Em Constantinopla:
Trocam carinhos e passam mais algum tempo juntos até que uma serva pede permissão para adentrar a alcova para avisar que o banquete está servido.
Todos estão aguardando os Imperadores no salão de refeições, inclusive o mercenário Lorde Giorgio Giustino, são servidos sem demora e logo começam a conversar sobre amenidades, se divertem para se conhecer um pouco mais.
Assim que a refeição é encerrada, os homens seguem para o salão do tabaco, enquanto as mulheres preferem ir ao salão de música para se distraírem e conversar mais um pouco, permanecem lá por cerca de duas horas e retornam às suas alcovas.
Ottaviano e os homens da corte, deixam passar aquela primeira noite do recém-chegado sem qualquer pressão, mas isso não deve durar muito tempo, já que todos anseiam por resoluções sobre a guerra que a qualquer momento pode vir às portas da cidade.
Então depois de momentos de prosa e tabaco, decidem se recolher aos aposentos, o Imperador manda convocar a Imperatriz para seu leito essa noite, honrando-a diante de todas as mulheres do harém, que Aldo faz questão de anunciar e preparar a bela Brina com toda a pompa que exige a circunstância e logo a leva para a alcova do grande Ottaviano.
Dada as circunstâncias da conversa desta tarde, de certo os Imperadores têm uma noite prazerosa e memorável, fazendo com que esqueçam os espinhos e trilhem o caminho do amor.
Logo ao amanhecer, Ottaviano convence Brina a permanecer em sua alcova um pouco mais, embora a Imperatriz se queixe que suas damas precisam de tempo para todo o preparo que envolve os cuidados com vestes e adornos até que esteja pronta para o desjejum.
— Não é mera tolice de mulher, Ottaviano, creia em mim. – Brina diz e ele sorri.
— Brina, creia em mim, ficaria linda mesmo que usasse o mesmo vestido todos os dias, veja como acorda bela. – Ottaviano diz, despertando a timidez de sua consorte.
Então, beijando sua mão direita, permite que sua consorte deixe sua alcova e siga com suas damas.
Ottaviano vai ao quarto de banho, em seguida é vestido e preparado por Mário, seu servo leal, seguindo logo depois para o salão de refeições.
Imperatriz Brina se apressa ao ir para sua alcova, vai ao quarto de banho, entra na tina preparada pelas suas damas, elas esfregam sua pele e enxaguam, logo depois enxugam e a vestem com um vestido azul acinturado, passam um carmim nos lábios e adornam com as joias principais, pulseiras, colar, brincos e coroa, assim está pronta para seguir ao salão de refeições.
Ao adentrar, vê o Imperador, o mercenário Giorgio Giustino, os membros da corte e suas esposas, senta ao lado de seu consorte, após receber a reverência de todos e os cumprimentar.
Todos conversam amistosamente, em outros tempos, diria que desfrutam de momentos de paz e tranquilidade, se não fosse uma guerra batendo à porta a qualquer momento, sem que se saiba como, quando e de que maneira, apenas se conhece o ofensor...
Terminado o desjejum, os homens se despedem e seguem para a sala do trono, enquanto as mulheres vão para as suas atividades no harém.
Ao chegar na sala do trono, mal o Imperador Ottaviano se acomoda, sem mais delongas, faz questão de questionar ao mercenário.
— Lorde Giorgio Giustino, quero saber se estudou a situação de Constantinopla, quero me referir ao modo como estamos no momento. – indaga.
— Para ser sincero, não estudei a fundo, Majestade, gostaria que seu general me colocasse a par dos acontecimentos. – mercenário responde.
— Mencione a ele, Leone, a respeito de tudo, deixe que o Lorde tenha ciência. – Ottaviano diz ao general.
— Nosso exército conta com cerca de sete mil homens, armamentos escassos, na última contagem, são oito mil espadas, mil lanças, duas mil flechas e quinhentos arcos e contamos mais de vinte e dois mil quilômetros de uma cidade murada para defender. – Leone relata e todos se chocam mais uma vez, inclusive Lorde Giorgio Giustino.
— Serei sincero, Imperador, mas no meu tipo de trabalho, a esperança leva a morte, se quiser a minha confiança, terá que me dar a sua primeiro. – o mercenário diz.
— Tem toda a minha confiança, a minha cidade está totalmente em suas mãos, inclusive o nomearei como comandante do exército agora mesmo. – Ottaviano diz, deixando os demais melindrados.
— Pedirei reforços em todas as províncias do Velho Mundo e sei que conseguirei, se for necessário recorrerei até mesmo ao Papa, mas nós teremos mais homens para o nosso exército e sairemos vitoriosos nessa guerra, ou não me chamo Lorde Giorgio Giustino! – ele diz com convicção.
Discutem mais alguns detalhes sobre a possibilidade da guerra e sobre as questões acerca do exército e pedido de reforços.
— Vamos, animem-se! Os Otomanos não gostam de cercos longos. – Lorde Giorgio Giustino diz, deixando todos com dúvidas.
Logo em seguida o Imperador encerra a reunião, dispensando a todos.
Começa o atendimento ao povo e segue assim até o final do dia, discutindo os interesses da população e julgando suas causas.
Em Adrianópolis:
Ao longo dos meses e anos, os Janisários, que são a força de elite do Sultão e a coluna do império, sendo os guerreiros otomanos mais temidos, recebem normalmente ex-escravos cristãos, que muitos são pegos ainda crianças e convertidos ao islamismo, são treinados e se tornam-se parte dessa força.
Três meses se passam e Sultana Ece Hatun está cada vez mais próxima do momento do parto, outras duas Kadins, uma Godze e uma Ikbal também estão gestando, são cinco filhos que virão, mas apenas um sucessor do trono, que todas torcem para nasça morto, para que o primeiro filho homem de uma das Kadins suceda o Sultão.
Simão e Paulo pedem para anunciar ao Sultão, que os canhões finalmente estão prontos, animando Hakan, fazendo com que ele vá para a sala de planejamento de guerra e olhe novamente o mapa, diligentemente, como tem observado ao longo dos meses e anos, até montar sua estratégia e convocar Shandar Onur Pasha e Yusuf Pasha e informar para ambos como devem proceder no avanço.
Sultão Hakan manda convocar a Valide Sultana Aysun, sua mãe, decide fazer um comunicado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fetih
Ficção HistóricaDiante do maior desafio de sua vida, Hakan lutará para ascender ao trono e terá que fazer uma escolha e dela dependerá não apenas o seu futuro, mas de todo o império Otomano. Conquistar não é apenas subjugar ou tomar posse sob a força das armas, mas...