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IRON

O som macio da voz de Taylor Swift tocava baixinho... Enquanto eu assistia Cloe rodopiar pela sala.

A gente estava pintando o lugar que comprei pra ela criar seus quadros.
Era do lado de casa e o velho que vendeu o velho galpão deu uma mãozinha com todo o entulho que tinha lá.

- Eu já disse o quanto eu amei esse lugar? Iron isso aqui... É perfeito. - Cloe soltou o pincel vindo até mim.

- Obrigada... Eu te amo, te amo tanto. - Ela Sussurrou na minha boca me fazendo rir.

Meu peito sempre dava pulos quando ela fala que me amava. Eu nunca ia me acostumar com esse sentimento todo.
Era como se ela fosse demais pra mim e todo esse amor tivesse que ser de outra pessoa e eu fosse um impostor.
Na verdade meus pais me fizeram me sentir assim.
Falaram que eu não pertencia aquela vida simples. Que não pertencia aquela mulher. E que eu estava jogando minha vida fora.

Algo daquilo me afetou. E eu odiava me sentir assim.

- Eu te amo mais linda. - peguei ela no colo fazendo ela soltar gritinhos agudos sem intensão nenhuma de se soltar.

Passamos horas enrrolados com a tinta fazendo bagunça e dançando como dois bobos.
Cloe era incrível em todos os sentidos.
Ela fazia panquecas incríveis.
Andava de bicicleta cedinho porque dizia que o vento da manhã era mais gostoso.
Costurava só pra agradar sua mãe .
Aprendeu a concertar carros só lendo manuais pra ajudar o pai na oficina.
Cuidava da irmã mais nova como uma filha.

Cloe pintava como ninguém.
Cloe tinha mãos lindas e um sinal escuro perto do olho direito que ficava escondido quando ela ria.
As covinhas eram quase não notáveis mais estavam ali...
Cloe odiava saltos e comidas cheias de frescuras. Amava chá e livros sobre biografias.

Eu me apaixonei a primeira vista e tive que correr atrás dela.
A garota loira da faculdade que andava olhando prós pés só me deu atenção quando eu quase caí em cima dela na saída da aula de propósito.
E comecei a acompanhar ela todos os dias até em casa.

- Tá pensando em que? - Cloe perguntou deitando em cima do meu peito se animando ali.

- No quanto você me fez ralar pra me dá atenção. - Cheirei o cabelo dela.

- Você se saiu bem... Minha mãe fez o mesmo com meu pai sabia? Ele ficou meses cantando em baixo na janela dela até ela aparecer.

- Uau! Coitado do senhor Carter.

- Valeu a pena... Eles viveram um amor lindo demais. - Ela disse com a voz triste

- Tenho certeza que valeu a pena cada segundo. - falei e ela olhou pra mim segurando meu rosto.

- obrigada por não desistir da gente, obrigada por me dá a história de amor mais linda.- Cloe disse e eu beijei ela.
Os beijos eram sempre como se fossem os primeiros.

- Iron! Qual é, levanta daí! Já são quase 10 da manhã. - A voz aguda de Alissa e a claridade que féria meus olhos me fez voltar pra realidade caótica de merda.

- Porque diabos eu bebi tanto?! Eu preciso de um banho... - Tirei a camisa indo direto pro banheiro.

Eu nem lembrava como vim parar no sofá de Alissa.
Como Baize conseguiu me trazer ? A garota era uma fera na cerveja, me deixou só o pó.

Tomei uma ducha aproveitando a água quente no meu corpo dolorido.
Eu caí?

Sai de lá tentando lembrar.

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