a minha filha, eu experimentava metade dos vestidos que a atendente me entregava. Eu não estava conseguindo me adaptar ao meu corpo agora, mesmo sabendo que era um processo natural. Me irritava me importar tanto com isso.

— Acho que esse tom ficaria perfeito em você — ela me entregou um vestido creme, com algumas pedrinhas que iam do busto até o começo da cintura.

— Não é meio... chamativo demais?

— Acho ele leve para uma noite de festa, e ouvi quando mencionou o casamento da sua tia. Esse vestido ficará ótimo em você.

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