⚘ dezesseis

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As coisas entre mim e Taehyung estavam definitivamente estremecidas. Nos últimos três dias não tínhamos nos falado direito, e nem acho que iríamos. Estava me arrumando para a prova do vestido de noiva da minha tia, e ela tinha conseguido me contagiar com a sua animação. Seríamos só nós duas, já que eu era a sua madrinha de casamento — ela me pediu casualmente ontem enquanto jantávamos.

Não era pra ele ter visto. Desculpa de novo. — Trinity pediu outra vez.

— Está tudo bem. Eu não devia ter mandado ele ler as minhas mensagens sabendo que você podia mandar alguma coisa — suspirei ao telefone — Alguma coisa sobre uma folga desse jornal maldito?

Daqui a algumas semanas, talvez. — ela respirou fundo — Quero tentar pegar folga no dia do casamento, seria bom cair na farra com você de novo.

Não posso cair na farra.

Com sorte a mini-kim vai nos ajudar e sair do útero da mamãe tempo de bebermos juntas — ri da maneira que ela disse o apelido, que agora estava começando a pegar.

— Ela não é nem doida de sair na hora errada. Não é, garotinha? — falei para minha própria barriga.

Olha você, toda babona. — eu sabia que ela estava sorrindo — Vai ser uma mãe incrível.

Eu espero que sim. — minha tia bateu na porta — Tenho que ir, falo com você mais tarde.

Ela estalou um beijo na linha e eu desliguei o telefone, abrindo a porta e encontrando Amélia vermelha de tanta ansiedade.

— Vamos, vamos, vamos! — ela segurou a minha mão e só desacelerou os passos quando chegamos até a escada, descendo com cuidado — Acho que vou ter um pirepaque.

— Tenho certeza que vai ter um pirepaque nesse ritmo. — ri quando ela correu para o carro.

Não pude evitar olhar na direção da casa de Taehyung enquanto entrava no carro. Talvez eu tivesse estragado tudo admitindo que ele era o cara por quem eu sentia tesão. O que eu esperava? Que ele dissesse de volta? Eu era patética. Estava tentando não me julgar pela atitude que eu tinha tomado, mas era difícil. Difícil demais.

Tentei desviar meus pensamentos para as músicas do rádio, mas todas elas tinham letras que me levava ao meu vizinho outra e outra vez. Ao chegar na loja foquei minha cabeça nos vestidos lindos ali na nossa frente.

— Querida! — tia Amélia saiu do provador com o seu vestido já em corpo.

— Ah. Meu. Deus. — sorri ao vê-la tão feliz.

O vestido dela era simples, o tecido era seda e se prendia aos ombros dela deixando parte da clavícula à mostra. Caía perfeitamente sobre sua cintura e a cauda era delicada, mas linda. Não existia um vestido mais perfeito para a minha tia.

— Você está encantadora. — sorri, segurando suas mãos.

— Não acredito que estou me casando de novo...

— Ele estaria feliz por você. O tio Kyle estaria muito feliz mesmo. — sorri e vi seus olhos se encherem de água.

— É, acho que sim. — ela limpou os olhos — Por que não prova algo?

— Não estou me casando, tia.

— Ah, vamos. Vai ser divertido. Posso pegar umas bebidas e vamos provar todos os vestidos dessa loja.

— Acho que as funcionárias não vão gostar.

— Ajudamos elas a guardar tudo, sem falar que sou amiga de metade delas — o sorriso se ergueu — Vamos, escolha algo.

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