Capítulo 2

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Sultão Murad II tem um grande harém, que sempre é administrado pela Valide Sultana, que é a mãe do Sultão, até mesmo a Sultana, que é a primeira esposa, está debaixo de suas ordens, depois dela vem as Kadins, demais esposas, as Ikbals, afortunadas e a Godzes, favoritas, então as concubinas e odaliscas, depois as serviçais que são as aias. A Valide decide o futuro e o castigo e o destino de cada uma.

Hakan era muito jovem quando foi convocado por sua mãe, Princesa e uma das esposas do Sultão Murad que estava isolada em um palácio, para receber a notícia que seu pai exigia a sua presença e seriam separados por muito tempo, que seu dever é nunca mais chorar a partir daquele momento e seguir para a capital e viver longe dela e assim foi feito.

O pequeno Hakan sai sob escolta e chega em Adrianópolis, sem qualquer amigo ou familiar, tendo apenas seu pai, é recebido pela Princesa Aysun, a terceira esposa do Sultão Murad, que não tem filhos, mas percebe que Hakan tem problemas com seu pai e é solitário, se identifica com ele e recebe o menino como sendo o seu, Hakan passa a chama-la de mãe... mãe Aysun.

Seu irmão mais velho é morto, mesmo Hakan sendo ainda novo e pequeno é obrigado a estudar para ser governante de uma província, Shandar Onur Pasha passa a ser seu mentor e ensiná-lo, mas seus métodos são duvidosos, seus castigos violentos, aos doze anos Hakan é fluente em cinco idiomas e se espelha em Alexandre, o grande.

Antes de Hakan fazer treze anos, Murad decide abdicar do trono em favor de seu filho, ainda um adolescente, o Sultão mais novo que os Otomanos já tiveram.

Certo dia, Hakan reúne o conselho de Vizires e decide tomar Constantinopla, mas eles refutam e pedem que se aconselhem com Murad.

Shandar Onur Pasha vai conversar com Murad e conta sobre os planos de Hakan e sobre revolta dos janisários no império, deixando-o temeroso, então quando o novo Sultão chega ao palácio é comunicado por Murad que o trono e coroa serão retirados e põe de volta em sua cabeça e se assenta.

O desejo por Constantinopla arde no peito de todos esses governantes, mas por quê?

Ela é o centro do mundo! Está entre o mar negro e velho mundo, um lugar estratégico, quem a tem, certamente domina o universo!

Em Gênova:

Princesa Brina desperta alegremente essa manhã, Cara, Elea e Ida, suas damas se apressam em cuidar de seu banho e vestes, seguem cantando e sorrindo, logo Vossa Alteza está pronta e segue seu caminho ao salão do banquete, aguarda algum tempo até a chegada do Rei e a Rainha, conversam ligeiramente e o Soberano se escusa para ir à sala do trono pois tem um concílio de extrema relevância para o reino.

Brina está curiosa para saber o que se passa nessa conferência à portas fechadas e segue imediatamente até a sala do trono, mas os guardas se escusam e explicam que tem ordens para não abrir nem mesmo para a família real.

Certamente estão tramando algo deveras inquietante na sala do trono, mas sem se importar com a guarda ostensiva às portas, Brina espia e ouve tudo quanto possível e, alarmada, capta os verbetes enlace e dote... O Rei Pancrazio e o Imperador Bizantino Ottaviano apertam as mãos como em um acordo e algum tempo depois todos sorriem e brindam felizes.

Atenta, percebe quando a movimentação se aproxima das portas e se esconde, felizmente os guardas a conhecem e não hão de delatar sua presença, mas é capaz de ouvir o colóquio entre os cavalheiros, que sorriem abertamente, enquanto o Imperador Pancrazio mantém sua expressão de seriedade e descontentamento.

— Congratulações, Majestade, realizará um magnífico enlace. – um dos homens que o acompanha diz.

— O dote da Princesa Brina é sublime, o deixará ainda mais afortunado. – outro homem diz e sorri.

— A Imperatriz Dianora realmente realizou uma divina escolha para Vossa Majestade. – um terceiro diz e sorri.

— Venham, agora que resolvemos essa questão, devemos retornar o mais breve possível. – o Imperador, aborrecido, diz.

A felicidade da Princesa Brina se desvanece como as nuvens para a chegada de uma tempestade, então decide esperar que os homens se afastem e é informada que o Rei se retirou ao seus aposentos, segue imediatamente na mesma direção e afasta o guarda que está na porta, invadindo a alcova intempestivamente.

— Como ousa entrar em minha alcova sem ser anunciada?

— Como ousa usar-me como moeda de troca em seus jogos de poder, ao me lançar em um casamento com um velho rei?

Em um rompante, o Rei Pancrazio se levanta, agarra um dos braços de Brina e posiciona o dedo em riste contra seu rosto.

— Quem pensas que é para me afrontar de tal maneira? A coroa que adorna sua cabeça, suas joias e vestes gloriosas podem e ser-lhe-ão tiradas a qualquer momento e lançadas no fogo, enquanto você será atirada no calabouço, apenas pela insensatez de suas palavras intempestivas e sua rebeldia. – diz com austeridade e em seguida lança-a ao chão.

— Agora levante, venha e peça-me perdão, saberei ser generoso com você desta vez. – o Rei vira e caminha tranquilamente até o aparador para pegar um cálice de vinho, enquanto diz e dá meio sorriso, de certo se deliciando com essa situação.

— Não hei de me desculpar... – Brina começa a dizer, quando são interrompidos por um guarda.

— Alteza, perdoe-me pela intromissão, mas a Rainha Abelie pede permissão para vê-lo. – o homem avisa e o Rei permite imediatamente a sua entrada apenas com um breve movimento de uma das mãos.

— Chegaste em um bom momento Abelie, deve ensinar bons modos à sua filha, como deve se comportar perante o Rei e autoridade sobre ela e essa nação, me fez uma grave afronta e por isso pode pagar com sua vida.

— Alteza, peço clemência à Brina, saberei ensiná-la, mas rogo por seu perdão, ela não sabe o que está fazendo. – Abelie implora por sua filha e a ajuda a se levantar e recompor.

 – Abelie implora por sua filha e a ajuda a se levantar e recompor

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