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⚘ quinze

Dois dias tinham se passado desde o dia do fingimento entre mim e Taehyung. Acordei quase sem ar depois de mais um sonho em que ele aparecia.

— Uma vez você me disse que não costuma sonhar com pessoas. — Trinity disse ao telefone.

— E eu não costumo mesmo. Não sei por que isso está acontecendo agora, ou se é por que minha filha me deu superpoderes... mas é sério, antes eu sonhava com canetas vazando tinta e agora estou sonhando com pessoas.

— Eu sei que você disse que são só amigos, mas não tem a possibilidade de você estar só um pouquinho afim dele? — ela provavelmente ouviu eu tomar ar para rebatê-la, então foi mais rápida — Jennie, não precisa estar apaixonada. Você está há meses sem fazer nada com ninguém, pode ser só tesão, sabe? As necessidades do corpo humano. É natural.

— Mas eu não podia sentir por qualquer outra pessoa? Tinha que ser por ele?

— Não é como se você conhecesse mais alguém por aí além dele, né?

— Você tem um ponto. — respirei fundo — Não é como se desse pra fazer alguma coisa, de qualquer maneira. Tinha que estar aqui para ver, Trinity. Minha barriga está maior que um daqueles balões que compramos pra ficar com a voz fina.

— Me manda algumas fotos, por favor — ela choramingou — Queria tanto ver você, Jen. Está me matando não poder ir para aí.

— Também estou com saudades, amiga. Espero que consiga vir logo. Talvez no dia do casamento?

— Sua tia não se incomodaria?

— De jeito nenhum. E acho que teremos mais alguns convites depois da confusão no dia do jantar.

— Ah, mas eles mereceram. Idiotas.

— Se você tivesse aqui teria espancado minha tia Éden. Eu não iria tentar te parar.

— Se houver uma próxima vez eu estarei aí.

— Espero que sim.

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— Então, como foi seu encontro? — perguntei quando Taehyung me encontrou no deque no fim de tarde.

— Não acho que vamos sair de novo. — ele suspirou — Ela é legal, mas acabamos do mesmo jeito de novo.

— Transando?

— Sim. No banheiro do lado restaurante.

— Deus! — soltei uma risada — Acho que ninguém pode se comparar com a sua esposa.

— Definitivamente. — ele se aconchegou na cadeira branca da minha tia — Posso te perguntar algo pessoal?

— A resposta é sempre sim. Pode me perguntar qualquer coisa, Taehyung.

— Por que a família do seu pai odeia tanto a sua mãe?

— Ah, imaginei que me perguntaria isso depois do jantar.