Em Constantinopla:
Alguns dias se passam, Ottaviano está decepcionado com Dianora e mal fala e olha em sua direção, mas ela não se importa e continua fazendo tudo por seu consorte como se não se importasse com a nova situação.
Dianora tenta ser forte, mas seu corpo está cada vez mais fraco e débil, vomita cada vez mais e sente-se fraca e tonta constantemente, embora tente se manter forte em nome de suas obrigações.
Durante um novo concílio, chega à Constantinopla a notícia da construção do forte Otomano na extremidade de suas terras.
— Isso é uma ameaça direta à Vossa Majestade, uma afronta!
— Mas o que devemos fazer diante disso, Senhores? O que me aconselham?
Uma intensa discussão é iniciada, cada um propõe uma solução, mas nenhum chega a um consenso do que executar nesse momento. Até o instante que finalmente se reúnem à uma e finalmente chegam a uma conclusão.
— Imperador Ottaviano deve enviar emissários a fim de protestar sobre a construção com uma mensagem que o afronte. – Lorde Paolo Beamount diz.
"Seu pai pedia permissão antes de fazer algo assim."
— Que assim seja, envie agora mesmo, general! – Ottaviano diz e o general segue sua ordem.
E aguardam ansiosamente a resposta.
Em Adrianópolis:
Sultão Hakan está passando em revista seu exército, quando é avisado que emissários estão às portas do forte, exige que a mensagem seja lida e a toma como afronta.
Exige que seus homens de confiança degolem os homens ali mesmo e mandem suas cabeças de volta aos Bizantinos, permitindo que Ottaviano chegue a sua própria conclusão e sem ao menos se importar com isso.
Muitos homens estão trabalhando árdua e intensamente no degolador por extenuantes quatro meses e meio, conseguem erguê-lo e terminá-lo nesse curto período, para a satisfação de seu Sultão e o terror dos seus inimigos.
Em Constantinopla:
Imperador Ottaviano está em concílio com sua corte, quando um soldado vem a eles trazendo três sacos e deposita com reverência diante do Soberano e se afasta.
Lorde Paolo Beamount e Grão Duque Lorenzo Caisseli se aproximam rapidamente para abrir os sacos e logo descobrem três cabeças cortadas e ensanguentadas, logo reconhecem os emissários enviados ao Sultão.
— Eis a resposta do Sultão ao Imperador. – Cesare diz e no mesmo momento todos temem um confronto.
— Desejo ouvir seus conselhos, senhores. – Imperador Ottaviano diz.
— Vossa Majestade deve enviar novos emissários ao Sultão. – Adamo diz e todos concordam e dessa forma são recrutados e enviados os soldados para essa missão e mais uma vez todos esperam com ansiedade pela resposta.
Cada dia que passa, Brina tem mais rancor do Imperador, que demonstra ser misericordioso com a sua população, mas é um tirano com ela e parece que está nutrindo ódio pelo Sultão Otomano, embora tenha medo do que ele possa fazer a partir de agora.
Brina não para de pensar em como estão seus pais e seu reino, tem saudades de casa, mas agora se preocupa com a saúde de Dianora, que está cada dia mais doente e frágil, deve ser verdade que em breve ela partirá e sente medo do momento em que estará sozinha com o Imperador Ottaviano.
Ottaviano está no banquete da manhã quando chega uma mensagem de que os emissários estão chegando e se encaminhando para a sala do trono, então segue apressado com sua corte.
Então os emissários relatam que estão retornando sem resposta porque o Sultão sequer decidiu os ouvir, mandou embora sem mesmo os ver.
— Senhores, o que devemos fazer para que o Sultão nos ouça e possamos o persuadir a desistir dessa ideia? – Imperador Ottaviano questiona.
Se abre uma grande discussão na sala do trono, sem qualquer decisão por um bom tempo, são muitas sugestões e ideias, mas que são refutadas por um ou por outro por motivações diversas, sem qualquer conciliação.
Eis que em determinado momento há uma conclusão.
— Mande mais emissários desta vez. – Adamo diz.
— Quem sabe com presentes. – Cesare diz.
— Seja claro em seu pedido, peça que não ataque Constantinopla. – Lorde Paolo Beamount aconselha.
Ottaviano segue o conselho mandando então mais emissários com muitos presentes e pedindo que não ataque Constantinopla.
Imperatriz Dianora está cada vez mais fraca e frágil, mal tem se sustentado em pé e Rainha Brina está constrangida com toda a situação, sequer tem falado com ela, talvez a tenha tratado como opositora, quando esta apenas se dispôs a ser uma amiga e a primeira a querer seu bem neste forte, talvez esteja no momento de rever seus conceitos e oferecer seus préstimos e amizade à ela.
Com sinceridade e carinho, caminha até a alcova da Imperatriz e pede passagem à guarda imperial, que anuncia sua chegada e permite sua entrada.
— Imperatriz? Posso entrar?
— Rainha Brina! Seja bem-vinda, querida. – diz, com voz fraca, mas sempre gentil.
Dianora estende as mãos para Brina, que pega imediatamente.
— Imperatriz, rogo que anua minha petição. – a Rainha diz.
— Que pode ser de tão importante para vir até a minha presença? – questiona Dianora.
Brina se põe de joelhos diante da Soberana.
— Que me absolva de toda a transgressão cometida contra Vossa Majestade, hoje compreendo que o modo como a tratei nunca foi legítimo, lógico e lícito, quando a Soberana merecia ser tratada com toda o reverência, admiração, apreço e honra. Quando tive a grandeza de receber a promessa de sua amizade, com descortesia, desdenhei. – Rainha Brina diz, com lágrimas nos olhos.
— Minha querida Brina, não peça que eu te absolva do que não tens culpa. Compreendo toda a adversidade das circunstâncias, como vieste a este forte a meu pedido e as condições do seu enlace. Somos duas almas perdidas no amor, Rainha. Tudo o que é meu agora amanhã será seu, rogo que compreenda que meu intuito é transferir à integra as suas mãos, para tanto, você deve aprender a gerir cada fragmento deste forte e dos sentimentos de Ottaviano, porque quero que seja plenamente realizada, nunca menos do que isso. – Imperatriz Dianora diz.
As duas se abraçam e choram juntas.
— Estou disposta a aprender tudo o que Vossa Majestade tem a me ensinar. – Brina diz.
— Estou muito fraca e partirei em breve, Brina, não sei se terei tempo de ensinar tudo o que deve saber. – Dianora diz.
As duas ficam de mãos dadas e rostos colados.
— Eu ficarei do seu lado até o fim. – Rainha Brina diz.
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Fetih
Historical FictionDiante do maior desafio de sua vida, Hakan lutará para ascender ao trono e terá que fazer uma escolha e dela dependerá não apenas o seu futuro, mas de todo o império Otomano. Conquistar não é apenas subjugar ou tomar posse sob a força das armas, mas...