Capítulo 14

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Em Adrianópolis:

Ece Hatun está muito emocionada com tanto carinho que tem recebido neste dia tão especial, recebe conselhos da Valide Sultana Aysun.

— Serás Sultana, mas jamais esqueça de sua origem, Ece, seja leal ao seu Sultão acima de tudo, aprenda com ele e o tenha como seu principal mestre, mas não descuide de seus deveres no palácio, pois precisarei de você tanto quanto ele. – Aysun pega em sua mão e diz.

— Vamos, está na hora. – Adem diz e todas seguem para o palácio de festas.

Hakan está sendo preparado por seu servo pessoal Altan e recebe a visita de Yusuf Pasha para cumprimentá-lo por esse momento especial, ambos celebram esse momento com um presente e seguem juntos para o local onde acontecerá o cerimonial.

Muitos convidados chegam ao palácio e são recepcionados por Sultão Hakan e o reverenciam, se acomodam, enquanto ele conversa com Efendi In'Arabi, assim que Ece Hatun chega, lindamente preparada para a celebração, sentam diante do oficiante e todos mantém o silêncio para que seja iniciado o cerimonial.

— Uma das coisas que mais satisfaz Alá é o casal sendo unido pelo matrimônio, como disse o grande profeta, pessoas são metades e só viram inteiras ao se casarem, antes que sua santidade casasse sua filha Fátima com Ali, ele os chamou diante de si e disse, Ali, eu casarei você com a minha filha, mas só se você virar escravo dela, Fátima, eu casarei você com Ali, mas só se você virar concubina dele. O casal aplicou aquela filosofia em suas vidas e aquele casamento virou um exemplo para toda a humanidade, desejo que o Vosso casamento seja baseado nessa filosofia. – Efendi In'Arabi aconselha.

— Amém. – todos dizem.

— Agora peço que todos abram seus braços e mãos assim... diz, exemplifica e começa uma oração — Pedimos perdão por todos os nossos pecados. – In'Arabi diz e faz uma oração e todos repetem e depois passam as mãos em seus rostos, concluindo a prece.

— Ece Hatun, filha de Handros, você aceita Hakan, filho de Murad como seu legítimo consorte, em troca de vinte dinares de ouro? – o oficiante pergunta.

— Aceito. – Ece Hatun diz.

— Aceita? – Efendi In'Arabi pergunta.

— Aceito. – a noiva diz.

— Aceita? – o oficiante pergunta.

— Aceito. – Ece Hatun olha para Hakan e responde com firmeza

— Hakan, filho de Murad, aceita Ece Hatun, filha de Handros, como sua legítima consorte, em troca do ouro que prometeu? – In'Arabi pergunta.

— Aceito. – Sultão Hakan diz.

— Aceita? – In'Arabi pergunta.

— Aceito. – o noivo diz.

— Aceita? – o oficiante pergunta.

— Aceito. – Sultão sorri e diz.

— Testemunhas, testemunharam isso? – In'Arabi olha para Yusuf Pasha e Shandar Onur Pasha e questiona.

— Sim. – ambos respondem.

— Eu agora pronuncio vocês como casados diante de todos aqui presentes. Que Alá proteja o seu casamento. – o oficiante diz.

— Amém. – todos respondem.

— Querido Alá... testemunhamos o enlace desses seus dois filhos, seja testemunha também, abençoe essa união, conceda paz, amor e estabilidade ao casamento deles, conceda a esse casal o que Adão e Eva, Maomé, o grande profeta e mãe Hatice, Ali e Fátima tiveram, intimidade, paciência e afeição. Conceda a esse casal filhos e filhas fiéis, vidas longas e comida em abundância, nesse mundo e no além, nos conceda bondade, beleza e bençãos e nos proteja de sofrer o fogo do inferno. – Efendi In'Arabi faz essa oração.

— Amém. – todos dizem.

Iniciam a oração El Fatiha sob o comando de In'Arabi e passam as mãos sobre os seus rostos quando terminam.

Então os recém-casados levantam e cumprimentam o Efendi beijando sua mão, logo depois as testemunhas e os demais convidados seguem para os saudar desejando toda a felicidade e sorte de bençãos, além de os presentear com ouro e itens nobres.

Tão logo os recém-casados saem do palácio de festas, a homenagem tradicional dos soldados é realizada, todos se reúnem e começam a dançar e cantar diante deles e de todo o povo.

Começam a dançar e pular com suas espadas em mãos, batendo em seus escudos, tambores são ouvidos nesse momento, assim como outros instrumentos musicais, Sultão Hakan e sua consorte, a Sultana Ece Hatun, passam por entre eles e logo são seguidos pelos guerreiros.

Eles dizem palavras de boa sorte e bençãos para os recém-casados e os veem adentrar o palácio nupcial para consumar o matrimônio, enquanto todos continuam a celebrar alegremente e com muita fartura até quase o amanhecer, quando todos estão exaustos e se recolhem para suas alcovas.

Hakan e a Sultana adentram à grande alcova do Sultão e por um momento ela fica deslumbrada com o ambiente que agora passará a conviver a maior parte de sua vida, teme por um momento não ser capaz de agradar e satisfazer os anseios de seu Senhor, mas dedicará sua vida a isso.

— Venha à mim, Ece. – ele diz.

Ela caminha sem demora até seu Sultão e recebe um carinho no rosto e elogios, que a deixam corada e ao mesmo tempo aquecem seu coração, seu consorte é mesmo um homem charmoso por trás daquela barba espessa e comprida, aquele olhar jovem, mesmo tão preocupado e sério, há uma beleza naqueles olhos castanhos e cabelos grossos e ondulados da mesma cor.

É sua primeira noite sozinha com um homem e teme esse momento, mas seu Sultão, apesar de sério e muito direto, parece delicado com as mulheres, precisa se dedicar ao máximo para o agradar, da maneira que aprendeu no harém como dar prazer aos homens...

Amanhece e todas estão curiosas no harém para saber como foi a primeira noite da nova Sultana, em especial a Valide Sultana Aysun, que sequer pode demonstrar sua curiosidade diante das demais devido a sua posição.

Cuida junto com Adem das mulheres e das principais decisões a respeito do harém e da administração do palácio, logo depois adentra a alcova do Sultão, quando percebe que ele já está na sala do trono.

— Ece Hatun, posso entrar? – ela questiona.

— Claro, Valide Sultana Aysun, o palácio todo a pertence. – Ece Hatun diz.

— Por que está aqui escondida nessa alcova, quando tem agora obrigações para com seu Sultão e palácio? Aconteceu alguma coisa? Meu filho foi rude com você? – Valide Sultana Aysun inquire.

— Não, tudo ocorreu como esperado, espero que o tenha agradado como é meu dever. Apenas não sei como devo agir. – Sultana diz.

— Verei o que ele tem a dizer sobre você. Venha comigo e direi o que deve fazer. – Aysun diz.

Então a Sultana levanta e segue Aysun até o harém.

Então a Sultana levanta e segue Aysun até o harém

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