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⚘ dezessete

O quarto da minha filha era verde e branco — exceto por uma coisa: os homens que vieram montar os móveis não colocaram o papel de parede de panda que eu tinha encomendado, então a pergunta de um milhão de dólares era: quem iria colar o papel de parede?

Então bati na porta de Taehyung ás oito da manhã de um sábado.

— Tem alguma lei entre as grávidas em acordar cedo? — o cabelo dele estava muito bagunçado e os olhos inchados.

— Na verdade, sim. Os bebês chutam a sua bexiga e você tem que levantar umas cinco vezes para fazer xixi durante a noite — entrei em sua casa quando ele recuou para que eu entrasse — Vai tomar um banho, tenho uma tarefa para você.

— Se tiver me acordando pra fazer seu café da manhã...

— Já que oferece, eu aceito — apertei sua bochecha — Na verdade quero que cole o papel de parede da mini-kim. Pode fazer isso?

— Só porque é pra mini-kim. Não faço coisas para quem me acorda a essa hora da manhã.

— Vai me fazer chorar, se liga.

Sua risadinha curta durou até ele voltar para o seu quarto e entrar em seu banheiro. Esperei uns quinze minutos até um Taehyung de cabelos molhados e camiseta xadrez azul sair dos seus aposentos e me encontrar na sala, jogada em seu sofá.

— O que vai querer comer no café?

— Adivinha.

— Tá, mais quinze minutinhos.

Assisti ele cozinhar enquanto mexia os lábios cantando alguma música antiga. Quando terminou e colocou o prato na minha frente, saboreei o cheiro dos waffles com caramelo antes de colocar na boca.

— Tenho tido muitos desejos com a sua comida ultimamente — comentei, chamando sua atenção — Por acaso você sabe fazer cookie de menta?

— Posso tentar. — respondeu ele entre uma garfada e outra — Vamos nessa?

Assenti, e então fomos até o quarto da minha filha.

— Caramba, isso aqui tá só o pó — ele abanou o rosto.

— Essa frase tirada de contexto...

— Onde está a sua tia?

— Foi buscar Johnny no aeroporto. Eles vão resolver mais umas coisas pro casamento e então só vão se ver no grande dia.

— Ela vai se mudar com ele para Chicago?

— Provavelmente.

— E você? — ele perguntou, se apoiando no berço e olhando para mim.

— Acho que vou ficar aqui por um bom tempo.

— Seu pai não vai querer levá-la pra Chicago?

— Querer ele com certeza vai, mas eu não vou ceder. Odeio Chicago. Frio demais.

Ele voltou sua atenção para a parede e começou a trabalhar enquanto eu falava para ele como Chicago era, já que ele nunca tinha ido até lá. Em algum momento da conversa meus olhos passearam por aquele corpo, focando especialmente na bunda. Meu coração deu uma acelerada dentro do peito e eu tentei calar ele antes que tivesse um dos transes sexuais que me deixava em maus lençóis.

— Pensou em nomes? — ele retomou a conversa.

— Eu estava jogando Amor Doce ontem e pensei em Violet.

— Não acredito que você joga esse jogo — a risada de descrença me ofendeu.

— Qual o problema? Só nunca zerei por causa da porcaria do PA. Me recuso a gastar dinheiro com jogos.