Capítulo 3

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Em Gênova:

— Não insista por seu perdão, Alteza. Minha vinda aqui depende da minha vida, não me importo em perdê-la, haja visto que foi colocada um preço por ela na sala do trono e foi vendida a um rei velho, em troca de quê? Bens e riqueza? Benefícios? Uma filha deve valer um punhado de moedas ou uma aliança vantajosa? – a Princesa arrisca dizer.

— Ora, não seja uma criança hipócrita e injusta! Você foi criada para isso, sabendo de seus deveres para com o reino, Brina! Seu futuro como Princesa genovesa é ser esposa de um grande líder, apenas não era do nosso conhecimento naquele instante, fostes preparada para essa posição por sua mãe desde a infância e agora assumirá esse arranjo porque foi prometida como consorte ao Imperador Bizantino, com quem devemos estabelecer uma forte aliança. – Rei Pancrazio diz e Brina chora.

— Ele é muito mais velho do que eu, por favor, impeça esse casamento. – vendo que não vão ceder, Princesa Brina decide implorar.

— Vais alcançar a maturidade nos braços de seu marido. – Rainha Abelie diz tranquilamente.

— Andem, quero que a prepare para o casamento, que deve ocorrer logo. Saibam que a palavra de um Rei jamais volta atrás, além disso, a primeira esposa do Imperador Ottaviano está muito doente e deve morrer em breve, ela quer que a segunda esposa chegue antes de sua morte, é seu último desejo e consolo. – Pancrazio diz, deixando Brina ainda mais desconfortável, aterrorizada e insegura.

Ambas se retiram da presença do Rei, então Rainha Abelie leva a Princesa para sua alcova com a intenção de aconselhar e consolá-la.

— Não posso me casar com aquele velho odioso. – Brina protesta.

— Não diga assim do Imperador Ottaviano, ele é um homem justo, se ao menos puder conhecê-lo, de certo vai aprender a amá-lo. – Abelie tenta justificar a decisão do esposo.

— Ele já tem uma esposa e todos dizem que o Imperador é apaixonado por ela. O que farei naquele lugar? – Brina pergunta.

— Sua esposa está à beira da morte, minha querida. Você será a esposa oficial em breve, ele aprenderá a amá-la como ama a primeira esposa, tudo dependerá de você, é preciso ter paciência e carinho. – Abelie explica.

— Não quero me casar com um velho, tenho direito de me casar com alguém jovem.

— Nós mulheres temos direito de nos casar com quem nossos pais e tutores escolhem, não podemos escolher o nosso futuro ou destino, você sabe disso, Brina. Eu te ensinei tudo o que sei, seja resignada e cumpra o que seu pai e Rei escolheu para você, não queira ser punida com a prisão ou morte, eu não vou suportar que isso aconteça à você... – Rainha Abelie diz e seu tom de voz demonstra sua frustração e desespero.

— Não quero ficar longe de você, Rainha Abelie. – Brina diz.

— Estaremos juntas em coração e nos veremos sempre que possível, mas cumpra seu destino, não me deixe aflita e angustiada, sabe que não há outra saída, somos criadas e educadas para servir nossos maridos, filhos, administrar palácios e haréns, essa é a nossa missão, obedecer resignadas. Não lute contra o Rei ou o Imperador ou conhecerá sua ira e eu a dor de perder minha única filha.

Princesa Brina chora por um longo período no colo de sua mãe, toma a decisão mais difícil de sua vida pensando na amargura que a Rainha Abelie sentirá ao ver sua filha morta ao não cumprir a sentença desse casamento... Sim, Brina vai para Constantinopla, ser a segunda esposa do velho Ottaviano, mesmo a contragosto.

Tão logo amanhece, Rainha Abelie e Princesa Brina são banhadas e vestidas por suas damas, enquanto a Soberana segue para o banquete, a Princesa declara estar sem apetite, tudo para evitar o contato com seu futuro consorte, pelo menos por esse momento.

Logo depois, Rainha Abelie e Princesa Brina seguem para o harém para dar início aos preparativos para o casamento, é bem verdade que a noiva não se interessa pelos detalhes, enquanto a mãe cuida para que tudo seja minimamente perfeito, junto com os eunucos, as bordadeiras, as artesãs, as servas, esposas, concubinas, todas dedicadas ao serviço a fim de que a celebração seja perfeita e ocorra em poucos dias, conforme as instruções do Rei Pancrazio.

Imperador Ottaviano evita ir ao salão do banquete essa manhã, justamente pelo desconforto de se deparar com a futura consorte, prefere se despedir do Rei Pancrazio e toda a sua corte, conforme exigem os bons costumes e a aliança recém firmada.

— Rei Pancrazio, peço permissão para retornar à Constantinopla, devo cumprir meus compromissos imperiais e assim em breve retornarei para o enlace. – o Imperador, gentilmente, diz.

— A ausência de Vossa Majestade será muito sentida entre todos nós, apressaremos o enlace conforme o solicitado. – o Rei diz e Ottaviano confirma, com o coração apertado.

Com os devidos respeitos e reverências são realizadas as despedidas, só então o Imperador Ottaviano caminha pelo tapete vermelho da sala do trono em direção à saída, com seus homens de confiança seguindo logo atrás e os guardas imperiais escoltando-os.

Entram na embarcação e seguem seu curso até Constantinopla atracam no corno de ouro, onde desembarcam apressadamente, visto que o Imperador tem urgência em adentrar o forte, a guarda imperial escolta o Imperador e a corte imediatamente até o palácio.

Em Constantinopla:

O Imperador segue a exigência de seu papel, seguindo direto para a sala do trono, mesmo que sua mente esteja direcionada à Imperatriz.

Toda a corte está reunida, são os ministros, conselheiros, os homens de confiança de Ottaviano, todos estão ao seu redor na sala do trono, estão sendo servidos com o melhor vinho do reino e brindam a paz e abastança que os cerca.

— Majestade, a aliança entre Gênova e Constantinopla finalmente foi estabelecida, conforme nossos planos. – Adamo, um conselheiro diz.

— É uma excelente estratégia tê-los como aliados, meu Senhor. Bom para os tempos de paz e também para os de guerra. – Cesare, outro conselheiro, diz.

— Realmente não me agrada o tipo de aliança que decidiram realizar, mas se tem que ser dessa maneira, que seja conforme o desejo da Imperatriz. – Imperador Ottaviano diz.

— Agora sigam com os demais assuntos quem exigem a minha intervenção e que ocorreram em minha ausência... – o Soberano diz e começam a dissertam sobre diversos outras questões do império por algum tempo.

Tempo depois o Imperador encerra esse breve concílio.

Tempo depois o Imperador encerra esse breve concílio

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