Capítulo 15

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Em Adrianópolis:

Valide Sultana Aysun faz questão, de reservadamente, questionar o Sultão sobre os dotes de sua consorte nas núpcias, se fora capaz de satisfazer adequadamente seu Senhor ou se deverá ser imediatamente substituída, sendo repudiada por sua incapacidade na arte de sedução, mas percebe uma centelha de fascínio pela consorte em seus olhos no instante em que declara que Ece Hatun cumpriu com honra e plenitude seus deveres na noite anterior.

Jubilosa, Aysun, prossegue, ensinando a Ece Hatun seus deveres de esposa, cuidando das vestes e joias de Hakan pessoalmente, observando tudo o que é levado e servido para ele, cuidando das mulheres do harém para que sejam ensinadas todas as artes de sedução e musicalidade para que impressionem Vossa Majestade, além de cuidar da administração e afazeres simples do palácio.

Cabe a Aysun a escolha das mulheres que vão ter acesso ao Sultão, assim como a administração geral do palácio e decisões importantes do harém, afinal o poder é sempre da Valide e há de demorar muito tempo até que Ece Hatun tome o seu lugar.

Sultão Hakan, não confia plenamente em seus homens de confiança da corte, há um em especial que tem sido visto em saídas furtivas noturnas, solicita a um soldado que o siga de perto e revele o que descobrir.

Em Constantinopla:

Imperador Ottaviano recebe os emissários sem qualquer resposta do Sultão Otomano, senão um sorriso amedrontador, que simboliza uma clara ameaça de guerra.

Grão Duque Lorenzo Caisseli, homem de confiança de Ottaviano, é um grego e cristão, mas não confia de forma alguma na igreja católica, se sente temeroso e preocupado com a urgente necessidade de ajuda do papa frente a ameaça dos Otomanos.

Frente a essa situação, os Bizantinos precisam desesperadamente de ajuda e reforços, então Ottaviano pede a atenção de todos para se pronunciar e se levanta.

Em um dos cantos da sala do trono, estão Lorde Paolo Beaumount e o Grão Duque Lorenzo Caisseli, conversando à boca miúda.

— Por que está tão aflito, Lorde Paolo? – o Grão Duque questiona.

— Bem sabes que possuo uma vasta fortuna, a maior de Constantinopla, meu caro. – Lorde Paolo introduz o assunto.

— Sim, por algumas vezes isso é mencionado em concílio, mas não entendo onde deseja chegar.

— Tenho expressivos interesses na rotas comerciais de Anatólia até Itália, que serão extremamente prejudicadas com essa possibilidade de guerra contra os Otomanos. – Lorde Paolo expressa agora sua real aflição.

— Mas isso sucederá somente se Constantinopla sair derrotada dessa guerra... – o Grão Duque verbaliza o que nenhum deles pode sequer pensar ou mencionar.

— Senhores, devem compreender que diante de Deus somos uma irmandade. Deduzam o que estou proferindo, encaminhei emissários ao Vaticano, bem como a todas as cortes do velho mundo com a intenção de clamar por ajuda e recursos para a nossa defesa, tropas genovesas vem à caminho de nossa cidade e não serão as únicas! Deus nos abençoará e o Papa haverá de mandar ajuda nas próximas semanas, tudo o que lhes rogo é que mantenham a fé. – o Imperador explica e pede.

— Longa vida ao Imperador! – todos dizem ao mesmo tempo.

Lorde Paolo Beamount, então decide enviar uma mensagem a um velho amigo, que sabe que também nutre os mesmos interesses escusos.

Então ao anoitecer, um homem trajado com uma capa, cujo rosto está encoberto pelo tecido e o véu da noite, mal pode ser visto, se não fosse por um descuido ao adentrar o prédio da estalagem, onde um homem de confiança do Sultão o observa e reconhece sua face.

Shandar Onur Pasha adentra a estalagem com a mensagem em sua mão e entrega para o Lorde Paolo Beamount, que imediatamente a lê e queima, para a segurança de ambos.

— Estou satisfeito que tenha encontrado uma maneira de me encontrar. Como estão as circunstâncias? – Lorde Paolo pergunta.

— Não existe a ínfima perspectiva do Sultão converter essa idealização, a guerra é iminente. – Grão-Vizir diz.

— Devo evocar sua memória a respeito das ambições partilhadas entre nós? Compreenda de uma vez que essa guerra não poderá ser é interessante para nenhum dos lados, somente a paz é muito mais lucrativa. – Paolo pergunta e tenta persuadir.

— Sultão Hakan é apenas um jovem arrogante, supõe que será capaz de conquistar o oriente como os grandes conquistadores foram capazes de o fazer, mas jamais o fará, morrerá bem antes disso. – Shandar Onur Pasha diz.

— É sabido por todos que ninguém, nem mesmo os Otomanos serão capazes de transpor as muralhas de Constantinopla e mesmo que isso sucedesse, seriam dizimados pelo exército do Imperador Ottaviano, dessa maneira, recomendo que profira as seguinte admoestação ao seu Sultão, nosso Soberano deseja a paz com os Otomanos... Eu, sei que consigo evitar uma guerra, mas se o seu Sultão insistir em guerrear... sem qualquer outra perspectiva, lamento informar que o verei perecer ao lado dele. – Lorde Paolo termina sua explanação com sorriso irônico.

— Destarte o mesmo para ti, será um indizível prazer o ver na fila da decapitação. – Grão-Vizir diz e sai.

O homem de confiança do Sultão presencia tudo, espera a saída de Shandar Onur Pasha e se apressa em ir à presença do Sultão para delatar tudo o que viu e ouviu, nesse momento Hakan está com a Valide Sultana Aysun e ambos tomam o conhecimento de tudo o que antes estava encoberto.

Em Adrianópolis:

Hakan se enfurece ao ouvir todos os segredos do Grão-Vizir, mas agradece a lealdade do homem ao contar tudo o que precisava saber a respeito da traição de seu fiel mentor e o dispensa, Valide Sultana tenta acalmá-lo dizendo que devem usar esse momento com cautela e zelo, pensando muito bem nos próximos passos.

— Que me aconselha a fazer, mãe Aysun? – o Sultão questiona, ansioso.

— Use a imprudência dele a seu favor, fale com ele. – Valide Sultana diz e explica minuciosamente seu plano a Hakan, então decidem juntos o ardil que lançarão contra o Grão-Vizir Shandar Onur Pasha.

Hakan manda chamar Yusuf Pasha e ordena que ele vá com outros dois homens de confiança na casa do Grão-Vizir chamá-lo imediatamente, mesmo que seja tarde da noite, não importa e exige que eles cumpram a ordem e os três seguem no mesmo instante.

Hakan manda chamar Yusuf Pasha e ordena que ele vá com outros dois homens de confiança na casa do Grão-Vizir chamá-lo imediatamente, mesmo que seja tarde da noite, não importa e exige que eles cumpram a ordem e os três seguem no mesmo instante

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