Capítulo 10

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Em Adrianópolis:

Sua mãe, a Sultana Halide, está morta há muitos anos, foram separados quando Hakan era apenas uma criança e depois nunca mais a viu. Mas a sua madrasta, a Valide Sultana Aysun, que nunca teve filhos, o recebeu e o criou desde a infância, sempre o amou como a um verdadeiro filho, hoje o recepciona com muita emoção e alegria por ver que Hakan acaba de se tornar o novo Sultão, conforme seu desejo e orações há muitos anos.

— Meu filho, Alá ouviu nossas preces, você enfim chegou ao seu merecido trono, alcançará grandes vitórias e seu nome será escrito na história, esteja certo disso. Que sua glória prevaleça. – Sultana Aysun beija a mão direita do novo Sultão e diz, Hakan sorri.

Seus conselheiros se dividem entre os velhos homens de confiança de Murad e os jovens que lhe acompanham, se seguem alguns concílios para determinar questões de urgência do império Otomano, além de outras situações relacionadas ao povo.

Certo dia, Hakan reflete sobre o império que está sob seu comando agora, observa os territórios que estão sob seu domínio, ordena que contabilizem as armas, homens do exército e qual é o valor estimado de suas posses, além dos seus aliados.

Certo dia, Sultão Hakan desperta ainda antes do amanhecer para fazer suas orações, logo depois segue para o banho, se veste com o auxílio de seu servo de confiança Taylan, que o ajuda a pôr todas as joias e turbante, seguindo para o salão do banquete, onde encontra mãe Aysun, conversam durante a refeição e ele se escusa para ir à sala do trono para mais um concílio.

— Majestade, espiões em Anatólia dão conta de uma rebelião por conta de sua subida ao trono. – Tumay, um dos antigos conselheiros de Murad explica ao Sultão.

— O que me aconselham, senhores? – Hakan os questiona.

— Recomendo que tome medidas urgentes contra esses insurgentes, Majestade. – Yusuf Pasha diz.

— Matar um a um dos otomanos apenas porque não concordam com a coroação do novo Sultão apenas fará com que as pessoas o temam, não conquistará seu respeito. – Shandar Onur Pasha diz.

Começa um a um expor suas ideias, conselheiros mais antigos e os mais jovens, ao passo que a situação segue como um debate e se descontrola se tornando quase uma briga, que o Sultão precisa intervir.

— Está decidido, general Erhan, mande seu exército à Anatólia e controle os rebeldes a qualquer custo. Partam agora mesmo. – o Sultão Hakan exige e o general segue imediatamente.

Então encerra o concílio.

General organiza alguns dos bons homens do exército e tem uma árdua batalha sangrenta que dura alguns dias, mas obtém sucesso.

Hakan mais uma vez reflete sobre o mapa dos territórios conquistados e adjacências, sabe que nesse momento deve realizar um feito heroico, uma grande conquista, algo que realmente ninguém tenha conquistado... Então pensa nos vinte e três exércitos que falharam na missão de tomar Constantinopla e toma uma decisão.

— Vou tomar a maçã vermelha! – Hakan diz com firmeza.

Em Constantinopla:

Passam muitos dias e Brina continua à portas fechadas em sua alcova, se declara sempre indisposta, mesmo com muitos convites da Imperatriz para o chá, sarau, passeios no jardim, banhos e tratamentos de beleza, recusa todos gentilmente pois não deseja ofender a anfitriã, mas não deseja encontrar com o seu consorte pelos corredores do palácio, está com tanto ódio que não cogita a possibilidade de o ver e, apesar do matrimônio ter ocorrido há quatro luas, ele jamais visitou novamente aquela alcova... E Brina realmente não se importa.

No mesmo dia da conversa com a Imperatriz Dianora, Rainha Brina manda uma mensagem para sua mãe, a Rainha Abelie, dias depois recebe um breve conselho como resposta.

"Minha querida, o que considera cárcere, enquanto sua mãe e Rainha, um matrimônio, jamais mudará se sua percepção das pessoas não mudar, permita conhecê-las e também o ambiente, viva em paz com todos e tudo mudará para si. Ottaviano ama sua esposa hoje, amanhã amará sua segunda esposa ainda mais do que a primeira, o tempo é o grande detentor de tudo."

Rainha Brina decide finalmente sair de sua alcova, que mais parece um cárcere, conhecer o harém e é recebida com respeito por todas as mulheres, segundo a recomendação da Imperatriz Dianora, Dario faz questão de levá-la para um banho relaxante e tratamentos de beleza, para que esteja linda para o seu Imperador, mesmo que todas saibam que até hoje ele não tenha tocado nela uma só vez, já faz quatro luas que estão casados e até agora a nova consorte vivia trancada em sua alcova.

Bem se vê a disposição das damas em levar a Rainha para passeios no jardim e até mesmo para cavalgar pelo forte, assim ela pode conhecer sua nova morada, finalmente a nova consorte parece alegre com essas possibilidades.

Imperatriz Dianora se sente bem ao ver que Rainha Brina está se integrando com as mulheres do palácio, manda fazer novas vestes e joias e de longe supervisiona seus passeios para se certificar de que não está fazendo nada inadequado ou tentando fugir, afinal para quem estava tão infeliz, a súbita alegria é realmente estranha.

Imperador Ottaviano segue para o salão do banquete sozinho, Dianora está se sentindo muito fraca, se alimentou ainda no leito e pediu para ser levada ao jardim, gosta de apreciar as flores. Ao terminar a refeição, o Soberano segue para a sala do trono, onde haverá um importante concílio.

— Essa convocação diz respeito aos Otomanos, espiões nos contam que há um novo Sultão. – o Imperador introduz o assunto.

— Meu caro Ottaviano, devemos agir contra o novo Sultão Otomano, Murad morreu e não sabemos o que devemos esperar. – Lorde Paolo Beamount diz, após uma breve reflexão, com sua taça de vinho na mão.

— E qual seria a melhor estratégia? – Ottaviano questiona.

— Manipular Alim, podemos usá-lo para criar uma guerra no império Otomano, recebemos notícias e sabemos que o tal menino Hakan venceu os irmãos na disputa pelo trono. – Grão-duque Lorenzo Caisseli diz.

— Dir-me-ás como a poremos em prática? – Imperador Ottaviano mais uma vez questiona.

Discutem por algum tempo a respeito das estratégias para evitar um possível embate com o império Otomano, mas acabam decidindo que o melhor plano é o de enviar uma mensagem ameaçadora. 

 

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