A Sua Espera

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BAIZE

5 meses depois

Estava cada vez mais difícil de esconder a barriga... Eu carregava o bebê de outro homem, e no fundo eu sei que Poul sabia.
Deve ser por isso que ele mal tocava minha barriga, e nunca perguntou sobre como eu me sentia, nunca me acompanhou em nenhuma ultra. E não ficou feliz quando eu falei que estava grávida.
Ele odiou cada enjoou, cada desejo que fiz ele realizar.

Descobri minha gravidez 1 semana depois de voltar da lua de mel.

Eu carregava um pedacinho de Iron Sinson dentro de mim.

Eu tentava cobrir os hematomas da última briga com Poul na frente do espelho.
Passei a usar mais maquiagem e a me sentir feia.
Estava sempre com o olho roxo ou a boca machucada. Esses eram mais difíceis de esconder, então eu ficava em casa por um tempo.
Os hematomas nós braços eu vestia algo longo, passei a gostar de roupas que cobriam tudo pra evitar brigas.

- Você vai sair? - Poul perguntou aparado na porta do quarto me olhando.

- Tenho algumas fotos pra tirar, não vou demorar.  - Respondi trêmula.

- Eu vou buscar você. Vai estar na galeria? - Balancei a cabeça que sim.

- Já falei que deve se livrar de qualquer vínculo com aquela família. Estou esperando a papelada da sua parte nessa parceria de galeria o mais rápido possível.

- Eu não... Ainda não falei com Ali sobre isso Poul.

- Eu faço uma galeria do zero pra você amor. Não se preocupa, só... Faz isso por mim tá. - ele beijou meu ombro e eu tremi mais uma vez.

Eu tinha medo de contrariar Poul , por causa do bebê. Eu não podia apanhar.
Não podia machucar o bebê.
Eu tinha que aguentar até ele nascer .

Poul se mostrou um monstro e eu recebi meu primeiro tapa depois de casada em uma noite de chuva quando esqueci que tinha marcado com ele no restaurante.
Quando cheguei em casa aquela noite Poul me bateu no rosto.

E chorou em seguida de joelhos pedindo desculpas.

Depois foi tudo se repetindo.
Cada vez mais forte.
Cada vez por pequenas coisas.
Ele era doente e eu sabia.
Fui burra e irresponsável.

Mais agora não era só eu.
E eu tinha medo cada segundo do dia.

Ninguém sabia da gravidez.
Escondi bem minha barriga todo esse tempo até me despedir de Alissa e da galeria.
Depois eu ficaria em casa quietinha até ter o bebê.
O plano era fugir de Poul assim que desse a luz. Nunca mais ele me veria. Ninguém mais me veria.

- Estou saindo.

- Esteja pronta as 9 Vou estar na porta. - Poul disse sem se virar pra mim

- Ok.

Peguei as chaves da moto e dei partida.

Alissa me esperava na porta com um largo sorriso e uma bolsa grande.

- Que cara é essa? - Perguntei descendo com dificuldade da moto.

- A cara de quem está quase dando a luz e a minha melhor amiga ainda não decidiu se vem comigo pra casa de campo.

Eu sabia que Iron estava lá.
Sabia que não conseguiria olhar pra ele depois de tudo.

Alissa iria dar a luz lá.
Noah e o pai dele fariam um parto humanizado, todos estavam animado.
A barriga de Alissa estava enorme, ela só tinha essa semana com o bebê Ben no forno.

- Você sabe que eu queria muito... Eu queria mesmo mais eu... O Poul... Você sabe que...

- Eu sei. Não precisa explicar. Mais... Eu sempre sonhei você lá comigo e quando a hora chegasse Baize. Você é minha irmã, e eu sinto que você tá cada vez mais longe. - Dei um passo pra trás quando ela tentou tocar meu braço.

- Eu ainda tô aqui Ali. - Falei sabendo exatamente do que ela estava falando.

Poul fez com que eu me afastasse , mesmo trabalhando com Alissa eu mal conversava com ela, mal conseguia olhar ou ficar perto dela muito tempo
Eu tinha medo!
Medo e vergonha dela perceber a barriga, dela ver os machucados.
Alissa não era burra, ela sabia que tinha algo errado.

- Eu posso falar com Poul... Ele pode vir também se é o que está pegando.

- Não! Não! Eu vou estar aqui, vou estar rezando pra dá certo. O Ben vai me conhecer quando ele vier pra Chicago. - Falei e entrei na galeria o mais rápido que pude indo direto pro banheiro.

Chorei sentada no chão segurando a barriga coberta pela Cinta.

- Você vai ficar bem... Vai ficar bem meu amor. - Suspirei baixinho tocando o único pedaço de Iron que ficou.

Eu era infeliz só extremo.
A única coisa que nunca me deixou morrer foi esse bebê. Era a minha luz, e nem essa felicidade eu era permitida falar.

Vi quando o carro de Alissa foi embora.
minha melhor amiga precisava de mim.
Assim como precisou no casamento e eu não estava lá.
Eu nunca me perdoaria.

- Você pode terminar tudo aqui e fechar Rose? - Pedi e sai da galeria.

Já era noite mais ainda era cedo.

Liguei pra Poul  mais ninguém atendeu.
Então peguei a moto e fui pra casa, cansada e com sono.

O carro dele estava parado na porta, mais também tinha outro.

- Poul? - Entrei e a cena que vi me fez tremer.
O chão estava uma bagunça de roupas jogadas, o sapato de Poul e saltos.

- Amor? - Poul pulou da cama sem roupa e a mulher gritou se cobrindo com meus lençóis, na nossa cama.

- Amor? - Repeti com nojo saindo de lá correndo

- Baize! Espera! Espera porra! - Ele pegou meu braço me empurrando na parede.

- Me solta! Me solta seu idiota! - Ele podia ser um idiota que me batia, mais nunca me traiu... Não até agora, sei lá quanto tempo isso rolava enquanto eu estava trabalhando.

Senti vergonha de mim.
Pena de mim.

- Eu posso explicar... Eu ... Droga o que você tava fazendo em casa? - ele gritou batendo na parede ao lado do meu rosto me fazendo gritar.

- Você é um traidor de merda! Eu te odeio! Eu te odeio! - Empurrei ele que me soltou.

Corri até minha moto e fui parar no chão com ele em cima de mim já me socando

No rosto.
Nos seios.
Na barriga.

Minha barriga!

- Meu bebê! Meu bebê! Meu bebê! Por favor... - Gritei tentando proteger minha barriga enquanto ele me batia sem ouvir.

Meu bebê...
Meu bebê...
Eu não conseguia respirar.