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Eu tinha ficado em silêncio na maior parte do trajeto para o restaurante de Taehyung. Agora as ruas da ilha estavam mais movimentadas, e o sol estava bem mais forte do que mais cedo. Permiti colocar meu rosto um pouco mais pra fora sentindo aquela brisa gostosa sobre mim, e deixando que o vento fraco levasse meu cabelo para trás.

Quando chegamos até lá, os garçons cumprimentaram o chefe e ele me acompanhou até uma das mesas.

— Pode pedir o que quiser, eu vou no escritório e já volto. — ele avisou, e deu uma piscadela antes de se afastar.

Foquei meus olhos no cardápio depois de mandar uma mensagem para minha tia e obter um "te vejo em casa" como resposta. Quando optei por um bife com macarrão de nome esquisito, acenei para um dos garçons e fiz o pedido com acompanhamento de suco de laranja. Enquanto esperava o meu pedido, fiquei olhando pela janela para o mar mais adiante.

Taehyung surgiu nos fundos do restaurante e caminhava até a minha mesa, e reparei no olhar de uma mulher observando cada passo que ele dava até a minha mesa. Mordi o meu lábio contendo um sorrisinho.

— Qual é a graça? — ele perguntou, se sentando na cadeira em frente a minha.

— Alguém se interessou por você. — ele franziu as sobrancelhas e eu apontei com a minha cabeça devagar para a mulher de madeixas loiras em uma mesa atrás da nossa. Ele olhou descaradamente — Não tão óbvio, idiota! — chutei sua perna.

— Aí!

— Era para ter olhado sem deixar claro que estou te dizendo que ela está afim de você.

— Ela só me olhou — revirei os olhos — Odeio quando faz isso.

— O que? — perguntei, e agora ele rolou os olhos para cima — É inevitável. Você me irrita demais.

— O que foi que você pediu?

— Comida.

— Não me diga — o sarcasmo era palpável na sua voz.

— Vai lá falar com ela — bati em sua mão de novo — Pode ser a sua folga divertida.

— Minha folga está sendo divertida. — ele afirmou, passando os olhos pelo cardápio do seu próprio restaurante.

Tirei o papel das suas mãos e ele me olhou impaciente o suficiente para expirar o ar devagar pelo nariz.

— Não é divertido passar sua folga com uma grávida comilona. Vai logo, consiga um encontro.

— Por que insiste tanto nisso?

— Porque tenho pena da sua solidão, amigo. — ele passou a língua devagar pelo lábio de baixo antes de forçar um sorriso.

— Não vou chamar ela para sair.

— Ótimo, então eu vou. — me levantei com muito esforço.

— Gosta de mulheres também?

— Não, vou conseguir o encontro para você.

— Jennie...

— O que foi?

Ele hesitou e desistiu de me impedir, então eu andei até a mesa onde a loira estava.

— Olá — sorri, e ela me encarou assustada — Reparei que andou olhando muito para o meu amigo e...

— Me desculpa, eu não sabia que ele era casado.

— O-o que? Não somos casados! — falei rápido — Ele é meu amigo.

— Ah. — a loira pareceu muito envergonhada.

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