Diante do maior desafio de sua vida, Hakan lutará para ascender ao trono e terá que fazer uma escolha e dela dependerá não apenas o seu futuro, mas de todo o império Otomano.
Conquistar não é apenas subjugar ou tomar posse sob a força das armas, mas...
Ottaviano anseia por notícias de sua consorte, segue até sua alcova e a vê no leito repousando com os curandeiros ao seu redor, infelizmente, é sabido por todos no palácio, que a situação é crítica e irremediável.
— Como está se sentindo hoje, minha amada? – Imperador Ottaviano pergunta.
— Todo o império e sua corte sentiu sua ausência, meu amado, mas não como eu! Hoje me sinto melhor, consegui me alimentar e até caminhei pela alcova com ajuda das damas, embora agora esteja com muito cansaço. – Imperatriz Dianora diz.
— Não quero que você faça esforços além do necessário, precisa se recuperar logo, seu trono e todo o seu povo a esperam. – Imperador diz.
Dianora sorri, estende a mão direita para tocar o rosto de Ottaviano e o faz com delicadeza que lhe é peculiar.
— Meu amado Ottaviano, você bem sabe que meu fim está próximo, por essa razão pedi que viesse outra consorte para o nosso forte, não quero e não devo deixá-lo sozinho nessa missão de governar o nosso império. É verdade que tens o meu amor e toda a minha dedicação, mas não mais a minha força e vitalidade. – Dianora diz, levando-o imediatamente ao pranto.
Ottaviano levanta bruscamente do leito e vai até a janela, pois sabe que não pode e não deve demonstrar seu desespero e fraqueza diante de sua amada consorte.
— Bem sabes que não aceito outra esposa. Dianora, você é a minha única consorte e amada, jamais amarei e me dedicarei à outra, não me faça reivindicações das quais sabe que jamais poderei cumprir, ninguém será capaz de ocupar seu lugar em minha vida, ainda que você se vá... Não importa o que seja necessário executar e quanto esforço seja essencial, mas eu tomarei todas as medidas que sejam imprescindíveis para que você recupere sua saúde e vida, chamarei outros sábios e curandeiros, a levarei para qualquer parte desse mundo e... – Imperador Ottaviano começa a fazer o mesmo discurso de sempre, mas e é interrompido.
Dianora tem um novo mal-estar e todos se reúnem ao seu redor rapidamente, mas ela afasta a todos, menos Ottaviano.
— Ouça o que vou lhe dizer e com atenção. Os sábios e curandeiros que chamaste são os melhores do império e não podem me curar, deves aceitar que em breve partirei e desejo que abra seu coração para essa menina que vai chegar em nossa vida. Essa pobre criatura não pediu para estar aqui, mas seu papel será de grande importância ao seu lado, vai reinar, governar e decidir as questões do nosso povo com você, cuidará do seu bem-estar e o amor certamente lhes alcançará porque ela será a sua Imperatriz e seu destino. – Dianora diz com voz cansada, vendo Ottaviano negar mais uma vez.
Apenas abraça sua amada Dianora em silêncio, a aconchegando em seu corpo para que ela sinta todo o seu amor e dedicação pelo tempo que ainda o destino e os santos permitirem.
Então a Imperatriz adormece e o Imperador sai de sua alcova e mal consegue dormir, pensando nos absurdos que acaba de ouvir.
Como pode sua esposa desejar que ele receba aquela menina para ser sua segunda esposa, sabendo que em breve haverá de tomar o seu lugar e tudo o que lhe pertence?
Se aproxima dos curandeiros, os mais sábios, entre os sábios.
— Quero que me diga sinceramente se posso esperar que minha esposa tenha qualquer chance de cura, se houve qualquer chance, ainda que remota, eu hei de agarrar e irei mesmo que do outro lado do mundo buscar, apenas diga o que eu devo fazer...
Os homens apenas estendem suas mãos vazias em minha direção e baixam suas cabeças, não antes que eu veja que têm lágrimas nos olhos.
— Majestade, nos reunimos e buscamos unidos todo o conhecimento, rezas, ervas, theriaque, sangrias, feitiços, boticários e alquimia, mas nenhum desses recursos produziu qualquer efeito sobre sua doença, apenas presenciamos a Imperatriz se tornando a cada momento mais vulnerável, enquanto todo o seu corpo vai enfraquecendo progressivamente, seu coração se debilitando a cada dia e sua respiração esmorecendo... Infelizmente a nossa Soberana tem poucos dias de vida. Sentimos muito por dar essa notícia. – o maioral entre eles diz.
Desespero toma seu coração ao conversar com os curandeiros, que não dão qualquer esperança de vida para Dianora, como se cada dia a vida fosse se esvaindo de seu corpo.
Em Gênova:
A noite está enluarada, Princesa Brina finalmente teve licença para retornar aos seus aposentos, em seu coração permeia a revolta por saber que terá que casar com um velho Imperador, sendo apenas uma jovem moça e com tantos sonhos, mas sem nenhuma chance de escapar desse enlace, por mais que pense, não há qualquer alternativa, não pode sequer fugir, sem que a Rainha Abelie seja severamente punida em seu lugar. É verdade que ainda não se encantou com nenhum rapaz, mas não imaginava ter que sair de seu reino tão cedo e desta maneira.
Deita em seu leito e chora tudo o que está engasgado em seu peito, acaba pegando no sono.
Princesa Brina acorda cedo e suas damas Cara, Elea e Ida preparam seu banho e suas vestes, desta vez um vestido rosa e suas joias principais, logo Brina está pronta para ir ao salão do banquete, encontra apenas a Rainha, que avisa que o Rei já foi à sala do trono, seguem apressadas para o harém, a Princesa tem muitos preparativos, tratamentos de beleza e aconselhamentos a receber.
Rei Pancrazio aguarda ansioso a conclusão da aliança com o Imperador Ottaviano, afinal tudo está sob seu controle, incluindo todas as rotas comerciais, esse casamento de Brina precisa ser vantajoso e benéfico para Gênova, conforme prometido e que seja muito em breve.
Manda chamar Rainha Abelie na sala do trono para saber a respeito dos preparativos do enlace.
— Majestade, devo lhe informar que tudo está devidamente preparado e organizado e detalhes para que seja realizada uma cerimônia discreta em nosso palácio para que a Princesa Brina possa ser levada para Constantinopla, onde será realizada sua cerimônia oficial dentro de alguns dias, conforme o desejo do Imperador Ottaviano. – Rainha Abelie diz.
— Muito bem-feito, minha Rainha. Que tudo seja realizado em uma lua, período em que o Imperador e seus homens de confiança chegarão para buscar a Princesa, que tudo esteja pronto. – Rei Pancrazio diz e a dispensa.
Seguem resolvendo as questões do reino e do povo, em seguida deixam a sala do trono e vão desfrutar do banquete.
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