Capítulo 5

23 12 36
                                    

Em Gênova:

Princesa Brina ajuda a Rainha Abelie nos preparativos de seu casamento, precisa preparar inclusive os enxovais que deve levar para a sua nova vida em Constantinopla, mas nutre em seu coração um profundo ódio e inconformismo por ser obrigada a se casar com um Imperador velho e que é apaixonado por uma mulher que está à beira da morte. Será obrigada a entrar em um palácio e se tornar uma segunda esposa, sendo avaliada e julgada pela primeira.

O que fará se não for aprovada por nenhum dos dois?

Como se comportará depois da morte da primeira?

Como ela será tratada depois da morte da primeira esposa?

São dúvidas que lhe atormentam a mente, questionamentos que a perturbam todo o tempo, Brina não quer ir, mas não pode fazer sua mãe sofrer com sua insubmissão, afinal ambas podem ser punidas com prisão ou morte e não apenas a Princesa. Então ela deve se sacrificar por amor à mãe, Abelie sempre foi muito mais do que uma Rainha dedicada, mas uma amorosa e zelosa matriarca, que nunca deixou de ensinar os deveres de Brina para com o reino e seus poucos direitos, assim como constantemente cuida do harém, administra o palácio e educa os filhos do Rei, ensinando os seus encargos e obrigações.

Dias vão se passando, mas não são suficientes para acalmar o coração da Princesa, pelo contrário, sequer consegue dormir, tamanho é seu desespero e angústia, mas decide não compartilhar essas sensações com sua mãe, conversa apenas com suas amigas no harém durante seus banhos relaxantes e tratamentos de beleza, que a preparam para o dia que deveria tão especial, mas que será o sacrifício de morte para Brina.

Enfim é chegada a véspera do enlace, Adone, eunuco do harém e Rainha Abelie cuidam dos preparativos e últimos detalhes para que tudo esteja perfeito para a celebração, desde o vestido da consorte, cardápio que será servido no banquete, músicos e canções, decorações, louças que serão utilizadas, agora só resta selecionar as mulheres que vão alegrar os convidados.

Rainha Abelie cuidadosamente seleciona as mais belas e talentosas escravas, apenas as que foram bem treinadas nas artes da dança, canto e instrumentos musicais para encantar os convidados do Rei na celebração da próxima noite na sala do trono. Adone e seus ajudantes pessoalmente as vestirão e adornarão para que estejam à altura de Pancrazio e o seleto grupo que o acompanha, apenas após a aprovação da grande esposa real é que o eunuco as levará diante do poderoso Rei, preparam tudo ainda na noite anterior a celebração.

Rainha Abelie manda preparar impecavelmente a alcova de seu futuro genro e também de todos os membros de sua comitiva, quer que todos estejam bem acomodados.

Em Constantinopla:

Dias vão se passando e o estado da Imperatriz vai se deteriorando, todos no palácio se compadecem do seu estado e se entristecem porque ela é uma boa Soberana para o império e amada por todos.

Imperador Ottaviano mal consegue se concentrar em suas obrigações na sala do trono, questões administrativas e de justiça, assim como julgar as questões de seu povo.

Certo dia é convocado à alcova da Imperatriz e segue aflito, pensando ser alguma notícia ruim.

— Meu amado, é chegado o momento de você buscar a sua consorte. Parta depressa para Gênova, cumpra seu dever e a traga para nós, quero conhecê-la e conversar com ela, informando sobre todos os seus deveres e direitos ainda antes de partir. – Dianora diz.

— Você está cometendo um erro porque você não vai partir. Ela não deve entrar na nossa vida. – o Imperador Ottaviano diz.

— Cumpra a minha vontade, você não pode e não deve me negar isso, Ottaviano. – ela pede e ele consente, beija sua mão.

— Só desejo que minha amada saiba que todo esse imenso sacrifício que faço à revelia, o faço pelo imensurável amor que sinto pela minha Imperatriz, cuja maior prova será essa. – Ottaviano diz e parte.

Manda reunir sua bagagem, os membros da corte e guarda imperial, seguem até o corno de ouro, entram na embarcação e avançam em direção à Gênova.

É uma viagem exaustiva e longa, dormem e fazem suas refeições no navio, chegam em dois dias e são bem recebidos pelo Rei Pancrazio, Rainha Abelie e uma grande comitiva, são imediatamente levados aos seus aposentos para que possam se banhar e descansar, então é oferecido um farto banquete em sua homenagem, nesse momento a Princesa Brina é oficialmente apresentada ao Imperador como sua futura consorte.

Em Gênova:

Princesa Brina sente um furor em seu interior, mas é obrigada a reconhecer que o velho não é exatamente como imaginou, tem seu charme, apesar de ser muito sério e parecer extremamente arrogante, impassível e autoritário, uma certeza habita em seu interior, será impossível viver ao seu lado.

Apesar dos sentimentos e sensações da Princesa, Rei Pancrazio e Rainha Abelie a obrigam a ser cortês com seu nobre convidado e a monitoram para que nada saia do controle. Adone, chefe dos eunucos e responsável pelo harém, está sempre pronto a ajudar a Rainha em qualquer situação de possível descontrole de Brina, mas felizmente o banquete segue na mais perfeita ordem e tranquilidade, mesmo com as demonstrações de indisposição do Imperador Ottaviano, que logo se despede e segue apressado para sua alcova, enquanto seus homens de confiança proclamam o quão auspiciosa é essa aliança para ambos os reinos.

Princesa Brina está ansiosa pelo término do banquete, mas mantém sua pose de boa anfitriã até o derradeiro vinho servido, então finalmente é liberada, junto com as demais mulheres, para que retornem às suas alcovas ou harém, enquanto os homens seguem em busca de diversão.

Rei Pancrazio determina que a celebração tenha início, então as belas mulheres começam a se exibir em uma dança sensual, enquanto os servos se apressam para encher as taças com o melhor vinho do reino, embora todos os olhares masculinos sedentos estejam fixos nas escravas, sem ao menos perceberem a melodia ou o perfume que preenchem o ambiente.

Algum tempo depois, Pancrazio escolhe uma das escravas, oferecendo as demais para seus ilustres convidados, assim garantindo uma noite realmente agradável para todos, que seguem para suas alcovas com alguma pressa.

Algum tempo depois, Pancrazio escolhe uma das escravas, oferecendo as demais para seus ilustres convidados, assim garantindo uma noite realmente agradável para todos, que seguem para suas alcovas com alguma pressa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
FetihOnde histórias criam vida. Descubra agora